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O tempo da transformação
Como barro nas mãos do oleiro.
A Sagrada Escritura utiliza-se de muitas figuras e expressões para revelar Deus e seu modo peculiar de agir, dentre as quais, a figura do oleiro – citada em Jeremias 18, 1-6ss e Isaías 64, 7. Tais versículos relatam a manifestação de Deus como um oleiro, moldando, como a argila, aqueles que pertencem a Ele. Essa figura é rica em expressão e em significado, pois desvela Deus em Sua ação e amor, fazendo-nos compreender o “singelo jeito” com que Ele nos acompanha e faz crescer.
Deus sabe, melhor que nós mesmos, do que realmente precisamos e o que nos fará felizes. Ele nos convida ao abandono total a Seus cuidados, os quais sempre nos proporcionam o melhor, mesmo quando não compreendemos.
Por isso, para caminhar no território da fé a confiança é mais necessária que a compreensão. Confiança “filial” de alguém que se descobre como filho amado e cuidado, e que por isso crê que Deus está sempre agindo e realizando o melhor.
Deus vê além, Ele contempla as surpresas que ao futuro pertencem e, na Sua providência, cuida de nós moldando-nos como um Oleiro, ora retirando de nosso caminho o que nos será prejudicial ora acrescentado aquilo que nos falta.
Não podemos ter a pretensão de querer condicionar a Ação de Deus à nossa limitada maneira de enxergar e compreender as coisas; antes, precisamos confiar naquilo que Ele faz.
O Senhor sabe retirar nossos excessos na hora certa, sabe o que nos fará crescer (e crescer às vezes dói…). É preciso que saibamos perder sem apegos, para que Deus nos despoje do que não é essencial.
Só quem aceita (sabe) perder poderá ganhar…
Não existe arte sem amor; quadro sem pintor; vaso sem oleiro. A obra mais bela é a que é tecida pelas mãos do artista, do Oleiro que tem em Seu coração os belos sonhos que retirarão um rude barro de sua “não-existência”. O barro não pode moldar a si mesmo, para vir a ser algo ele precisa se confiar aos sonhos e à sensibilidade do oleiro. As mãos deste comportam a medida certa, entre firmeza e delicadeza, para trabalhar essa substância e transformá-la em uma linda obra de arte.
Não existe parto sem dor; maturidade sem perdas; felicidade sem se ater ao essencial. É necessário confiar n’Aquele que nos molda, mesmo quando a firmeza de Suas mãos parecer pesar fortemente sobre nós. Confiemo-nos ao amor e à criatividade do Oleiro Divino, que nos ama e sempre realiza em nós o melhor.
Com o tempo do Advento iniciamos a preparação da manjedoura porque o Senhor virá habitar no meio de nós. Esperando o nascimento de Jesus a humanidade espera nascer com Ele. O parto de Maria é a imagem do nascimento da nova humanidade, imagem da conversão, da vida nova e da esperança que nos mantém vigilantes no caminho.
Jesus vem fazer morada em nosso coração à medida que nos assumimos como aquilo que somos: “Barro, apenas barro, nas mãos do Oleiro!”
PARA REFLETIR:
1. Que área da sua vida você acha que mais precisaria ser moldada por Deus?
2. Você já pensou como preparar-se para celebrar o Natal cristão?
3. Programe algo bem concreto que marque o tempo do Advento. Ex.participar dos grupos nas casas, visitar um doente, contatar uma pessoa esquecida, perdoar alguém, pedir perdão, fazer uma boa confissão, fazer doações, voltar para a comunidade, disciplinar um horário diário para a oração pessoal…).
A†Ω
Pe. Juarez Dalan
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