Jo 3,7b-15
Quem se faz discípulo do Ressuscitado deve dispor-se a viver a aventura do Espírito.
Esta exigência está contida na afirmação enigmática de Jesus: “O vento sopra onde quer; você ouve o barulho, porém, não se sabe de onde ele vem nem para onde vai.
A mesma coisa acontece com quem nasceu do Espírito”.
Este alerta é fundamental para quem foi iniciado no processo de discipulado. Tornar-se discípulo de Jesus comporta colocar-se à inteira disposição do Espírito.
Só assim, irá se precaver contra a tentação de querer aprisionar o Espírito e colocar Deus dentro dos próprios limites humanos. Opção empobrecedora, pois impede o ser humano de deixar desabrochar toda a riqueza de dons que lhe foi confiada por Deus.
Fechando-se dentro de seus próprios limites, o discípulo tende a acomodar-se, a não ser criativo, e a contentar-se com o pouco, a deixar-se abater pelas críticas, pelas incompreensões e pelos insucessos.
Soprando onde e como quer, o Espírito proporciona ao discípulo um dinamismo incomum, a ponto de se admirar com os próprios feitos.
Embora pequeno e frágil, não temerá realizar grandes empresas.Tornar-se-á forte diante das contrariedades da vida, a ponto de superá-las todas, e destemido em se tratando de dar testemunho do Ressuscitado.
Mostrar-se-á, também, possuidor de uma sabedoria, antes desconhecida; e manterá viva a chama da fé e da esperança, quando o fracasso bater à sua porta.Basta deixar-se conduzir pelo Espírito!
A Vida no Espírito nos coloca em duas dimensões dentro do viver cristão. A vida cristã age em dupla dimensão: vertical e horizontal. A primeira nos faz tomar consciência do amor infinito do Pai que "mandou seu Filho como salvador do mundo" (versículo 14) e quer viver em nós (versículo 16).
A perfeita união realiza-se particularmente na comunhão eucarística: nossa carne, nosso sangue misturam-se à carne e ao sangue de Deus; somos transformados e divinizados."Não somos nós que transformamos Deus em nós - afirma Santo Agostinho - mas somos transformados nele".A segunda dimensão do amor fraterno, o amor aos irmãos, é uma conseqüência e um sinal do amor de Deus (versículo 12).
Também este aspecto da caridade fraterna tem sua plena realização na Eucaristia: "Participando realmente do corpo do Senhor ao romper do pão eucarístico, somos elevados à comunhão com ele e entre nós".
Este amor torna-se no cristão força transformadora e operativa, capaz de afugentar todo temor (versículo 18).
Com minha pobre benção.
Pe. Emílio Carlos Mancini. +
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