O pedido “aumenta a nossa fé” que os Apóstolos fazem a Jesus é uma bela oração também para nós.
No Evangelho de Mateus, diz-se que, no momento da partida de Jesus, “alguns tiveram dúvidas”, enquanto Jesus lhes assegura que estará com eles todos os dias até ao fim dos tempos. Isto quer dizer que a fé não é da ordem da evidência, mas do crescimento: não somos crentes uma vez por todas, tornamo-nos crentes. E esta fé, precisa Jesus, manifesta-se humildemente, porque a confiança não suporta grandes declarações, verifica-se no quotidiano e nas pequenas coisas, pode mesmo operar grandes coisas, porque Deus Se deixa tocar pela confiança que n’Ele depositamos. Deus deixa-Se tocar pela humildade do servo, pois tal é a única e verdadeira atitude que espera daqueles que põem n’Ele a sua confiança.
O servo não procura, então, a glória, mas somente a alegria de ter feito o seu dever.
À ESCUTA DA PALAVRA.
“Aumenta a nossa fé!” Jesus já tinha ouvido uma súplica semelhante, quando o pai da criança epilética lhe havia suplicado: “Vem em ajuda da minha pouca fé!” A resposta de Jesus é surpreendente, até provocadora, sem dúvida: “Se tivésseis fé como um grão de mostarda, diríeis a esta amoreira: ‘arranca-te daí e vai plantar-te no mar’, e ela obedecer-vos-ia”. A sua resposta, na realidade, força-nos a ir para além do imediato e do sensacional. A fé é já um caminho humano. Quando duas pessoas se amam, sabem muito bem que o seu amor não se pode demonstrar cientificamente. O amor descobre-se como um dom gratuito, mas constrói-se na confiança. Posso dizer àquele ou àquela que amo “eu sei que te amo”, porque sei o que vibra dentro de mim.
Mas ao mesmo tempo não posso dizer-lhe “creio que tu me amas”, porque não estou na pele do outro. O amor implica, pois, um salto num certo desconhecido que, no plano das relações humanas, pode, sem dúvida, apoiar-se nas provas “tangíveis”, mas que são fracas.
Quando se trata da nossa relação com Deus, a fé é, sem dúvida, mais difícil, porque não tem, ou tem muito pouco, suporte “afetivo”. Mas o “princípio”, finalmente, é o mesmo. Sou convidado a ter confiança na Palavra de Deus, que se exprimiu plenamente em Jesus e foi transmitida pelos seus primeiros discípulos. Jesus dá-lhes como missão serem suas testemunhas autorizadas. Posso, sem dúvida, pôr em causa o seu testemunho, não aderir a Ele, exigindo provas convincentes. Mas posso igualmente comprometer-me noutro caminho, da relação amorosa com Jesus.
A fé só se pode viver numa relação de amor que nos faz ver para lá das aparências, porque os homens vêem com os olhos, mas Deus vê com o coração.
“Sim, Jesus, aumenta em mim a fé, para que eu possa amar-Te sempre cada vez mais”.
PALAVRA PARA O CAMINHO…
Levar a Palavra de Deus como luz para mais uma semana de trabalho, de estudo… Ao longo dos dias da semana que se segue, procurar rezar e meditar algumas frases da Palavra de Deus:
«Senhor, aumenta a nossa fé!»;
«Não te envergonhes de dar testemunho de Nosso Senhor…»;
«Exultemos de alegria no Senhor!»;
«Se hoje ouvirdes a voz do Senhor, não fecheis os vossos corações»
Procurar transformá-las em atitudes e em gestos de verdadeiro encontro com Deus e com os próximos que formos encontrando nos caminhos percorridos da vida…
com minha benção
Pe.Emílio Carlos+
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