Mãos humanas são as que ao longo da nossa existência terrena constroem o edifício das nossas obras até que Deus nos chame à Sua Divina presença.
As mãos humanas, num momento dado, ou estão em Deus ou em Satanás, ou estão ao serviço de Deus ou de Satanás, ou seja, ou constroem por submissão a Deus e por isso segundo a Sua Vontade, o que equivale a dizer: Agem aquilo que Deus quer, donde permitem por vontade consciente do homem, que seja Deus nele a agir e se é Deus no homem a agir a obra feita é de Deus e a Deus pertence e Deus não constrói para agradar a Satanás!
Estar em Deus, significa sujeitar sempre a nossa vontade à vontade de Deus.
Muitos pensamentos vêm á nossa pobre cabeça, muita vontade nos assalta a mente, porém quem escolheu Deus como o TUDO DA SUA VIDA, isto é, quem AMA AO SENHOR NOSSO DEUS ACIMA DE TODAS AS COISAS tem inclusive de sujeitar o emitir ou não as suas ideias conforme a Vontade de Deus.
Tal disponibilidade interior não é fácil de conseguir a 100%, mas se vivenciada repetidas vezes, em função de Deus, com o único objetivo de Lhe agradar, com o tempo acaba por se tornar um hábito corrente já natural em nós.
Não basta haver em nós boa intenção para que seja legítimo dizer, escrever, fazer o que nos vem à cabeça, é necessário que não obstante haver boa intenção seja Vontade de Deus.
Diz o Povo que de boas intenções está o Inferno cheio! É bom não esquecer que além de Deus existir Satanás também existe com permissão de Deus, a fim de testar a nossa submissão e fidelidade à sua Divina Vontade. Assim como Jesus foi tentado por Satanás também as almas de Deus o são e de igual forma; «tu que és pessoa de Deus olha só ... diz o que pensas, vá fala, vá faz...» e nós que oramos, que meditamos, que temos uma vida intensa de sacramentos, julgando-nos detentores incontestáveis da verdade absoluto, caímos que nem uns patinhos, deixando-nos arrastar pelos encantos conscientes da nossa proximidade com Deus e, sub-repticiamente por Satanás que tocou as franjas do nosso orgulho espiritual, sentimo-nos insitados a julgar os outros e tudo o que existe, sem nos darmos conta de quanto isso corroe a nossa natureza interior e nos atrasa na caminhada em direção a Deus.
É - efetivamente nem tudo o que julgamos conter boa intenção constitui manifesta Vontade de Deus, disso creio ser um exemplo forte a "santa" Inquisição instituída pela Igreja porque decretada pelos santos Padres, cujos efeitos e repercussões ainda hoje se sentem e continuarão a sentir e a provocar danos terríveis inclusive no seio dos batizados, que muito justamente levou o nosso querido e saudoso SANTO Padre o Papa João Paulo II a pedir perdão a toda a Humanidade.
É necessária muita inteligência, muita atenção, muita oração, muita humildade, muita contenção, muito espírito de submissão a Deus para não irmos além do que nos é devido, porque entre a boa intenção e a Vontade de Deus nem sempre é nítida a sua separação.
Urge aprender a fazer o vazio dentro de nós, saber como comportar-nos em "vazio" sem nada que não seja a presença de Deus em nós.
Este é o segredo para uma vida correta em Deus.
Ser consciente, ter bom senso, ser justo, ser lúcido, ser criterioso, ser cristão, ter uma alma católica (universal), ser padre, ser isto e aquilo, por mais elevado que seja na escala dos valores positivos e espirituais, ficará sempre abaixo do desejável se não se sujeitar à condição do vazio em nós para que seja Deus a ocupar todo esse espaço.
Assim foi e é a vida dos santos, dos quais Maria Santíssima a Mãe de Jesus, como humana que é, e como humana que viveu na Terra é para todos nós o exemplo mais forte e evidente a seguir.
É esta a atitude fundamental de base, na vida por Deus, com Deus e em Deus, que constitui o caminho na via da santidade, cuja vida no seu balanço final não será tanto humana, mas Divina porque a pessoa permitiu que acontecesse «Deus livre em si mesma» e consequentemente os resultados dessa vida não são humanos, mas Divinos.
Quando nós Cristãos Católicos ao exaltarmos a vida de um santo, mais não fazemos do que exaltar a obra de Deus através da pessoa que teve o melhor dos bons sensos - deixar que Deus agisse livremente através dela.
Isto os protestantes - afanosos ledores (leitores) de Bíblias, esquecendo que o espírito vivifica e a letra mata, não entendem, como se a Verdade que é Deus e revelada nas Sagradas Escrituras, por ser tocada com os dedos ou andar com a Bíblia debaixo do braço entrasse no ser humano por osmose....!
Ser Igreja é não ser nada, ser Igreja é fazer o vazio para que Deus seja em nós.
A esposa é do Esposo e os filhos são, na condição de filhos, dos pais...!
Não compete aos filhos julgar os pais, mas aos pais formar e educar os filhos e prepará-los para a "vida futura".
Acima dos esposos está Deus, e se Jesus é o esposo da Igreja, Ele sempre foi submisso ao Pai, porque sendo Ele VERBO de DEUS no Pai está inserido.
A Igreja Militante é constituída por homens (falíveis), e a falibilidade humana está demonstrada na História da Igreja sempre que ocorreram situações de mau uso do poder, mas a sua perenidade no tempo permanece porque alicerçada em Cristo, baseada no Verbo de Deus, assistida pelo Espírito Santo.
Creio que dias virão em que muitas das arestas, entretanto criadas pela mão do homem e supostamente inultrapassáveis serão limadas e desaparecerão, pois se é Verdade que «tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome vos será concedido» não é menos verdade que o que Jesus - VERBO DE DEUS, pediu ao Pai LHE será igualmente concedido ou não seja O FILHO e o PAI com o ESPIRITO SANTO um só DEUS.
Na Igreja UNA não foi nem é o DIVINO que provocou desentendimentos entre as partes de um todo!
Se no tempo dos Faraós e dos Imperadores Romanos alguns se julgavam e agiam como se deuses fossem, alguns Bispos de Roma (Papas), por vezes, fizeram muito parecido e a história o narra. É comum nas famílias haverem alguns podres que incomodam os respectivos familiares recordá-los, e dos quais se evita falar e na "rua" (fora do contexto familiar), nem pensar falar deles porque o resultado seria desastroso. Como sabe, em qualquer família, por melhor e mais santa que seja, nem tudo está certo, na Igreja Una Santa Católica e Apostólica também houve e há erros, só que Jesus disse:- “sede perfeitos como o Pai é perfeito”; “amai-vos uns aos outros como eu vos amei” e nunca disse criticai-vos, julgai-vos uns aos outros, por que só Deus pode ler o que vai no coração de cada um.
Enquanto seres humanos que somos, acreditemos que é Deus quem conduz os destinos deste mundo e não atribuamos ao Homem nem o culpemos por carência de atributos em termos "absolutos" que apenas podem ser Divinos.
Repito: façamos o vazio e deixemos que seja Deus a pensar e a agir por nós dentro de nós e através de nós,ou seja, DEUS e nunca NÓS - (o nosso "euzinho").
Padre Emílio Carlos +
Com minha benção
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