Como seus amores são belos,minha irmã, noiva minha. Seus amores são melhores do que o vinho, e mais fino que os outros aromas é o odor dos teus perfumes. Por isso Eu quero consumir meus dias, no seu amor! ══════ ღೋ♡✿♡ღೋ═══════

Ani Ledodi Vedodi Li


Mais do que qualquer outro motivo, esta é a razão pela qual quero fazer deste blog um caminho para amarmos mais a Deus, por isso seu nome: “Ani Ledodi Vedodi Li”

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Deus o Abençõe !

E que possas crescer com nossas postagens.

É algo louvável esconder o segredo dos Reis; mas há glória em publicar as obras de Deus!

A Igreja não tem pressa, porque ela possui a Eternidade. E se todas as outras instituições morrem nesta Terra, a Santa Igreja continua no Céu.

Não existem nem tempos nem lugares sem escolhas.

E eu sei quanto resisto a escolher-te.

"Quando sacralizamos alguém essa pessoa permanece viva para sempre!"

Sacralize cada instante de tua vida amando o Amado e no Amado os amados de Deus !


Pe.Emílio Carlos

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

A EXPERIÊNCIA DE COMUNHÃO COM O MISTÉRIO DE DEUS

EM FRANCISCO DE ASSIS - NO CORPO DO SENHOR


Na mesma linha de encarnação, outro mistério que estimula Francisco a entrar cada vez mais em comunhão com o "segredo" de Deus, que é a Dama dos seus sonhos (Pobreza e Humildade de Jesus Cristo), é o que ele chama de "corpo do Senhor", e que nós chamamos hoje de eucaristia. Para Francisco, o corpo do Senhor, feito pão e feito vinho, é a expressão sem dúvida mais envolvente do mistério de Deus como absoluto desapego de poder, dominação, violência, riqueza... É a expressão viva mais encantadora e, ao mesmo tempo, mais comprometedora, deste mistério como total entrega, doação, gratuidade; sem reservar nada para si.

Pasmem! O Senhor, além de assumir a nossa frágil condição humana, sobretudo a dos mais pobres, dos mais miseráveis, dos reprovados, dos condenados, ele assume a condição humilde de matéria - pão, vinho - e, desta maneira, se coloca à disposição dos seres humanos, totalmente. Sua entrega, assim, feito matéria, é tal que se deixa "manipular" pelos seres humanos, "submete-se" (obedece) aos seres humanos, apenas se coloca para servir..., alimentar. No pão e vinho consagrados (corpo e sangue do Senhor), Francisco, em sua rigorosa atitude de fé, podia realmente "ver" de que jeito Deus é. Como afirma Celso Mário Teixeira: "A eucaristia é... para Francisco a presença de Jesus Cristo que continua tomando acessível aos homens a inacessibilidade do Pai". Em outras palavras, diríamos: A eucaristia é a presença humilde do Amor divino que ultrapassa toda medida do humano. "Eis que ele se humilha todos os dias (Fl 2,8); tal como na hora em que, 'descendo do seu trono real' (Sb 18,5) para o seio da Virgem, vem diariamente a nós sob aparência humilde; todos os dias desce do seio do Pai sobre o altar, nas mãos do sacerdote", escreve Francisco. Naturalmente, só quem tem puro o coração, e Francisco é um desses, é capaz de "ver" esta "loucura" do Amor de Deus, a saber, que o Cristo é tão solidário com os seres humanos que, para continuar em profunda comunhão com eles, se faz aquilo de que os pobres necessitam para sua sobrevivência, comida.

Francisco, já pelo fim de sua vida, se sente de tal maneira encantado e envolvido por este mistério do corpo do Senhor que, enfaticamente, pede a seus irmãos para manifestarem "toda reverência e toda honra" que puderem "ao santíssimo corpo e ao santíssimo sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo". Porque aí está presente o "segredo" de Deus (Pobreza, Humildade, Ser Menor) pelo qual, com seus irmãos, decidiu todo o rumo de sua vida. Por isso, todos os sacerdotes, ao celebrarem a missa, "ofereçam o verdadeiro sacrifício do santíssimo corpo e sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, pessoalmente puros, com disposição sincera, com reverência e com santa e pura intenção, jamais levados por qualquer interesse terreno, nem por temor ou consideração de qualquer pessoa 'como quem procura agradar aos homens' (Cl 3,22).

Um dos textos mais belos de Francisco, em que se revela a sua profunda comunhão com o mistério de Deus na eucaristia, é sem dúvida este:

"Considerai a vossa dignidade, irmãos sacerdotes, e 'sede santos porque Ele é santo' (Lv 11,44)! E assim como o Senhor Deus vos honrou acima de todos, por causa desse mistério, assim vós, mais que todos, amai-o, reverenciai-o, honrai-o! É uma grande desgraça e uma lamentável fraqueza se vós, tendo-o assim presente, ainda vos preocupais com qualquer outra coisa no mundo inteiro. Pasme o homem todo, estremeça a terra inteira, rejubile o céu em altas vozes quando, sobre o altar, estiver nas mãos do sacerdote o Cristo, Filho de Deus vivo! O grandeza maravilhosa, ó admirável condescendência! O humildade sublime, ó humilde sublimidade! O Senhor do universo, Deus e Filho de Deus, se humilha a ponto de se esconder, para nosso bem, na modesta aparência de pão. Vede, irmãos, que humildade a de Deus! Derramai ante Ele os vossos corações (SI 61,9)! Humilhai-vos para que Ele vos exalte (1 Pd 5,6)! Portanto, nada de vós retenhais para vós mesmos, para que totalmente vos receba quem totalmente se vos dá!" (Cel 23-29)

Realmente, a eucaristia passou a ser o "lugar" por excelência de comunhão de Francisco com o Pobre (com "P" maiúsculo!), Jesus Cristo. De tal maneira que, seguindo as pegadas deste Pobre, ele faz questão de se relacionar com os sacerdotes, quem quer que sejam, também os pecadores, como seus senhores. E explica: "procedo assim porque do mesmo altíssimo Filho de Deus nada enxergo corporalmente neste mundo senão o seu santíssimo corpo e sangue, que eles (os sacerdotes) consagram e somente eles administram aos outros".

Ou, como testemunha Tomás de Celano, falando da profunda comunhão de Francisco no corpo do Senhor:

"Ardia com o fervor do mais profundo de todo o seu ser para com o sacramento do Corpo do Senhor, pois ficava absolutamente estupefato diante de tão amável condescendência e de tão digna caridade. Achava que era um desprezo muito grande não assistir pelo menos a uma missa cada dia, se pudesse. Comungava muitas vezes, e com tamanha devoção que tornava devotos também os outros. Como tinha toda reverência para com aquilo que se deve reverenciar, oferecia o sacrifício de todos os seus membros e, recebendo o Cordeiro imolado, imolava o seu espírito com aquele fogo que sempre ardia no altar de seu coração".

Numa palavra, na comunhão com o corpo assim entregue do Senhor a serviço da humanidade, Francisco não tinha outra alternativa senão fazer também de todo o seu ser uma entrega total a serviço dos irmãos e irmãs. Pois nisso ele via toda possibilidade de um mundo realmente fraterno, para o qual todos são chamados a colaborar. Por isso, na carta que deixou escrito a todos os governantes dos povos, depois de lembrá-los que no dia da morte também eles vão ter que provar a pobreza, desfazendo-se de tudo, Francisco deixa este conselho: "Por isso aconselho-vos encarecidamente, meus senhores, que deixeis de lado todos os cuidados e solicitudes e recebais com amor o santíssimo corpo e o santíssimo sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, por ocasião de sua santa memória". Em outras palavras, comunguem com tudo o que o corpo do Senhor significa em termos de radical solidariedade humana. Mas, para tanto, comunguem-no sacramentalmente, deixando-se questionar por ele e, assim, questionados, abram espaço para comungar no seu "segredo", solidarizando-se com os que foram empobrecidos pelas tiranias da riqueza e do poder.

Extraído do texto de José Ariovaldo da Silva, ofm: "A experiência de comunhão com o mistério de Deus em Francisco de Assis", que faz parte do livro de Alberto da Silva Moreira, "Herança Franciscana".

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