Fidelidade
A Igreja é o Cristo prolongado na história dos homens.
Quando se toca a Igreja, se toca o próprio Senhor.
A fidelidade está muito ligada à perseverança e à paciência.
Santo Agostinho disse: "Os que perseveram em vossas companhias sejam vossos modelos. E os que vão ficando pelas calçadas, aumentem vossa vigilância".
E o grande São João da Cruz ensinava que: "A constância de ânimo, com paz e tranqüilidade, não só enriquece a pessoa, como a ajuda muito a julgar melhor as adversidades, dando-lhes a solução conveniente."
Mas, para que haja serviço a Deus, perseverante e alegre, e para que possamos amar e cumprir os seus mandamentos é preciso uma vida de piedade, vigilância e oração, sem o que, a alma esfria. Sabemos que "mosca não assenta em prato frio"; quando a alma esfria, os demônios se aproximam dela para vencê-la pela tentação.
Não seremos julgados pela nossa capacidade intelectual, e nem pela grandeza das nossas obras, mas, como disseram os santos, pela pureza do nosso amor a Deus e pela perseverança nesta vivência. Jesus garantiu que diante de todas as adversidades que virão, "quem perseverar até o fim será salvo" (24,13).
Perseverança na fidelidade
Mateus 24,12-13
Fidelidade essa palavra traduz a idéia de perseverança, persistência, firmeza, constância, permanência. O contexto dessa passagem faz referência aos sofrimentos e perseguições que acontecerão aos cristãos antes da volta do Senhor (Mateus 24,3).
É grave a previsão de Jesus de que com o aumento da iniqüidade o amor de muitos esfriará; mas é oportuna a afirmação de que quem ficar firme até o fim será salvo.
Jesus é realista e deixa claro que no mundo passaremos por aflições (João 16,33).
Paulo adverte: "Ora, todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos" (II Timóteo 3,12).
Por isso, veremos que é nosso dever perseverar na fidelidade a Cristo, nas tribulações, nas perseguições e no cumprimento da nossa missão. Sem Fidelidade - perseverança não há salvação.
Os destinatários da carta aos hebreus estavam quase desistindo; por isso, receberam a seguinte exortação que se aplica também a nós: Com efeito, tendes necessidade de fidelidade-perseverança, para que havendo feito a vontade de Deus, alcanceis a promessa. Porque ainda dentro de pouco tempo aquele que vem virá, e não tardará; todavia, o meu justo viverá pela fidelidade-fé, e: se ele retroceder, nele não se compraz a minha alma. Nós, porém, não somos dos que retrocedem para a perdição; somos, entretanto, da fé, para a conservação da alma (Hebreus 10,36-39).
A fé, portanto, assume o sentido de fidelidade absoluta a Cristo, nosso Senhor, em qualquer circunstância. A perseverança nessa fidelidade nos garante vitória completa.
PERSEVERNÇA NA FIDELIDADE A CRISTO
A fidelidade absoluta a Cristo é condição normal de vida cristã no contexto da nova aliança. O relacionamento conjugal no matrimônio é figura dessa aliança. Paulo cita Gênesis 2,24, a mesma passagem citada por Jesus em duas passagens dos evangelhos: "Eis porque deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e se unirá à sua mulher, e se tornarão os dois uma só carne", e acrescenta: Grande é este mistério, mas eu me refiro a Cristo e à Igreja" (Efésios 5,31-32). Jesus deixa claro que a infidelidade conjugal rompe o vínculo matrimonial, nestas palavras: "O homem que mandar a sua esposa embora, a não ser em caso de adultério, se tornará adúltero se casar com outra mulher" (Mateus 19,9).
A nova aliança foi selada com o sangue do cordeiro. O adultério espiritual rompe essa aliança. Portanto, fidelidade ou morte!
Paulo afirma: "Se perseveramos, também com ele reinaremos; se o negamos, ele, por sua vez nos negará; se somos infiéis, ele permanece fiel, pois de maneira nenhuma pode negar-se a si mesmo" (2 Timóteo 2,12-13). Deus é fiel e cumpre todas as suas promessas. Por isso podemos e devemos ser fiéis.
No relacionamento conjugal não se exige perfeição dos cônjuges, mas fidelidade, pois isto é possível.
Deus, o nosso parceiro na aliança, é perfeito e fiel; de nós ele não exige infalibilidade, mas fidelidade. Não é possível servir ao Senhor e a Baal.
Não se pode servir a dois senhores diz Nosso Senhor.
A infidelidade a Cristo abre caminho para o engano dos falsos mestres (Mateus 24,4-5; 11, 24-25) que fascinam os cristãos (Galátas 3,1) com a pregação de "outro" evangelho (Gálatas 1,6-8) que renega a cruz e o sofrimento e seduz com promessas de prosperidade material (Filipenses 3,17-19).
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