O rigoroso caminho da perfeição.
Existe
alguém em sua vida que talvez necessite do seu perdão?
Há
alguém em sua casa, em sua família, ou na vizinhança que lhe tenha feito uma
injustiça, uma grosseria ou algo nada cristão?
Somos
todos culpados de tais transgressões, deve, portanto, haver alguém que ainda
precise do nosso perdão.
E,
por favor, não perguntem se é justo que o ofendido suporte o fardo de perdoar o
ofensor.
Não
perguntem se a “justiça” não exige que seja o contrário.
Quando o assunto são os nossos pecados, não pedimos
justiça; o que pedimos é misericórdia — e é misericórdia que devemos estar dispostos
a oferecer.
Será
que conseguimos perceber a trágica ironia de não concedermos aos outros o que
nós mesmos necessitamos tanto?
Talvez
o ato mais elevado, sagrado e puro seja dizer, quando confrontados com a
insensibilidade e a injustiça, que na verdade amamos ainda mais os nossos
inimigos, os que nos maldizem, que fazemos o bem aos que nos odeiam e oramos
pelos que nos maltratam e nos perseguem.
Assim
é o rigoroso caminho da perfeição.
Quando
pensamos na vida de Cristo, ficamos assombrados de muitas maneiras.
Se
há um momento que de fato me assombra, é este. Quando penso Nele sob o fardo de
todos os nossos pecados e perdoando aqueles que o pregaram na cruz, em vez de
perguntar “Como Ele fez isso?”, indago “Por que Ele fez isso?”
Se
contemplo minha vida em contraste com a misericórdia que Ele demonstrou,
percebo o quanto ainda preciso fazer para seguir o Mestre.
Como
Ele conseguiu perdoar Seus algozes naquele momento? Com toda aquela dor, com
sangue vertido de cada poro, Ele ainda pensava nos outros. Essa é mais uma
evidência surpreendente de que Ele era realmente perfeito e de que deseja que o
sejamos também.
Fico
profundamente impressionado com o momento em que Jesus, após tropeçar
sob o peso da carga que levava para o alto do Calvário, disse: “Pai,
perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lucas 23,34).
No
Sermão da Montanha, antes de estabelecer essa perfeição como nossa meta, Ele
definiu um último requisito. Ele declarou que todos devemos amar nossos
inimigos, bendizer os que nos maldizem, fazer o bem aos que nos odeiam, e orar
pelos que nos maltratam e nos perseguem (ver Mateus 5,44).
Ele
É o Sacrifício Perfeito.
O
sacrifício era um lembrete constante da humilhação e do sofrimento que o Filho
sofreria para nos resgatar. Era um lembrete constante da mansidão, da
misericórdia e da bondade — sim, do perdão — que devem ser a marca registrada
da vida de cada cristão. Por todas essas razões e outras mais, os cordeiros
primogênitos, puros e sem manchas, perfeitos em tudo, eram oferecidos sobre os
altares de pedra, ano após ano e geração após geração, simbolizando o grande
Cordeiro de Deus, Seu Filho Unigênito, Seu Primogênito, perfeito e imaculado.
A
carga do meu irmão que tenho de suportar não é apenas a situação em que se
encontra ou circunstâncias exteriores, mas muito literalmente seus pecados. E a
única maneira de suportar esses pecados é perdoá-los. O perdão é um sofrimento
semelhante ao de Cristo que temos, como cristãos, a obrigação de suportar. Esta
é uma das coisas mais difíceis de fazer.
Pe.Emílio
Carlos+
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