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A Igreja que Jesus construiu
Leitura: Atos 2, 42-47
Irmãos e irmãs em Cristo, reunidos nas casas em nome do Senhor!
Depois de termos refletido sobre o tema da comunhão com Deus e com os irmãos, na semana passada, vamos fixar o olhar na Igreja dos primeiros séculos do cristianismo. Já faz tempo que a nossa linguagem mudou. Falamos e escrevemos que a nossa Igreja acontece no templo e nas casas.
Voltando às nossas origens, descobrimos o quanto a igreja primitiva valorizava esses dois momentos. Insistimos mais nos últimos tempos sobre o “encontro nas casas”, porque ao longo dos séculos as famílias esqueceram dessa dimensão. No começo os cristãos eram uma força silenciosa, mas viva. Em pequenos grupos de relacionamento as pessoas se ajudavam e se amavam concretamente.
1- A edificação da Igreja do Senhor
Durante o seu ministério público, Jesus anunciou a sua intenção de construir (edificar) a sua Igreja (Mateus 16, 15-18). Certamente, Ele não pretendia construir uma estrutura tipo catedral (um prédio de “igreja”); Embora Jesus fosse um assíduo freqüentador do Templo ele planejou a edificação de uma Igreja sem fronteiras, sem paredes. Planejou chamar os pecadores por meio do Evangelho para experimentar a salvação pela sua graça (II Ts 2, 13-14; Ef 1, 6). Todos aqueles que respondessem ao convite divino seriam “chamados”, ou seja, chamados para sair do mundo. De fato, a palavra grega traduzida como “Igreja” no Novo Testamento significa exatamente isto – um grupo de pessoas que foram chamadas para sair.
Era a Igreja formada pelos primeiros cristãos em áreas urbanas (forma organizada das cidades romanas), onde as transformaram (cf. At 17, 4). Eram as primeiras comunidades cristãs.
Ao ler At 2, 42-47, podemos perceber o dia-a-dia dos primeiros cristãos. Eles viviam em regime de comunhão de bens, se aplicavam também na oração, na fração do pão (partilha do todo, segundo a necessidade de cada um – o “pão” – sendo visto como a totalidade da necessidade) e havia meditação na Doutrina dos Apóstolos (valorizavam o estudo, a formação e a reflexão para terem certeza daquilo que iriam acreditar).
Os cristãos desta época tinham um sentimento de irmandade, caridade e fé, inegavelmente muito maior que os cristãos de hoje.
2. “Mas o mundo de hoje é diferente”
Está certo que vestimos de maneira diferente do que as pessoas do primeiro século no Oriente Médio e que temos tecnologia avançada, mas a natureza do homem não mudou, nem a sua necessidade pela salvação.
Será que nos tornamos sofisticados demais para o tipo de religião que o Novo Testamento prescreve?
É necessário investir e amar pessoas, ser um grupo de cristãos receptivos, fervorosos, sensíveis à voz de Deus e humildes para seguir os passos de Jesus. Ficamos felizes por ver que Deus tem nos abençoado com famílias, jovens, lideranças receptivas à Palavra de Deus, pessoas comprometidas demonstrando um desejo sincero de servir ao Senhor.
É louvável o esforço de líderes e membros que reúnem a Igreja até nos ambientes de trabalho.
O templo é fixo, mas a Igreja é móvel e pode estar em todo lugar. Nós somos o Templo do Senhor, pedras vivas dessa edificação, habitação do sagrado. Precisamos lembrar dessa bênção-compromisso todos os dias.
Queridos irmãos, Deus está edificando a Sua Igreja, e você é uma pedra viva que Ele quer usar para ser bênção na vida de muita gente. Não deixe um buraco nesta edificação. Deus deseja que você apenas diga como o profeta Isaías: “Eis-me aqui”, e Ele fará o restante. Meu desejo é que você seja uma pedra viva nas mãos do Senhor.
Deus nos dê a sua graça e a sua bênção e faça brilhar o seu rosto em nós, para que sejamos fiéis à sua Igreja. Amém.
PARA REFLETIR
1. Em que ponto nos parecemos com a igreja primitiva? Em que ponto mais precisamos crescer?
2. Temos nos empenhado no propósito de construir uma igreja viva, de pessoas em relacionamentos fraternos?
3. Temos usado a ferramenta do discipulado individual para fortalecer a comunhão com Deus, o conhecimento bíblico e a responsabilidade de cada cristão em levar a Palavra de Deus por onde for?
Por Pe. Juarez Dalan – Paróquia São Benedito
A†Ω
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