OFERECIMENTO E RENÚNCIA OFERECIMENTO: O amor é um ofertório perene. Amar é oferecer-se continuamente, é dar-se sem cessar. Amar é uma imolação continua do próprio ser, uma entrega sempre renovada.
O amor é uma vela sempre acesa que arde, se queima e se consome diante do altar da vida. Uma chama que arde sem se consumir, e se consome sem desaparecer, pois não é um desgastar-se somente. Amar é dar tudo que somos, oferecer tudo que temos e tudo que fazemos para construir a felicidade de quem amamos. Você está pronto a oferecer tudo em troca de nada? No amor, o mais importante não é ser amado, mas amar; o mais importante não é pedir, mas oferecer; o mais necessário não é possuir, mas entregar.
O objetivo de quem ama não é ser feliz, mas fazer o outro feliz. Se o outro cai, você oferece sua mão para levantá-lo; se o outro está cheio de ira, você oferece sua paciência para acalmá-lo. Quando o outro peca, você oferece o seu perdão. Esteja sempre pronto a oferecer os gestos de bondade para neutralizar os atos da maldade, a oferecer o seu amor para aplacar o ódio; ofereça sua riqueza para remediar a pobreza; ofereça sua justiça para contrabalançar as injustiças.
O amor não espera ser chamado, mas está sempre pronto. Não espera que lhe peçam, mas vive oferecendo. A doação é a dádiva do amor. Quem ama sempre tem alguma coisa para dar. Uma palavra, um olhar, um sorriso, um gesto, um estímulo, um agrado são sempre presentes do amor.
A grandeza do amor resplandece na generosidade de dar. Amar é oferecer uma vida para fazer a felicidade de outra.
RENUNCIA: O amor não se alimenta de prazeres, mas, sim, de sacrifícios e de renúncias.
O que é renúncia? Renunciar é decidir-se em favor de algo de preferência a outra coisa. Renúncia é uma preferência, uma decisão em favor de algo ou de alguém.
A renúncia é uma decisão, uma escolha, uma preferência. Jamais é desprezo ou indiferença.
No amor, você se decide sempre em favor da pessoa amada. Escolhe a vontade do outro e não a sua; segue o desejo do outro e não o seu capricho. No amor, você visa à felicidade do outro e não à sua. Em vez de possuir, você prefere entregar, em vez de pedir, você se decide a oferecer.
Renunciar no amor é dar sempre preferência ao outro. E pôr em primeiro plano o bem-estar, a felicidade, a vida, a alegria do outro. Numa discussão, você prefere dar ao outro o prazer da última palavra. Num jogo de interesses você se decide em favor do interesse do outro. Amar é estar sempre pronto a fazer a vontade da pessoa amada.
Na vida em comum, na vida de amor, há sempre necessidade de renúncia. Renunciar aos próprios caprichos, aos próprios desejos, à própria vontade, ao próprio gosto, ao próprio comodismo. No amor você renuncia à própria vontade para fazer a vontade do outro. Deixa de satisfazer o seu próprio gosto para fazer o gosto do outro. Sacrifica o próprio comodismo em beneficio do bem-estar do outro.
Na vida, vivemos escolhendo e, por isto, vivemos renunciando. Decidindo-se por um colégio, você renuncia a todos os outros. Preferindo a Medicina, você renuncia à Engenharia, Psicologia, Arquitetura etc. Escolhendo a carreira militar, você renuncia à vida civil. O rapaz que escolhe uma jovem para amar renuncia a milhões de outras. Escolhendo o casamento, você renuncia ao próprio "eu" a fim de viver em função do outro.
A incapacidade de renúncia é uma incapacidade de escolha e de decisão. Se você não sabe escolher, você é uma pessoa insegura e indecisa. A grandeza do amor necessita da capacidade humana de renunciar. Se você não souber renunciar, ainda não está maduro para o amor.
Não esqueça nunca que o verdadeiro amor exige abnegação, martírio, oferecimento e renúncia. E com isto podemos agora dar a verdadeira definição do verdadeiro e autêntico amor: Amar é dar; é dar tudo, é dar-se a si mesmo para fazer o outro feliz. Como disse Teresa de Calcutá: "Amar é dar-se até doer!”. |
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