Santa Teresa de Jesus diz que "quem não faz oração não necessita de demônio que lhe tente". Santo Afonso Maria de Ligório, por sua vez, diz que "é pela oração que todos os santos não só se salvaram, senão que chegaram a ser santos.
A oração é a vida do coração novo, diz o catecismo. Deve animar-nos em todos os momentos. Nós, sem embargo, esquecemos muito facilmente sobre quem é nossa Vida e nosso Tudo. Por isso, os Pais espirituais, na tradição do Deutoronômio e dos profetas, insistem na oração como um recordar-se de Deus, um frequente despertar a memória do coração: "é necessário acordar-se de Deus mais frequentemente que o próprio respiro" (S. Gregório Naziazena). Porém não se pode orar em todo o tempo se não se ora, com particular dedicação, em alguns momentos: são os tempos fortes da oração cristã, em intensidade e em duração (Cat.2697)
Para estas graças tão grandes que Deus me fez a porta é a oração, dizia Santa Teresa de Jesus. Fechada esta porta não se conhece outra. É preciso abrir a porta a Deus, "que a quer só e limpa com vontade de receber (os dons de Deus"" (V 8,9).
Abrir a porta significa adotar uma atitude receptiva, acolhedora, aberta, com a qual manifestamos nossa vontade de receber uma pessoa que se espera, que está aqui. Em termos de relação, significa acolher o amor, a companhia de alguém que nos brinda, responder a uma presença com um gesto de comunhão. A amizade é o maior gesto da liberdade humana. Também e com mais razão o é a oração-amizade.
Aqui tem uma decisiva importância a imagem de Deus que possa ter. Em um primeiro momento a imagem de Deus que recebi. O serviço que nos prestam neste campo os místicos é excepcional. Em um texto Santa Teresa nos diz que Deus "quer entrar e alegrar-se". Deus se consola com quem ora (CV 26,6), sente-se bem quando está conosco (CV29,6). Como um grande amigo o Senhor dá sempre oportunidade à pessoa, e a espera, nem que seja por muitos dias e anos (2M1,3).
Intelectualmente, para quem crê que Deus é amor, isto não lhe oferecerá dificuldade, nem novidade. Não devemos nos espantar com tamanha consideração por parte de Deus - tudo é possível para o Senhor (V 34,12). Trata-se de uma questão de fé, de um anúncio recebido, ponto de apoio para que se converta progressivamente em experiência. Ninguém, porém, saberá do amor de Deus se não se trata com ele pessoalmente.
Santa Teresa escreve para que as pessoas possam "lambuzar-se" de um bem tão alto (V 18,6) que é o bem da oração. Ela deseja despertar em seus leitores a vontade firme de tratar com quem faz tantas misericórdias (1M 1,4), animar-nos para grandes coisas (V13,3).
Santa Teresa sabe como ninguém sobre a dificuldade em iniciar e perseverar no caminho da oração. A partir de sua experiência é que pode dizer: "quem poderá desconfiar, pois a mim tanto sofrimento me trouxe, só porque desejava e procurava tempo para que estivesse comigo? (8,8). Por isso não duvidará em afirmar o grande bem que faz Deus a uma alma que se dispõe à oração (V8,4).
Além do desejo no caminho da oração, é importante a perseverança, a superação da tentação do desalento, que pode levar ao seu abandono e os sentimentos de uma falsa humildade. Por isto afirma que "se não a abandona (a oração) encontrará o porto da salvação" (V 19,5). com minha benção Pe.Emílio Carlos+
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