Diz-se que, mesmo antes de um rio cair no oceano, ele treme de medo.
Olha para trás, para toda a jornada: os cumes, as montanhas, o longo caminho sinuoso através das florestas, através dos povoados, e vê a sua frente um oceano tão vasto que entrar nele nada mais é que desaparecer para sempre.
Mas não há outra maneira.
O rio não pode voltar. Ninguém pode voltar.
...Voltar é impossível na existência. Você pode apenas ir em frente.
O rio precisa se arriscar e entrar no oceano.
E somente quando ele entra no oceano é que o medo desaparece, porque apenas então o rio saberá que não se trata de desaparecer no oceano.
Mas tornar-se OCEANO.
Por um lado é desaparecimento e por outro é renascimento.
Assim somos nós. Voltar é impossível na existência.
Você só pode ir em frente e se arriscar. Coragem!
Tudo nos deve levar ao fim. Tudo deve ser usado, mas não abusado. Ademais, devemos ver em tôdas as criaturas não o pecado, o aspecto negativo, mas a mão criadora de Deus.
A beleza, por exemplo, não deve ser olhada como perigo de ofender a Deus, mas ocasião de ser um reflexo da beleza divina. É o que fez a jovem e lindíssima espanhola, Teresa Quevedo, que se enfeitava ainda mais, para ser admirada, e no íntimo rezava: “para que vendo a mim, vejam a vós, meu Deus”! Ela realmente quis ser um reflexo da beleza de Deus, o que causou grande honra a Deus.
Em vez de enterrar o talento recebido, com ares de uma austera ascese, valorizou-o, aparecendo como mensageira da beleza cristã.
De sorte que a santidade não está nos meios, mas no fim a ser alcançado. Os meios têm valor, na proporção que levam ao fim.
Desta maneira, um missionário não se apega ao meio, mas usa o meio para o fim.
Se anda de automóvel ou de carro de boi, é acidental: o que interessa é alcançar o seu fim.
Se o automóvel ajuda mais, então vale-se dele, não por ser um automóvel, mas por ser mais útil ao fim.
Tanto faz rolar sôbre o cascalho ou deslizar sôbre o asfalto: interessa a meta!
Da mesma forma, jejuar ou comer por três são meios de per si indiferentes, mas que são valorizados, pelo fim que visam . Se o santo jejua, para alcançar uma graça especial ou a vitória duma tentação, o meio é ótimo.
Se o apóstolo jejuasse, em detrimento das almas a si confiadas, podería ser grande êrro, porque o meio não condiz com o fim.
É isto que diz também São Paulo: usar as criaturas, como não usando. Não reduzir o horizonte dos olhos à criatura, ao meio, à flecha do caminho, mas ao fim, à meta, ao eterno, imperecível.
O severo jejum de são Luiz Gonzaga ou a boa alimentação de são Pedro Canísio, não são a essência da santidade.
É o conceito exato que tiveram da vida: ela é preparação para a eternidade.
Ela foi o fim, que ambos procuraram e alcançaram, um jejuando e outro comendo “por três”.
Do meu livro : Rendição Total -Um Caminho de Santidade
Ed. Com Deus
Pe.Emílio Carlos+
Com minha pobre benção .
Quero lhe falar hoje, daquele e-mail que você, me passou e que me deixou sem palavras.
ResponderExcluirVocê diz que as gotas da minha vida fizeram você mergulhar no oceano divino do Amor. Meu Pai, minha vida é tão pobre,tão mesquinha, tão pequena, mas reconheço que apesar disso, amo sim a Deus Trindade com tudo que há mim.Foram os grãozinhos de areia da praia que me serviram de caminho para o mar desse Infinito Amor. Pensei, pois bem, quero também mergulhar nesse oceano e lá no mais profundo abismo desse amor, me ajuntar a você para amar e só amar a Deus . Será mais um gesto de nossa união espiritual toda centrada n'Ele só.Gotinha