A SOBERBA E A HUMILDADE...
A soberba produz somente inquietação e insatisfação, em contraste com o profundo gozo interior que provém da humildade.
A soberba orienta as coisas para o próprio eu e analisa todos os acontecimentos por uma perspectiva exclusivamente subjetiva: se as coisas agradam ou não, se trazem uma vantagem ou exigem esforço... E não considera se se trata de algo bom em si mesmo ou para os outros. Esse egocentrismo leva a julgar o modo de atuar ou de pensar dos outros de acordo com as próprias categorias, e a mover-se com a pretensão, mais ou menos explícita, de que os outros devem comportar-se como a pessoa deseja. Isto explica por que um homem soberbo é vítima de freqüentes aborrecimentos quando acha que não o consideram suficientemente, ou fica triste ao perceber os seus próprios erros ou as melhores qualidades dos outros.
Quando alguém se deixa levar pela soberba, ainda que procure buscar a sua própria complacência, sempre alberga um ponto de desassossego. O que lhe falta para ser feliz? Nada, porque tem tudo. E tudo, porque perdeu de vista o fundamental: a sua capacidade de dar-se aos outros. O seu comportamento forjou um modo de ser que lhe dificulta encontrar a verdadeira felicidade.
Por outro lado, para a pessoa humilde, confrontar-se com a vontade de Deus é causa de alegria. Mais ainda, é o único motivo de verdadeiro júbilo. Certamente, ao pôr-se diante d’Ele, descobre a sua finitude e a sua pequenez. Mas a sua condição de criatura, longe de ser uma ocasião de tristeza ou desesperança, é fonte de íntima alegria. A humildade é uma luz que leva o homem a descobrir a grandeza da sua própria identidade, como ser pessoal capaz de dialogar com o seu Criador, e a aceitar, com completa liberdade, a sua dependência d’Ele.
A alma enamorada aprende a ser humilde, cada dia, na oração: «A oração” é a humildade do homem que reconhece a sua profunda miséria e a grandeza de Deus, a quem se dirige e adora, de maneira que tudo espera d’Ele e nada de si mesmo» .
A paz somente é recuperada quando, ao invés de raciocinarmos e refletirmos em nosso interior sobre o que nos acontece, procuramos deixar de lado estas preocupações e voltamos a Cristo.
«Alma calma» - palavras muito apreciadas, porém São Josemaría Escrivá, fundador da Opus Dei, sintetizam todo um programa de vida em que a alma, contando com a graça divina, enfrenta qualquer dificuldade com ardor e prudência. Quando se vive assim, cumpre-se o que São Josemaria ensinava: «Todas aquelas contradições que tantas vezes nos fizeram sofrer, não foram a causa da perda da alegria e da paz em momento algum, porque pudemos experimentar que o Senhor tira doçura — mel saboroso — das rochas áridas da dificuldade: de petra, melle saturavit eos (Sal 80, 17)».
A nossa Mãe Santa Maria faz-nos presente a necessidade de sermos humildes para vivermos perto de Deus. Ela é modelo de alegria, precisamente porque também é modelo de humildade: A minha alma glorifica o Senhor; e o meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador. Porque pôs os olhos na baixeza da sua escrava.
(Trechos tirados: http://www.opusdei.org.br/)
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