8 de Agosto de 2010
Não somos a nossa própria origem.
Há felicidade em receber… Se Jesus declara felizes os servidores que esperam para estarem prontos para servir, é porque vão beneficiar de um privilégio extraordinário: em lugar de servir, vão ser servidos, e logo pelo seu Mestre.
O fato de esperar muda totalmente a situação. Jesus recomenda para se vigiar porque é uma atitude daquele que espera e assim manifesta que a pessoa esperada tem um preço a seus olhos. No momento em que Lucas escreve o seu Evangelho, os cristãos estão um pouco adormecidos e desanimados, pois parece que o Mestre tarda a voltar, como havia prometido. Terão eles esquecido que Ele tinha prometido o seu regresso de imprevisto? A sua felicidade depende da sua espera ativa…
À ESCUTA DA PALAVRA.
Decididamente, Jesus não Se cansa de chamar os seus discípulos a uma vida de pobreza, no Evangelho deste domingo e do domingo passado. Mas Ele próprio sabia bem que o dinheiro é necessário para viver.
O grupo dos apóstolos tinha uma bolsa comum. São Paulo fará um peditório, que dará uma grande soma, para a Igreja de Jerusalém. Segundo o Evangelho, a pobreza não é a miséria.
Já domingo passado Jesus nos convidava a sermos ricos em vista de Deus e não a amealharmos para nós mesmos. Hoje, diz uma pequena frase muito esclarecedora: “Não temas, pequenino rebanho, porque aprouve ao vosso Pai dar-vos o Reino”.
O Pai quer encher-nos com a sua plenitude. Mas isso supõe, da nossa parte, uma atitude de despojamento para nos tornarmos disponíveis e acolhedores do dom de Deus.
Recordemos que somos apenas criaturas. Não somos a nossa própria origem. Desde o início da nossa existência, devemos primeiramente tudo receber, a começar pela vida.
Numa palavra, devemos, em primeiro lugar, ser amados para podermos aprender a amar. A verdadeira pobreza consiste em reconhecer a ligação de dependência no amor e na vida. Se a recusamos, fechamo-nos em nós mesmos, numa riqueza que poderá asfixiar-nos.
Dito de outro modo, somos convidados a nunca esquecer que tudo o que temos e somos é sempre, antes de mais, um dom.
Não somos proprietários da vida. Dela temos apenas usufruto.
O nosso Pai confia-nos a vida, para que a façamos frutificar em aventura de amor.Isso deveria preservar-nos do “espírito de possessão” e abrir o nosso coração para aprender sem cessar a receber e podermos, por nossa vez, dar.
PALAVRA PARA O CAMINHO…
Incidir sobre os verdadeiros valores… O nosso tesouro terrestre ocupa muitas vezes todas as nossas energias e a nossa vigilância.
Acontece o mesmo com o tesouro que somos convidados a constituir em vista do Reino?
Se o Mestre viesse hoje, como nos encontraria? Prontos a servir, prontos a acolhê-lo?…
A nossa fé, como a de Abraão, é bastante viva para incidir sobre os verdadeiros valores?
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