É comum vermos a cena da criancinha chorando nos braços dos parentes e amigos.
Só a mãe é capaz de fazer a criança parar de chorar e até dormir com aquela sensação de segurança.
Imagino tenha sido essa a situação de São João ao pé da cruz (cf. João 19, 25).
Seu divino Mestre pendia naquela cruz. Pouco antes da morte ele escutara aquelas palavras de confiança e dor: “Filho, eis aí a tua mãe; mãe eis aí o teu filho”.
Normalmente imaginamos que com aquele gesto, Nosso Senhor Jesus Cristo pedira a São João que cuidasse de sua Mãe. De fato, foi o que aconteceu. São João A levou para sua casa e dela cuidou até o final de sua vida. Mas podemos também inverter a consideração.
Naquele momento, São João precisava muito mais de ajuda do que Maria Santíssima. Então é provável que ela o tenha fortalecido e o tenha encorajado em todas as suas aflições.
E foi assim durante muitos anos. Quando os apóstolos se dispersaram para exercerem seu ministério nos vários lugares, Nossa Senhora os consolava, como fez com São Tiago, na Espanha.
Quando estavam no Cenáculo, antes de Pentecostes, Nossa Senhora estava lá. Certamente ela os sustentava na esperança da vinda do Consolador. Ela já estava “cheia de graça”. Por isso o céu já vivia plenamente no seu coração.
Quem vive assim, pode consolar os filhos que vivem “gemendo e chorando neste vale de lágrimas”.
Maria Santíssima consola também cada um de nós em nossas aflições.
Quando estamos diante das cruzes da vida, devemos recorrer a Ela. Ali conseguiremos o sono tranqüilo de crianças que sabem que estão seguras.
Mas qual seria o consolo da Virgem Maria?
Seria uma palavra, um olhar de ternura, uma prece confiante, um conselho de paz, um afago, uma resposta de solução?
Tudo isso ela faz, como tem feito nas diversas aparições aprovadas pela Igreja, como as de Lourdes e de Fátima.
Mas o principal consolo é “mostrar-nos seu Filho, Jesus”!
Certamente foi isso que ela disse a São João:
- Filho, Ele voltará… Ele ressuscitará… a morte não pode vencer o amor!
Normalmente nossas aflições têm alguma coisa a ver com a morte.
Quem não tem medo de morrer?
Rezamos, na Ave-maria, que Mãe Santíssima esteja nos consolando “agora e na hora de nossa morte”.
As pequenas dificuldades de todos os dias costumam nos afligir. Procuremos nossa Mãe de toda consolação. Ela apontará para a cruz e dirá:
- Com meu Filho vencerás este momento de aflição. Creia, ame, espere!
Maria Santíssima, nossa Mãe, aprendeu essa lição quando Jesus se perdeu no meio da multidão, aos doze anos. Foram encontrá-Lo em Jerusalém, no Templo, conversando com os doutores da lei.
Ela disse:
- Teu pai e eu te procurávamos aflitos.
Nessa ocasião o Menino os consolou:
- Não sabíeis que devia estar na casa de meu Pai?
Esta é a forma de buscar o consolo.
Temos que procurar Nosso Senhor Jesus Cristo na casa do Pai. Se estivermos muito aflitos com alguma situação, procuremos uma igreja ou um lugar recolhido; fiquemos um tempo em silêncio, orando, e façamos nossa consagração ao Imaculado Coração de Maria Virgem.
Ela nos acolherá e nos colocará junto a seu Filho, Jesus. Alí não temos mais razão para permanecer com medo ou aflitos.
Exatamente isso diz-nos o Salmo 23: “A vossa bondade e misericórdia hão de seguir-me por todos os dias de minha vida. E habitarei na casa do Senhor por longos dias” (Salmo 23, 6).
Consoladora dos aflitos, rogai por nós!
com minha benção
Pe.Emílio Carlos+
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