«Creio na comunhão dos santos»
S. Mateus 5,1-12a.
Naquele tempo, ao ver as multidões, Jesus subiu a um monte. Depois de se ter sentado, os discípulos aproximaram-se dele.
Então tomou a palavra e começou a ensiná-los, dizendo:
«Felizes os pobres em espírito, porque deles é o Reino do Céu.
Felizes os que choram, porque serão consolados.
Felizes os mansos, porque possuirão a terra.
Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados.
Felizes os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia.
Felizes os puros de coração, porque verão a Deus.
Felizes os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus.
Felizes os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles
é o Reino do Céu.
Felizes sereis, quando vos insultarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o gênero de calúnias contra vós, por minha causa.
Exultai e alegrai-vos, porque grande será a vossa recompensa no Céu; pois também assim perseguiram os profetas que vos precederam.»
Reflexão:
«Creio na comunhão dos santos»
Irmãos amados, velemos com cuidado sobre tudo o que diz respeito à nossa vida comunitária, «esforçando-vos por manter a unidade do Espírito, mediante o vínculo da paz» pela «graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo» (Ef 4,3; 2Co 13,13). Do amor de Deus procede a unidade do espírito; da graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, o vínculo da paz; da comunhão do Espírito Santo, a comunhão necessária àqueles que vivem em comum. [...]
«Creio no Espírito Santo, na santa Igreja Católica, na comunhão dos santos» (Credo). Aqui reside a minha esperança, a minha confiança, toda a minha segurança na confissão da minha fé. [...] Se me for dado, Senhor, poder «amar-Te e amar o meu próximo» (cf Mt 22,37-39), embora os meus méritos sejam bem poucos, a minha esperança eleva-se muito acima deles. Tenho confiança que, pela comunhão da caridade, os méritos dos santos me sejam úteis e, assim, a comunhão dos santos suprirá a minha insuficiência e a minha imperfeição. [...]
A caridade dilata a nossa esperança até à comunhão dos santos, na comunhão das recompensas. Mas essa diz respeito aos tempos futuros: é a comunhão da glória que será revelada em nós.
Assim, há três comunhões: a comunhão da natureza, à qual se juntou a comunhão do pecado [...]; a comunhão da graça; e, finalmente, a da glória.
Pela comunhão da graça, a comunhão da natureza começa a ser restabelecida e a do pecado é excluída; mas, pela comunhão da glória, a da natureza será reparada na perfeição e a cólera de Deus será totalmente excluída, quando «o Senhor Deus enxugar as lágrimas de todas as faces» dos santos (cf Is 25,8; Ap 21,4). Então, todos os santos terão como que «um só coração e uma só alma»; e «entre eles tudo será em comum», pois Deus será «tudo em todos» (cf At 4,32; 1Co 15,28). Para que cheguemos a essa comunhão e nos assemelhemos na unidade, «que a graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, o amor do Pai e a comunhão do Espírito Santo estejam sempre conosco. Amém».
Balduíno de Ford (? - c. 1190), abade cisterciense e posteriormente bispo
Tratado da vida cenobita
*A comunhão dos Santos é a comunicação dos bens espirituais entre os fiéis que estão em graça de Deus.
A palavra comunhão significa comunicação.
A palavra Santos significa os fiéis, que estão em graça de Deus.
Bens espirituais são a graça, as orações e todas as boas obras.
Os fiéis que estão em graça de Deus são membros vivos de um mesmo corpo místico, do qual é cabeça N. S. Jesus Cristo.
Num corpo a cabeça faz sentir sua influência em todos os membros e os bens de um membro são bens dos outros membros.
A comunhão dos Santos estende-se também às Igrejas triunfante e padecente.
A†Ω
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