Como seus amores são belos,minha irmã, noiva minha. Seus amores são melhores do que o vinho, e mais fino que os outros aromas é o odor dos teus perfumes. Por isso Eu quero consumir meus dias, no seu amor! ══════ ღೋ♡✿♡ღೋ═══════

Ani Ledodi Vedodi Li


Mais do que qualquer outro motivo, esta é a razão pela qual quero fazer deste blog um caminho para amarmos mais a Deus, por isso seu nome: “Ani Ledodi Vedodi Li”

Para você entrar em nossos artigos click nas imagens nas laterais e encontrarás os lincks dos artigos postados.

Deus o Abençõe !

E que possas crescer com nossas postagens.

É algo louvável esconder o segredo dos Reis; mas há glória em publicar as obras de Deus!

A Igreja não tem pressa, porque ela possui a Eternidade. E se todas as outras instituições morrem nesta Terra, a Santa Igreja continua no Céu.

Não existem nem tempos nem lugares sem escolhas.

E eu sei quanto resisto a escolher-te.

"Quando sacralizamos alguém essa pessoa permanece viva para sempre!"

Sacralize cada instante de tua vida amando o Amado e no Amado os amados de Deus !


Pe.Emílio Carlos

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

O Cântico dos Cânticos-O Esposo na Aliança Bíblica


Através dos místicos, Clara foi levada ao Cântico dos Cânticos e aos Santos Padres.

Através dos Santos Padres passou do Cântico para a Aliança e redescobriu em uma profundidade maior o Esposo Jesus Cristo.


Com o Jesus Esposo, ela "saiu do século" e foi para a plenitude: ser "com a Virgem Maria coroada", como tinha dito São Francisco.


Vamos dividir este capítulo em três grandes seções:

O Cântico dos Cânticos

A Aliança e os Profetas Jesus é o Esposo

O Cântico dos Cânticos

Pelas mãos dos Santos Padres somos levados - numa leitura do Antigo Testamento à luz do Novo - ao coração da Bíblia, em que o Cântico dos Cânticos nos fala da mais profunda união ao Deus infinito que nos ama.

Ao introduzir o seu Comentário ao Cântico dos Cânticos, Orígenes escreveu:

"Para mim, Salomão escreveu em forma de drama este epitalâmio, isto é, um cântico de casamento, e o cantou como se fosse o de uma noiva que vai se casar e está inflamada de amor celeste por seu esposo, que é o Verbo de Deus"


Santa Clara chega a usar essa mesma expressão "inflamada de amor celeste" certamente porque conheceu o Comentário de Orígenes sobre a "chama de amor", pelo menos através de São Bernardo.

É surpreendente encontrar na Bíblia um livro como o Cântico dos Cânticos, com seu forte apelo erótico.


Mas é bom lembrar o que disse o rabi Aquibá (+ 135 dC), defendendo o valor e a pureza desse livro: "Que ninguém em Israel diga que o Cântico dos Cânticos toma as mãos impuras, pois o mundo inteiro não é digno do dia em que o Cântico dos Cânticos foi dado a Israel".

Na visão dos sucessivos pactos com Noé, Abraão e Moisés, e dos esponsais com o Povo, ele é um livro central: comunica que é Deus quem toma a iniciativa de vir como esposo ao encontro da esposa, o Povo. Vamos destacar dois pontos.

O amor é caminho divino do homem


Lemos nos Provérbios: "Há três coisas que me ultrapassam, e uma quarta que não compreendo: o caminho da águia no ar, o caminho da serpente na pedra, o caminho da nave no mar, o caminho do homem na donzela" (Pr 30,18-19).


O amor entre um homem e uma mulher é um "caminho", como caminhos são três grandes elementos naturais: o ar, a terra e a água.


Então, podemos pensar que é o quarto elemento: o fogo. O amor humano aqui exaltado é uma porta para penetrar no amor divino.


A Bíblia apresenta os traços de Deus em linguagem humana, e também descreve o homem de acordo com um plano divino: faz uma antropologia de Deus e uma teologia do homem.


Seus textos têm leituras diversas de acordo com os alegoristas ou com os literalistas.


Para nós, a interpretação simbólica capta o melhor do que foi indicado por uns e outros, buscando uma harmonia propriamente "simbólica".


Porque a interpretação literal (erótica ou romântica) é incapaz de acolher o que a tradição judeu-cristã viu no sinal nupcial, por não deixar um espaço transcendente para além do amor.


E interpretação espiritual peca por não levar a sério a realidade do texto: o universo amoroso, reduzindo-o a uma moral para evitar que o espiritual seja "manchado" pelo carnal.


A chama do amor.


O mistério de um fogo comum"Grava-me como um selo em teu coração. Como selo no teu braço, porque forte como a morte é o amor, implacável como o abismo é a paixão; e seus ardores são chamas de fogo, são labaredas divinas.


Nem as águas caudalosas conseguirão apagar o fogo do amor, nem as torrentes o podem submergir" (Ct 8,6-7).


O amor humano do Cântico dos Cânticos abre-se até vir a ser o símbolo mais eloqüente para falar de Deus.


Sem deixar de ser plenamente humano, o amor adquire um valor místico que o torna adequado para representar o amor de Deus.


O Cântico dos Cânticos não quer testemunhar apenas um amor humano, mesmo com toda a sua beleza: ele evoca continuamente algo mais além no próprio mistério do amor.


O livro não enfrenta um desenvolvimento "religioso" do tema. Apenas sugere, a não ser quando fala da "chama de Javé".


Seria inadequada uma interpretação literal-erótica, mas os elementos corpóreos, sexuais e sexuados do livro são importantes.


O amor que brota transparente de um coração apaixonado já é uma realidade divina.


O amor sempre é limpo; não precisa de água benta.


Se houver pecados serão injustiças ou abusos contra a pessoa, como pode acontecer com qualquer outra coisa sagrada.


Se as primeiras palavras humanas da Bíblia são o canto admirado do homem diante daquela que lhe foi dada como ajuda semelhante: "Esta sim, é osso de meus ossos e carne de minha carne", o Cântico dos Cânticos seria uma prolongação desse mesmo êxtase amoroso, celebrado por ele e por ela.


Nesta concelebração extasiada no jardim do amor, são convocadas também as criaturas: aqui brilharão o sol e a lua; o amanhecer e o anoitecer trarão a luz ou o mistério; estarão presentes os perfumes e aromas ... e tudo que pode expressar a embriaguez e a doçura do amor.


Todo o poema amoroso leva a uma expressão característica do amor esponsal: a recíproca pertença.


Diante de Javé, a amada diz: "Meu amado é meu e eu sou dele".


O Cântico é uma grandiosa e gloriosa bênção de Deus sobre o amor humano, sobre o matrimônio, sobre a ternura.


A história de amor narrada neste livro é uma história precisamente esponsal, cercada e enriquecida de fascínio apaixonado até uma total consumação transformadora, como sugere a expressão "chama de Javé".


A tradição cristã que se expressa na liturgia e na exegese através dos séculos leu o Cântico identificando a esposa com a comunidade eclesial e com cada alma cristã.


O maior número de comentários foi no séc. XII. Mas os comentaristas cristãos, quase sempre monges, nem sempre souberam respeitar o realismo humano do Cântico.


Em vez de lê-lo como símbolo, converteram-no em alegoria intelectual, que se alimenta do cadáver da imagem.


Esmiuçaram quadros e cenas, para traduzir cada detalhe a um conceito ou idéia espiritual.


Não é esse o caminho. Para entrar na espiritualidade de Santa Clara, estamos considerando que ela - como a esposa do Cântico dos Cânticos - festejou o amor do Esposo em tudo que escreveu para Inês de Praga, especialmente no "Hino à Pobreza", de sua primeira carta, e no "Feliz é você", da sua quarta Carta.


E que Francisco, o seu companheiro humano da aventura esponsal, também se arrebatou no "Cântico de Frei Sol" e no cântico "Ouvi pobrezinhas".


Mas de uma maneira toda especial nos Salmos que criou para o Ofício da Paixão e em quase todas as suas orações.


Eles entraram na torrente dos cânticos bíblicos.

com minha benção
Pe.Emílio Carlos+

Nenhum comentário:

Postar um comentário