Agosto/2012
Habitar
no jardim de Deus
“Os pobres e os necessitados buscam água e
não a encontram. Têm a língua ressequida pela sede. Mas Eu, o Senhor, os
atenderei; Eu, o Deus de Israel, não os abandonarei . Farei brotar rios nos
morros escalvados e fontes do fundo dos vales. Transformarei o deserto num
reservatório e a terra árida em arroios de água. Plantarei no deserto cedros e
acácias, murtas e oliveiras. Farei crescer na terra seca o cipreste, ao lado do
ulmeiro e do buxo, para que vejam e saibam, considerem e compreendam, de uma
vez por todas, que é a mão do Senhor que faz estas coisas, que o Santo de
Israel as realizou”.
(Isaías
41,17-20)
Os
pobres e os necessitados que buscam água são os Israelitas, deportados para a Babilônia.
Para regressarem ao seu país, espera-os um caminho difícil através do deserto.
Deus assegura-lhes a sua presença: «Eu não os abandonarei».
Mas,
como os ajuda? No capítulo precedente, diz-se que Deus mandou preparar um
caminho no deserto e que dá forças aos fracos. Aqui, o profeta anuncia algo
ainda mais espantoso: Deus transformará o deserto num oásis para que os
deportados regressem com alegria, sem penas.
Fazer
brotar rios e plantar árvores é o que Deus gosta de fazer desde que semeou um
jardim no Éden, o paraíso dos quatro rios (Gênesis 2). Desta vez, abre fontes e
planta sete espécies de árvores, com a oliveira, a árvore mais nobre, em quarto
lugar, no centro da enumeração.
Deus
deseja que toda gente veja este novo paraíso. Se tantas fontes tivessem jorrado
milagrosamente e se as árvores tivessem crescido ao longo do caminho dos
Israelitas – se elas próprias «tivessem aplaudido» quando eles passaram, como
se diz mais tarde (Isaías 55, 12) – deveríamos encontrar alguma notícia sobre
isso nos livros de história.
A
poesia destes versículos exige uma interpretação menos rígida, mais fina. O
ponto mais importante encontra-se na conclusão que diz que tudo aquilo «foi
criado» por Deus. Deus salva o seu povo quando cria. E o inverso é também
verdadeiro: Deus cria com vista à salvação. «Todas as criaturas têm em si a
salvação» (Sabedoria 1, 14).
O
deserto que Deus transforma em oásis não é apenas o deserto entre a Babilônia e
Jerusalém, mas toda a terra dos homens.
Todos
são convidados a compreender que a beleza benfazeja da nossa terra é bem mais
do que um cenário, que ela resulta da bondade de Deus.
A
salvação não está em fugir, em sair do mundo. O jardim de Deus é para ser
habitado por nós, como pobres cuja fome é saciada.
Nossa
vida deve ser como um jardim. Diariamente precisamos adubar com a palavra de
Deus, regar com oração e podar o que não nos edifica. Para que nossa vida se torne um belo e perfumado jardim onde
as pessoas a nossa volta admirem e tenham o prazer de estar.
“Cultivando o Jardim de
Deus”
Como
é admirável a habilidade de um bom jardineiro! Seu trabalho exaustivo nem
sempre é levado em consideração por todas as pessoas.
São
dedicadas horas e horas do jardineiro, preparando a terra, limpando a erva
daninha, molhando, arrancando folhas secas e mortas. E quando tudo parece
pronto e bonito, aparece alguém com mãos maldosas que arrancam as flores ou pés
que sobem no canteiro, pisoteando e destruindo todo trabalho e beleza.
Um
jardineiro fez caprichosamente o preparo de seu canteiro.
Semeou
uma única espécie de semente de flores. Tudo parecia muito bem. Mas, numa
determinada área, algumas sementes não brotaram. Isto deixava ali um clarão no
verde do canteiro.
Experiente
e criativo, o jardineiro colocou ali um outro tipo de planta com uma tonalidade
diferente de verde. Em princípio ele queria apenas preencher o vazio das
sementes não brotadas. E aquele plantio deu uma nova beleza ao jardim.
Quando
vemos este exemplo da vida rotineira do jardineiro, podemos nos lembrar de uma
história que JESUS contou para ensinar às pessoas a importância do jardim que
ELE está plantando no mundo para DEUS.
Neste
jardim há muitas ervas daninhas. Há espaços cujas sementes brotam com vigor. E
há espaços onde há clarões, onde a semente que ELE lança, não germina. A terra,
que é a nossa vida, oferece oportunidade para deixar crescer boas sementes ou
más sementes.
E
o que mais vejo nas vidas humanas é um grande clarão. Há buracos nestes
canteiros. E estou certo de que isto não é por incompetência do jardineiro que
é JESUS.
Há
muitas pessoas não ocupando o seu lugar no jardim de DEUS. Há muita gente
sufocando a semente da Palavra de Deus em suas vidas, não a deixando germinar,
crescer e florescer com o odor do amor Divino. E estou falando de pessoas que
até nasceram em lares cristãos. Em lares onde se fala em DEUS. Em lares onde
pessoas foram batizadas.
Na
história que JESUS contou, ELE disse que os mensageiros de um rei foram
encarregados de convidar pessoas para um jantar com ele. Mas ninguém queria
vir. Cada um tinha sua própria desculpa. Então ele disse: - "Então vá às
estradas e aos caminhos e force os que encontrar ali a virem, para que a minha
casa fique cheia. Pois eu afirmo que nenhum dos que foram convidados primeiro
provará o meu jantar."
(Lucas
14,23-24)
Isto
é como se dissesse:-" Vai aos que não nasceram em lares cristãos, aos que
nem foram batizados, diga-lhes que estou lhes oferecendo uma oportunidade de
jantarem comigo." É como se disse: - " Vai ao campo, transplante as
flores de beira de estrada para o lugar do espaço vago no canteiro de meu
jardim.
Enquanto
vivermos, há um convite para ocuparmos um lugar no plano de Deus. O convite é
amplo e pode ser uma oportunidade única a cada um para ocupar o seu lugar, o
seu espaço, no jardim de Deus. CRISTO é o nosso jardineiro.
Ele
quer preparar a terra, o nosso coração. Ele quer semear a boa semente, a
Palavra de Deus. Ele quer que deixemos esta semente germinar, crescer e dar as
flores com o perfume do amor Divino. Aceitemos seu trabalho em nossa vida e o
mundo ficará melhor.
Existem
quatro pontos que devemos observar para cultivarmos o Jardim de Deus:
1º
Amar a Deus e o seu jardim (Igreja) (não apenas ser um expectador).
2º
Colocar a disposição de Deus suas habilidades.
3º
Organizar o seu tempo.
4º
Não fazer para homens e sim para Deus. O Jardim é de Deus.
As
nossas atitudes não devem ser movidas por reações emocionais geradas por
terceiros, mas por princípios divinos.
SEGREDO
DA REAL PRODUTIVIDADE - Gálatas 6,7-8
O
menino estava empolgado com o que ouvira da professora. Ela havia motivado seus
alunos a fazer uma pequena horta caseira. Ele queria plantar alguma coisa. Seu
pai comprou-lhe um pacote de sementes de cenouras. Juntos fizeram um canteiro e
obedecendo as instruções do pacote de sementes, fizeram a semeadura.
Quando
surgiram os primeiros brotos, o menino ficou muito feliz. Então o pai lhe
explicou que era necessário desbastar para ter cenouras maiores. Foi um
sofrimento para pai e filho, destruir algumas plantas para que outras
produzissem melhor. Se não fizessem isso, teriam apenas cenouras franzinas e
uma produção limitada.
Assim
parece ser a nossa vida. Ela se parece com um canteiro onde se deve semear boa
semente e que produza muito. Neste canteiro nascem muitas ervas daninhas e que
não foram plantadas, como a inveja, o rancor, a vingança e outras pragas desta
"lavoura".
Mas,
não são apenas as coisas más e daninhas que prejudicam a vida, que esgotam
nossas forças e impedem que cresçamos como Deus deseja e seu jardim.
O
excesso de coisas boas pode também impedir produções melhores e maiores.
Num
mundo tão competitivo, é preciso aprendermos a ver o que é de fato mais
lucrativo, em meio a tanta correria do dia a dia.
As
Escrituras Sagradas nos contam do exemplo de pessoas que fizeram bom uso de sua
fé. Pessoas que descobriram o segredo da produtividade da vida.
O
segredo do estabelecimento das prioridades. Por isso nos é dito: - "...aquilo
que uma pessoa plantar, é isso mesmo que colherá. Se plantar o que a sua
natureza humana deseja, essa mesma natureza lhe dará colheita de morte. Porém,
se plantar o que agrada o Espírito de Deus, do Espírito colherá a vida
eterna." (Gálatas ,7-8)
Cada
vez estamos mais atrapalhados com tantas coisas que a vida moderna exige de
cada um de nós. Cada vez estamos mais indecisos sobre o que brota e deve ficar
e o que brota em nossa vida e precisamos arrancar.
Tudo
pede uma parcela de nosso tempo e se instala em nossas agendas com tanta
facilidade.
Nossa
agenda nos lembra aquele canteiro de cenouras. Cada linha é uma fileira de
sementes brotadas. Sementes de coisas boas que pretendemos fazer. A cada meia
hora está brotando uma nova obrigação, como se fosse uma planta que tem que dar
fruto e do bom.
De
repente descobrimos que estamos dando apenas frutos esmirrados. Se não
aprendermos a cortar, a desbastar o nosso canteiro, até mesmo nas coisas boas e
bem intencionadas mas que não são prioritárias, em pouco tempo notaremos que
nossa vida se torna um canteiro de frutos esmirrados.
O
segredo da real produtividade é iniciar cada dia perguntando em oração:
-"Senhor! Que queres que eu faça?" - Tudo que trouxer louvor e honra ao
nome de Deus e puder promover a vida e beneficiar a vida do próximo, será
planta que deve ser cultivada, o resto é apenas sobra e que pode ser
desbastado. Deus nos conceda sabedoria e critério para agir.
Reze:
- Onde vejo ou reconheço Deus a trabalhar
para vir em nosso auxílio?
- Será
que está sobretudo dentro de mim e dos outros ou também na criação que nos
cerca: as fontes, as árvores…?
- Se Deus salva ao criar e se a criação é
portadora de salvação, que atitude em relação às criaturas somos chamados
a ter?
- Como
tenho buscado ter uma vida de qualidade como cristão desbastado o meu
plantio para que meu jardim seja frutificado em boas obras?
- Tenho
estabelecido prioridades na minha vida de cristão e de homem de bem?
- Retome
a palavra de Deus com os textos abaixo e faça um momento de profunda
lectio divina com os textos:
- João 15, 1-8
- João 15,15-17
- Gálatas ,7-8
- Isaías 41,17-20
Santo
Retiro +
Padre
Emílio Carlos.
“Por
causa de Cristo, tudo perdi e considero esterco, a fim de ganhar a Cristo e
nele ser encontrado”. (Fil 3,1-9)
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