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Cura de um braço paralisado
Evangelho: Lucas (Lc 6, 6-11)
Aconteceu num dia de sábado 6que Jesus entrou na sinagoga e começou a ensinar. Aí havia um homem cuja mão direita era seca. 7Os mestres da lei e os fariseus o observavam, para verem se Jesus iria curá-lo em dia de sábado, e assim encontrarem motivo para acusá-lo. 8Jesus, porém, conhecendo seus pensamentos, disse ao homem da mão seca: "Levanta-te e fica aqui no meio". Ele se levantou e ficou de pé. 9Disse-lhes Jesus: "Eu vos pergunto: O que é permitido fazer no sábado: o bem ou o mal, salvar uma vida ou deixar que se perca?" 10Então Jesus olhou para todos os que estavam ao seu redor, e disse ao homem: "Estende a tua mão". O homem assim o fez e sua mão ficou curada. 11Eles ficaram com muita raiva, e começaram a discutir entre si sobre o que poderiam fazer contra Jesus. Palavra da Salvação!
Leituras nos evangelhos sinóticos: Mt 12,9-14; Mc 3, 1-6; Lc 13, 10-17
Comentando o Evangelho
A ruptura consumada
O cerco armado pelos fariseus contra Jesus não o impediu de agir de acordo com a sua consciência. Ele desrespeitava a Lei do repouso sabático, quando estava em jogo interesses maiores, como a preservação da vida humana. Esta é a questão de fundo do incidente ocorrido na sinagoga.
A simples observação - "havia ali um homem cuja mão direita estava seca" - esconde uma situação dramática. Tratava-se, sem dúvida, de um trabalhador cuja mão direita era necessária para garantir o sustento de sua família. Impedido de dedicar-se ao trabalho, como era de se esperar de um agricultor, é bem provável que sua família sofresse privações. Ajudá-lo seria a melhor forma de garantir a sobrevivência digna de muitas pessoas.
Daí a iniciativa de Jesus de colocá-lo no meio da assembleia e dirigir uma pergunta, de maneira particular, aos mestres da Lei e aos fariseus que o observavam para encontrar um motivo para acusá-lo. A pergunta do Mestre contrapunha a prática do bem à prática do mal, a ajuda fraterna para salvar alguém à atitude de desprezo diante do semelhante que está em dificuldade. Afinal, ele quer dizer que, em dia de sábado, é permitido fazer o bem e salvar quem necessita, como fará, em seguida, com o homem da mão seca. Só é proibido fazer o mal, prejudicar o semelhante e fazê-lo correr risco de vida.
Diante disto, os inimigos se encheram de raiva e começavam a tramar um meio de eliminar Jesus. É que não puderam suportar tamanha liberdade diante da tradição religiosa.
A†Ω
Para sua reflexão: A sinagoga é o lugar do ensinamento de Jesus, que é mais importante ainda que a cura, porque por meio da controvérsia eleva a princípio o caso particular. Ensina com a palavra e dá uma lição com o milagre explicado. Lucas atribui a letrados e fariseus uma intenção má: espiam em silêncio: “homens cruéis me espreitam emboscados” para acusá-lo diante da autoridade suprema (ver o caso de Daniel, Dn 6, 12). Na doença se antecipa a morte; por isso, curar e fazer o bem, arrancar ou afastar da morte. Omitir o socorro possível em tais circunstâncias é fazer um mal. O doente centraliza e concentra a atenção. Ora, a vida é mais importante que o sábado. Jesus provoca e desafia os desumanos intérpretes da lei, “que decretam injustiças invocando a lei” (Sl 94,20). (Bíblia do Peregrino)
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