Solenidade de Cristo e Senhor e rei do Universo.
Na colina do Gólgota, os chefes zombam… os soldados troçam… um soldado injuria Jesus… Até ao fim Jesus encontrará a oposição e a incompreensão.
A sua mensagem era perturbadora, o seu testemunho provocador, o seu rosto desfigurado, mesmo Deus parecia tê-l’O abandonado…
É um malfeitor que reconhece no seu companheiro de infelicidade, também perto de morrer, o Rei de um outro Reino em que a única defesa é a do Amor.
Então, vira-se para Jesus, de quem deve ter ouvido falar do seu Reino, e pede-Lhe somente para
Se recordar dele quando vier inaugurar este Reino.
Ora, a hora chegou, é hoje que estará com Ele no Paraíso. Aquele que foi malfeitor sobre a terra torna-se benfeitor no Reino, é isso a salvação.
Isso passou-se na colina do Gólgota, numa certa sexta-feira da história…
À ESCUTA DA PALAVRA.
Na oração do Pai Nosso, Jesus faz-nos pedir, e reza conosco: “Não nos deixeis cair em tentação”. De fato, Jesus foi submetido à tentação e resistiu. A este propósito, Lucas dá uma estranha precisão, dizendo que o diabo afastou-se de Jesus até ao momento fixado. Este momento é quando Jesus é pregado na cruz.
No deserto, o diabo tinha dito: “Se és o Filho de Deus…” Agora Jesus ouve: “Não és Tu o Messias? Salva-Te a Ti mesmo e a nós também”.
É a mesma tentação: se Jesus é verdadeiramente o Messias, o Filho de Deus, deve dispor de toda a onipotência de Deus.
Então, que utilize este mesmo poder para cumprir um último milagre e despegar-Se da cruz.
Até os seus inimigos ficariam confundidos. Mas Jesus resistiu. É porque algo de sumamente importante está aqui em jogo. Trata-se, uma vez mais, do verdadeiro rosto de Deus que Jesus veio revelar.
Não um Deus todo-poderoso à maneira dos homens, mas um Deus Pai que só pode fazer uma coisa: amar, amar os seus inimigos, ainda e sempre, mesmo quando eles O rejeitam e crucificam o seu Filho bem-amado.
Ora, se esta tentação acompanhou Jesus até à cruz, não é de admirar que ela acompanhe sempre os seus discípulos, que a própria Igreja não lhe escape!
Na cruz, Jesus, o Rei, exerce outro poder, outra realeza.
Não utiliza um poder à maneira do mundo. O segundo malfeitor, que chamamos de “bom ladrão”, só pede uma coisa a Jesus: que Se lembre dele no seu Reino.
O que ele pede não é que o livre da morte iminente, a mesma de Jesus! É que, depois da morte, Jesus Se lembre dele. Simplesmente, diz: “Jesus, preciso de ti”. É um grito de pobreza. Então Jesus diz-lhe: “Em verdade te digo: Hoje estarás comigo no Paraíso”.
E o assassino tornou-se o primeiro homem a entrar com Jesus no Reino do Pai. Aí está o verdadeiro, o único poder de Jesus.
PALAVRA PARA O CAMINHO DA VIDA…
Levar a Palavra de Deus como luz para mais uma semana de trabalho, de estudo…
Ao longo dos dias da semana que se segue, procurar rezar e meditar algumas frases da Palavra de Deus: “Vamos com alegria para a casa do Senhor”…; “Deus Pai libertou-nos do poder das trevas… transferiu-nos para o reino do seu Filho muito amado, no qual temos a redenção, o perdão dos pecados”…; “Jesus, lembra-Te de Mim, quando vieres com a tua realeza”…
Procurar transformar as palavras de Deus em atitudes e em gestos de verdadeiro encontro com Deus e com os próximos que formos encontrando nos caminhos percorridos da vida…
com minha benção
Pe.Emílio Carlos+
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