Aquelas mulheres, e a seguir outras mais, tiveram parte ativa e importante na vida da Igreja primitiva, na edificação desde os fundamentos da primeira comunidade cristã — e das comunidades que se seguiram —, mediante os próprios carismas e o seu multiforme serviço. [...]
O apóstolo fala de suas «fadigas» por Cristo, e estas indicam os vários campos de serviço apostólico da Igreja, a começar pela «Igreja doméstica». Nesta, de fato, a «fé sincera» passa da mãe para os filhos e os netos, como realmente se verificou na casa de Timóteo (cf. 2 Tim 1, 5).
O mesmo se repete no decorrer dos séculos, de geração em geração, como demonstra a história da Igreja.
A Igreja, com efeito, defendendo a dignidade da mulher e a sua vocação, expressou honra e gratidão por aquelas que — fiéis ao Evangelho — em todo o tempo participaram na missão apostólica de todo o Povo de Deus. Trata-se de santas mártires, de virgens, de mães de família, que corajosamente deram testemunho da sua fé e, educando os próprios filhos no espírito do Evangelho, transmitiram a mesma fé e a tradição da Igreja. [...] Mesmo diante de graves discriminações sociais, as mulheres santas agiram de «modo livre», fortalecidas pela sua união com Cristo. [...]
Também em nossos dias a Igreja não cessa de enriquecer-se com o testemunho das numerosas mulheres que realizam a sua vocação à santidade.
As mulheres santas são uma personificação do ideal feminino, mas são também um modelo para todos os cristãos, um modelo de «sequela Christi», um exemplo de como a Esposa deve responder com amor ao amor do Esposo.
João Paulo II, Papa entre 1978 e 2005
Mulieris dignitatem, § 27
Nenhum comentário:
Postar um comentário