A resposta a esta pergunta exige resposta à outra, existencial: Quem somos nós? Não podemos reduzir Deus a uma projeção humana. O grande filósofo Feuerbach já denunciou os riscos de confundirmos Deus com projeções humanas.
No passado e no presente, muitas imagens de Deus serviram e servem para meter medo nas pessoas, paralisá-las, mantê-las na infantilidade.
Precisamos desconstruir imagens de Deus e reconstruir outras imagens mais libertadoras. O Deus verdadeiro abomina toda e qualquer idolatria, seja ela do mercado, do capital, da tecnologia ou do devocionismo.
Nosso Deus nunca foi vingativo, não pune, não mete medo, não é "onipotente" (ou todo- poderoso). Nosso Deus é Amor, 1000% amor, só misericórdia (1Jo 4,8).
Estamos vivendo uma revolução profunda: a da era da cibernética, da robótica, da internet. Na história da humanidade já atravessamos diversas revoluções profundas, tais como a revolução da agricultura, na época do neolítico e a revolução industrial, na época moderna. As revoluções profundas trazem mudanças substanciais na forma de encarar o mundo, nas relações e na estruturação da vida social, política, econômica, cultural e religiosa.
O Deus trinitário clama por comunhão holística (total) - material e de participação na mesma mesa da vida.
A santíssima Trindade não quer somente fraternidade espiritual ou de amizade, mas também fraternidade econômica, política e cultural.
Não agradam à Trindade pessoas que se encontram para a eucaristia aos domingos, mas que durante a semana são umas opressoras das outras.
A Trindade, a melhor Comunidade de Vida, convida-nos para a superação do antropocentrismo. Não dá para continuarmos pensando que existe o meio ambiente, a ecologia e nós os humanos, como se fôssemos superiores ao resto da criação.
É hora de percebermos que fazemos parte de uma grande Comunidade de Vida, composta por todos os seres minerais, animais, vegetais e humanos. Somos todos filhos e filhas do mesmo forno. Viva a Trindade em nós!
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