- Para quem são esses presentes?
Os príncipes da Pérsia, cheios de alegria, muniram-se de presentes, ao deixar o seu país, levando, ao Filho da Virgem, ouro, incenso e mirra. Quando entraram na gruta, encontraram a criança deitada na manjedoura, junto à sua pobre mãe. Prostrando-se, diante do infante, adoraram-no, com o coração repleto de alegria, e lhe ofereceram suas dádivas.
Disse-lhes Maria: - Para quem são esses presentes? Com que finalidade? Qual foi o motivo que vos fez sair de vossas terras, fazendo-vos chegar até esta criança com vossos tesouros?
Eles responderam: - Vosso filho é Rei; ele reúne todos os diademas, porque ele é o Rei universal, e o seu reino é maior do que o mundo, e tudo cede e rende-se ao seu império.
- Como é possível que uma pobre mulher tenha dado à luz um Rei? Eu sou humilde e carente de todas as coisas; como poderia ser a mãe de um Príncipe?
- Somente vós tendes a honra de ter gerado o grande Rei; através de vós, a pobreza é glorificada, e todas as coroas estão sujeitas ao vosso filho.
- Os tesouros dos reis não são para mim, a riqueza jamais foi o meu quinhão. Esta casa é o que há de mais pobre; este retiro é desprovido de tudo: por que motivo, então, dizeis que meu filho é um Rei?
- Vosso filho é, por si mesmo, um grande tesouro: suas riquezas bastam para enriquecer toda a humanidade. Os tesouros dos reis se esgotam, desaparecem: ele, ao contrário, jamais se esgotará, jamais se consumirá, nem se dosará.
Santo Efrém
em Dom Prosper Guéranger. O Ano Litúrgico. O tempo de Natal.
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