O «Diabo» («dia-bolos») é aquele que «se atravessa» no desígnio de Deus e na sua «obra de salvação» realizada em Cristo. «Assassino desde o princípio, [...] mentiroso e pai da mentira» (Jo 8, 44), «Satanás, que seduz o universo inteiro» (Ap 12, 9), foi por ele que o pecado e a morte entraram no mundo, e é pela sua derrota definitiva que toda a criação será «liberta do pecado e da morte» (Missal Romano).
«Sabemos que ninguém que nasceu de Deus peca, porque o preserva Aquele que foi gerado por Deus, e o Maligno, assim, não o atinge. Sabemos que somos de Deus e que o mundo inteiro está sujeito ao Maligno» (1 Jo 5, 18-19). [...]
A vitória sobre o «príncipe deste mundo» (Jo 14, 30) foi alcançada, duma vez para sempre, na «Hora» em que Jesus livremente Se entregou à morte para nos dar a sua vida.
Foi o julgamento deste mundo, e o príncipe deste mundo foi «lançado fora» (Jo 12, 31). «Pôs-se a perseguir a Mulher» (Ap 12, 13-16), mas não logrou alcançá-la: a nova Eva, «cheia da graça» do Espírito Santo, foi preservada do pecado e da corrupção da morte [...]. Então, «furioso contra a Mulher, foi fazer guerra contra o resto da sua descendência» (Ap 12, 17). Eis porque o Espírito e a Igreja rogam: «Vem, Senhor Jesus!» (Ap 22, 17.20), já que a Sua vinda nos libertará do Maligno.
Ao pedirmos para sermos libertados do Maligno, pedimos igualmente para sermos livres de todos os males, presentes, passados e futuros, dos quais ele é autor ou instigador.
Nesta última petição, a Igreja leva à presença do Pai toda a desolação do mundo. Com a libertação dos males que pesam sobre a humanidade, a Igreja implora o dom precioso da paz e a graça da espera perseverante do regresso de Cristo.
Orando assim, antecipa na humildade da fé a recapitulação de todos e de tudo n'Aquele que «tem as chaves da morte e da morada dos mortos» (Ap 1, 18), «Aquele que é, que era e que há-de vir, o Todo-Poderoso» (Ap 1, 8).
Catecismo da Igreja Católica, §§ 2851-2854
com minha benção sacerdotal
Pe.Emílio Carlos+
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O único maior presente que Nosso Senhor nos deu além dos Salmos e da Oração do Pai-Nosso foi o presente que fez de si mesmo.
Porque citar Santa Teresa?
Precisamente porque ela tem um método próprio de rezar o Pai Nosso, e talvez ganhemos em o conhecer.
Santa Teresa ligava os sete pedidos do Pai Nosso aos títulos de Deus dados por nosso amor.
Quais esses títulos para os três primeiros pedidos?
No primeiro pedido ela o honra especialmente como seu Pai; no segundo o adora como seu Rei; no terceiro o ama como seu Esposo.
E como reza nos outros pedidos?
No quarto, onde se pede o pão de cada dia, reconhece Jesus como seu Pastor; no quinto como seu Redentor; no sexto como seu Medico; e no sétimo como seu Juiz.
Será possível para nós rezar como Santa Teresa?
Não podemos nos comparar a uma tão grande alma; mas instruídos por seu exemplo e suas lições, peçamos humildemente a Deus para nos dar a graça de avançarmos na compreensão do Pai Nosso, e para o rezarmos melhor.
A oração do Pai nosso é sem dúvida nenhuma a principal fórmula de oração cristã.
Ela é de suma importância, pois nos foi dada pelo próprio Jesus Cristo. Ou seja o próprio Deus, como Verbo encarnado, nos mostra a maneira correta e eficiente de orar.
Por isso, o Pai nosso é chamado de oração dominical, ou seja, oração do Senhor.
Cristo, como Verbo Encarnado, sabe exatamente das necessidades dos seus irmãos e irmãs humanas.
E como Filho de Deus nos ensina esta oração. Mas Cristo não quer que repitamos esta oração maquinalmente. Ela deve ser proferida com humildade e confiança com o auxilio do Espírito Santo.
O Pai nosso é realmente o resumo de todo o Evangelho.
Depois de nos ter legado esta fórmula de oração, o Senhor acrescentou: “Pedi e vos será dado” (Lc 11,9). Cada qual pode, portanto, dirigir ao céu diversas orações conforme as suas necessidades, mas começando sempre pela oração do Senhor, que permanece a oração fundamental.
Percorrendo todas as orações das Escrituras, é difícil encontrar nelas algo que já não esteja incluído no Pai Nosso.
São Tomás de Aquino já dizia: “A oração dominical é a mais perfeita das orações... Nela não só pedimos tudo quanto podemos desejar corretamente, mas ainda segundo a ordem em que convém desejá-lo. De modo que esta oração não só nos ensina a pedir, mas ordena também os nossos afetos.”
* Não nos deixeis cair em tentação – este sexto pedido está ligado de certa forma ao anterior, pois para alcançarmos o perdão dos pecados, devemos nos arrepender e não querer pecar novamente.
A misericórdia de Deus não atinge os duros de coração, pois estes não a deixam penetrar. Como nós somos fracos, pedimos a Deus-Pai a força necessária para não sucumbirmos à escravidão do pecado. Como dizia são Paulo: “ Tudo posso naquele que me fortalece”. O homem tem que aprender a conviver com suas fraquezas e com suas quedas, saber perdoar a si mesmo, pois se Deus o perdoa, por que ele não perdoará a si mesmo?
A tentação é a prova da fé, como o é também da fraqueza humana. Nela o homem toma consciência de que, por si só e por suas próprias forças, a queda é inevitável. Orígenes dizia: “É preciso orar, não para deixar de ser tentados, o que é impossível, mas para não ser levados pela tentação”.
* Mas livrai-nos do mal – este pedido é uma referência bem específica ao maligno. Jesus Cristo nos redimiu, isto é, libertou-nos de todo o mal. Livrar-nos do mal não pode significar outra coisa a não ser livrar-nos da escravidão. A vitória de Jesus Cristo sobre o mal e o maligno significa e ajuda o aniquilamento de todos os demônios.
O Pai nosso implica o esforço e a luta pelo triunfo final do bem sobre o mal, do amor sobre o egoísmo, como meta que deve guiar nossos passos e nossas esperanças. Nesta petição final, pedimos a Deus que nos livre de todos os males, mas que não o deixe para o céu.
Assim o fará, porque essa é a única maneira pela qual a libertação que Jesus Cristo realizou na terra seja realmente efetiva também na terra.
Em certo sentido, esta última petição resume todas as súplicas anteriores, pois o nome de Deus somente pode ser santificado nos libertados do Maligno, mediante a vinda do seu reino, e com o cumprimento de sua vontade, somente eles podem receber o pão supersubstancial e o perdão; somente a eles é garantida a vitória na tentação.
E isso significa: O Pai-nosso é a prece da libertação cristã, a prece radical e verdadeira libertação. No Pai-nosso, pedimos ao Senhor sete coisas.
Todavia em contrapartida, ele também nos pede algo. Para que possa realizar essas sete coisas, e para que as possamos conduzir a um final feliz, ele nos pede apenas uma: que vivamos como irmãos e irmãs, que nos amemos como ele nos ama.
*Sois Rei, Deus meu, por toda a eternidade; não é emprestado o Reino que tendes, Quando se diz no Credo: "Vosso Reino não terá fim", experimento, quase sempre, particular alegria, Dou-vos mil louvores, Senhor, e bendigo-vos para sempre; enfim, vosso Reino durará eternamente (Caminho 22,1).
Ó Jesus meu, quem pudera dar a entender a majestade com que vos mostrais e quão Senhor de todo este mundo, dos céus e de outros mil mundos e de inumeráveis mundos e céus que poderíeis criar! Claramente se vê, Jesus meu, o pouco poder de todos os demônios em comparação do vosso, Na verdade, quem vos tiver contentado plenamente pode calcar aos pés o inferno todo, Sim, quereis dar a entender quão grande é o poder de vossa sacratíssima Humanidade unida à divindade, Aqui se representa bem o que será no dia do juízo ver a majestade deste Rei e o rigor que mostrará aos maus. Aqui é a verdadeira humildade incutida na alma pela vista de sua miséria que não pode ignorar; aqui, a confusão e o verdadeiro arrependimento dos pecados, Vendo a alma que apesar de tantas infidelidades continuais a dar-lhe tantas mostras de amor, não sabe o que fazer, e assim fica aniquilada (Vida 28, 8-9).
Sta. Teresa de Jesus
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