QUANTO CUSTA O CARNAVAL
“COMO OCORREU NOS DIAS DE NOÉ, ACONTECERÁ DO MESMO MODO NOS DIAS DO FILHO DO HOMEM. COMIAM E BEBIAM, CASAVAM- SE E DAVAM–SE EM CASAMENTO, ATÉ O DIA EM QUE A VEIO O DILÚVIO E MATOU A TODOS”
Quero deixar claro que não coloco na pergunta que me faço, nenhuma referência ao custo monetário do carnaval. Esta é, sem dúvida, uma consideração bastante relevante e seria justo fazê-la ao menos para indagar: é justo e sensato o desperdício de dinheiro num país assolado pelo desemprego, o salário mínimo dos mínimos, miséria, favelas, pobres, mendigos, assolados do Nordeste, violência, fome endêmica e extrema pobreza de milhões de cidadãos?
Ao perguntar, porém, quanto custa o carnaval, penso também em outra modalidade de custo: no custo social e humano, moral e espiritual. Questiono se não estamos vivendo pior que uma Sodoma e Gomorra, e aí vêm à mente, ao meu coração estas palavras da Escritura que me levam até a ficar estarrecido e gélido pelas durezas das palavras e da sua veracidade: “Por isso vos digo: no dia do juízo, haverá menor rigor para Tiro e Sidônia, que para vós! E tu, Cafarnaum, serás elevada até o céu? Não! Serás atirada até o inferno! Porque, se Sodoma tivesse visto os milagres que foram feitos dentro dos teus muros, subsistiria até este dia. Por isso te digo: no dia do juízo haverá menor rigor para Sodoma do que para ti!” (Mt 11,22-24).
E, neste sentido, a minha interrogação sobre o elevadíssimo custo do carnaval.
Onde a própria etimologia da palavra é hoje real: “CARNE-VALE”.
Não é nenhuma comemoração cristã, ao contrário, é paganismo. Comiam, festejavam com muita carne o período que antecedia à Quaresma.
Nós temos clara lembrança dos carnavais passados e é impossível não reconhecer sem dificuldade que o carnaval é um acontecimento lúdico, resposta à necessidade que o homem tem de festa. Pode ser espaço de descontração e catarse. Pode ser um “momento de sonho e fantasia” e até de evasão, antídoto, às frustrações de um cotidiano cruel demais. Pode ser até idealmente, um modo de encontrar-se, divertir-se. E quem condenaria ou invocaria o fogo do céu ou do inferno sobre esses possíveis aspectos do carnaval?
Vemos também que muitas vezes são nestes momentos críticos e de tensões sociais que: carnaval, copas, campeonatos são incentivados e soltado as verbas governamentais para alienar o povo e não perceber o arroxo ou os “pacotes”.
Não me julgaria digno da missão de pastor, profeta, se não pronunciasse, com pena e vergonha, esta verdade: nos lugares onde é mais famoso no Brasil, o carnaval se reduz a duas coisas que sempre andam juntas: pornografia e violência.
O que é triste e incompreensível é que após cada carnaval, pais e mães de família, como os próprios jovens cristãos relatam, constrangidos e revoltados, as cenas de depravações em que desceram a pretexto de divertimento. Após cada carnaval, o resultado de gravidez indesejável e inoportuna, abortos, etc.
E, depois de cada carnaval a melancólica constatação e depressão de que os poderes públicos muitas vezes também são culpados, pois é mais fácil e custa menos soltar “camisinhas” do que uma verdadeira campanha de con scientização.
Vemos juntos, a violência, a imoralidade. Já o “grito de carnaval” se torna, desgraçadamente, um grito de guerra. E a violência explode, com maior ou menor ímpeto, alimentada pelo excesso de bebida ou pelo uso de alucinógenos e drogas, deixando numerosos feridos e ceifando vidas.
E como não ver sem culposa hipocrisia, que no clima do carnaval, se propagará um POUCO mais a AIDS, não obstante a custosa propaganda e distribuição de preservativos, designados, com involuntária e atroz ironia, um novo elemento da fantasia?
Podemos falar, por que não, dos aspectos lúdicos e culturais do carnaval, ao longo da história. Mas queremos deveras saber quanto custo o carnaval, o carnaval concreto que toma conta das ruas e praças, dos clubes e, infelizmente, hoje até os salões ou casas de cursos e retiros que não vão para refletir sobre a vida, mas com desculpas de necessidade de descontração fazem até de casas de retiro onde o Santíssimo permaneceu exposto durante o ano, um lugar de descontração fantasiada. Cinco dias que paralisa todo o país e as consciências!
Tenhamos a coragem de responder que custa a inocência de milhares de crianças, adolescentes e jovens. Custa a sobriedade e o equilíbrio de inúmeros adultos. Custa a dignidade inerente à sexualidade humana na sua visão cristã.
Custa a degradação dos drogados e dos bêbados.
Custa a saúde, a integridade e a vida de muitos.
Custa o rebaixamento de toda uma sociedade, profundamente golpeada nestes dias.
O rebaixamento de toda uma nação.
Talvez você, leitor(a), deste blog esteja me achando “quadrado” ou “alienado”, “conservador” e com palavras severas demais!
Mas quero deixar esta advertência como um pastor, que quer também ser profeta, no desejo de diminuir, pouco que seja, o preço, o alto custo deste tipo de carnaval.
Que o bom Deus nos ajude a dar um sentido melhor para nossa vida.
A palavra carnaval é dei origem latina (carnelevare) e significa, ao pé da letra, adeus (vale) à carne (carne). É uma festa profana em que o povo antes de pensar na morte (Quaresma) quer desfrutar a vida em abundância e a sensualidade, procurando se esconder da realidade (cheia de desafios e dificuldades) atrás de uma máscara ou fantasia.
Os meios de comunicação apresentam maneiras distorcidas de envolver os jovens na folia. Mostram que devem manter-se alheios ao resto do mundo, bebendo, consumindo drogas, tendo relações sexuais com várias pessoas, sendo violentos consigo e com os outros.
O consumismo é o principal objetivo. As pessoas se iludem com tantos programas em lugares exóticos, festas maravilhosas e cruzeiros que acontecem nessa época do ano. Em geral, acabam criando problemas financeiros que demorarão para resolver.
A juventude precisa mudar a sua maneira de festejar o carnaval buscando alternativas saudáveis e cristâs, preparando-se para a quaresma, tempo de penitência e jejum, e esperando a ressurreição de nosso salvador.
Shalom do Pai.
Padre Emílio Carlos+
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