Eis o meu servo: nele se compraz minh’alma.
Salmo responsorial: 28(29),1a.2.3ac-4.3b.9b-10 (R/. 11b)
Que o Senhor abençoe, com a paz, o seu povo!
Segunda leitura: Atos dos Apóstolos 10,34-38
Foi ungido por Deus com o Espírito Santo.
Evangelho: Mateus 3,13-17
Eis meu filho muito amado, em quem ponho meu agrado.
Hoje, como comunidade de pessoas que acreditam, celebramos o batismo de Jesus e, junto com ele, nosso batismo.
Assim, pois, as leituras deste dia nos oferecem três elementos que identificam o verdadeiro batismo do Senhor.
Um primeiro elemento nós o encontramos no texto de Isaías, que nos fala da atitude do servo de Deus; este foi chamado e assistido pelo Espírito para levar a termo uma especial missão no povo de Israel: tornar presente com sua vida a atitude mesma de Deus para com a humanidade, isto é, evidenciar que Deus instaura sua justiça e sua luz por meio da debilidade do ser humano.
Portanto, a tarefa de todo batizado é testemunhar que Deus está agindo em sua vida, sinal de que sua maneira de existir no meio da comunidade, deve ser uma existência que promova solidariedade e justiça para com os mais necessitados, pois neles Deus age e salva; neles se faz presente a libertação querida por Deus.
O segundo elemento está presente no relato dos Atos dos Apóstolos. A intenção central deste relato é afirmar que a mensagem de salvação, vivida e anunciada por Jesus de Nazaré, é para todos, sem exceção. A única exigência para participar da obra de Deus é iniciar um processo de mudança (respeitar a Deus e praticar a justiça), que consiste em abrir-se para Deus e abandonar toda classe de egoísmo para poder ir, em total liberdade, ao encontro do outro, pois é no outro onde se manifesta Deus.
A exemplo de Jesus, todo batizado tem o dever de passar pela vida “fazendo o bem”; tem a tarefa constante de mudar de vida, de despojar-se de todo interesse egoísta para ser testemunha da salvação.
O evangelho de Mateus desenvolve o terceiro elemento que identifica o verdadeiro batismo: A obediencia à vontade de Deus.
“A justiça plena” à qual se refere Jesus no diálogo com João Batista, manifesta a íntima relação existente entre o Filho de Deus e o projeto do Pai.
Isto significa que o bstismo é a plenitude da justiça de Deus, já que as atitudes e comportamentos de Jesus têm a finalidade de fazer a vontade de Deus. Essa obediência e abertura à ação de Deus, afirmam sua condição de filho; é filho porque obedece e se identifica com o Pai.
Essa identidade de Jesus com o Pai (ser Filho de Deus) confirmam os fatos do batismo: O céu se abre, desce o Espírito Santo e uma voz comunica que Jesus é Filho predileto de Deus. É “filho” à maneira do servo sofredor de Isaías (Is 42, 1): filho obediente que se encarna na historia e participa completamente da realidade humana. O batismo, em conseqüência, provoca e mostra a atitude de toda a pessoa aberta à divindade e à vontade de Deus.
Resumindo, é normal que o cristão se sinta chamado a ser filho, identificado em tudo com o Pai.
Quem se crê assim, procura, com seu agir, tornar presente a justiça e o amor de Deus. Pena que na atualidade o batismo tenha sido restrito a um mero rito religioso, desligado da vida e da experiência de fé da pessoa que crê.
O cristão precisa lembrar que o batismo é o fato fundamental do ser cristão, pois ele nos faz participar da vida, ainda que passando pela morte, mas alcançando a ressurreição com Cristo.
Em síntese, o batismo significa a entrega generosa a Deus e aos irmãos, a exemplo do próprio Cristo.
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