Ao considerar-se indigno, revela-se digno – digno não só de que Cristo entre em sua casa, mas também no seu coração. [...]
Pois não teria sido para ele grande alegria se o Senhor Jesus tivesse entrado em sua casa sem estar no seu coração.
Com efeito Cristo, Mestre em humildade pelo Seu exemplo e pelas Suas palavras, sentou-Se à mesa em casa de um fariseu orgulhoso chamado Simão (Lc 7, 36ss.).
Embora Se sentasse à sua mesa, não entrou no seu coração: aí, «o Filho do Homem não tinha onde reclinar a cabeça» (Lc 9, 58).
Pelo contrário, aqui não entra em casa do centurião, mas entra no seu coração. [...]
Por conseguinte, é a fé unida à humildade que o Senhor elogia neste centurião. Quando este diz: «Não sou digno de que entres debaixo do meu teto», o Senhor responde: «Em verdade vos digo, nem em Israel encontrei tão grande fé». [...]
O Senhor veio ao povo de Israel segundo a carne, para procurar primeiramente neste povo a Sua ovelha perdida (cf Lc 15, 4).
[...] Nós, como homens, não podemos medir a fé dos homens.
Foi Aquele que vê o fundo dos corações, Aquele a Quem ninguém engana, que testemunhou como era o coração deste homem; ao ouvir as suas palavras repletas de humildade, responde-lhe com uma palavra que cura.
Santo Agostinho (354-430), Bispo de Hipona (Norte de África) e Doutor da Igreja
Sermão 62 (a partir da trad. Brésard, 2000 ans C, p.80 rev.)
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