QUEM PEDE RECEBE
A oração é uma
arma poderosa, um tesouro indestrutível, uma riqueza inesgotável, um
porto ao abrigo das tempestades, um reservatório de calma; a oração é a
raiz, a fonte e a mãe de bens consideráveis. [...]
Mas a oração de que
falo não é medíocre nem negligente; é uma oração ardente, que brota do
sofrimento da alma e do esforço do espírito. Eis a oração que sobe aos
céus. [...] Escuta o que diz o escritor sagrado: «Ao Senhor, no meio da
angústia, eu clamo e Ele me ouve» (Sl 119,1). Aquele que ora assim na
sua angústia poderá, após a oração, desfrutar na sua alma de uma grande
alegria. [...]
Por «oração»
entendo não aquela que se encontra apenas na boca, mas a que brota do
fundo do coração. Como as árvores cujas raízes estão profundamente
enterradas não se quebram nem são arrancadas mesmo que os ventos
desencadeiem mil assaltos contra elas, porque a suas raízes estão
fortemente presas nas profundezas da terra, também as orações que vêm do
fundo do coração, assim enraizadas, sobem ao céu com toda a segurança e
não são desviadas por nenhum pensamento de falta de segurança ou de
mérito. É por isso que o salmista diz: «Do fundo do abismo, clamo a vós,
Senhor» (Sl 129,1). [...]
Se o fato de
contares aos homens os teus infortúnios pessoais e descreveres as
provações por que passaste traz algum alívio à tua desventura, como se
através das palavras se exalasse uma brisa refrescante, com muito mais
razão se falares ao Senhor dos sofrimentos da tua alma encontrarás
consolo e conforto em abundância! De fato, muitas vezes os homens
dificilmente suportam aqueles que vêm lamentar-se e chorar para o pé de
si: afastam-se e repelem-nos. Mas Deus não age assim; pelo contrário,
Ele faz com que te aproximes e abraça-te; e mesmo que passes o dia
inteiro a narrar os teus infortúnios, ficará ainda mais disposto a
amar-te e a acolher favoravelmente as tuas súplicas.
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