O bem-aventurado Domingos de Gusmão voltou a rezar no lugar onde estava habituado, em outras épocas e assim que iniciou suas orações, foi arrebatado espiritualmente até Deus.
Domingos viu o Senhor e, à sua direita, a bem-aventurada Virgem Maria que parecia estar envolta em um manto cor de safira.
Olhando à sua volta, pôde visualizar religiosos de Ordens diversas, porém nenhuma pessoa que pertencesse à Ordem que fundara. Então, pôs-se a chorar amargamente e não ousava se aproximar do Senhor nem de sua santa Mãe.
Nossa Senhora acenou-lhe com a mão, convidando-o a aproximar-se.
Ele não ousava se acercar da Santíssima Virgem, até que o Senhor, por sua vez, o chamou. Ele obedeceu, e, aproximando-se, prosternou-se diante deles, chorando, penosamente.
O Senhor perguntou-lhe: ─ Por que choras tão amargamente?
Ele respondeu: ─ Choro porque vejo, aqui, religiosos de todas as Ordens, menos os da minha Ordem.
E o Senhor lhe disse: ─ Você quer ver a sua Ordem?Domingos respondeu, trêmulo: ─ Sim, meu Senhor.
Deus pousou a mão sobre o ombro da Virgem Maria e disse ao bem-aventurado Domingos: ─ Você quer realmente ver a sua Ordem?Domingos de Gusmão respondeu mais uma vez: ─ Sim, meu Senhor.
Naquele momento, sob os olhos pasmos do bem-aventurado Domingos, a bem-aventurada Virgem Maria abriu o seu manto, estendendo-o, de forma tão ampla e extensa que cobria toda a pátria celeste.
Ele viu, então, sob o manto da Mãe Santíssima, uma inumerável quantidade de Irmãos de sua Ordem.
O bem-aventurado Domingos de Gusmão prostrou-se para dar graças a Deus e à bem-aventurada Virgem Maria, sua Mãe, e a visão desapareceu.
R. P. Henri-Dominique Lacordaire
Vie de saint Dominique (Vida de São Domênico), 1872
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