O EPISÓDIO DA VIÚVA de Naim põe de manifesto que Jesus se apercebe imediatamente da dor e compreende os sentimentos daquela mãe que perdeu o seu único filho. Jesus compartilha o sofrimento daquela mulher. Pedimos hoje ao Senhor que nos dê uma alma grande, cheia de compreensão, para sabermos sofrer com quem sofre, alegrar-nos com quem se alegra..., e para procurarmos evitar esse sofrimento e sustentar e promover essa alegria à nossa volta.
Compreensão também para entendermos que o verdadeiro e principal bem dos outros, sem comparação alguma, é a sua união com Deus, que os levará à felicidade plena do Céu. Não se trata de distribuir “consolos fáceis” entre os desamparados deste mundo ou entre os que sofrem ou fracassam, mas de incutir em todos a esperança profunda do homem que se sabe filho de Deus e co-herdeiro com Cristo da vida eterna, seja qual for a sua condição. Roubar essa esperança aos homens, substituindo-a por outra de felicidade puramente natural, material, é uma fraude que, pela sua precariedade ou utopia, cedo ou tarde conduz esses homens ao desespero mais profundo.
A nossa atitude compassiva e misericordiosa – feita de obras – deve exercer-se em primeiro lugar com aqueles com quem nos relacionamos habitualmente, com aqueles que Deus pôs ao nosso lado. Dificilmente poderá ser grata a Deus uma compaixão pelos que estão mais longe se desprezarmos as inúmeras oportunidades que se apresentam cada dia de praticarmos a justiça e a caridade com aqueles que pertencem à nossa família ou trabalham conosco.
Por outro lado, a Igreja sabe muito bem que não pode separar a verdade sobre Deus que salva da manifestação do seu amor preferencial pelos pobres e pelos mais necessitados. “As obras de misericórdia, além do alívio que trazem aos necessitados, servem-nos para melhorar as nossas próprias almas e as dos que nos acompanham nessas atividades. Todos experimentamos que o contato com os doentes, com os pobres, com as crianças e os adultos famintos de verdade, constitui sempre um encontro com Cristo nos seus membros mais fracos ou desamparados e, exatamente por isso, um enriquecimento espiritual: o Senhor entra mais intimamente na alma daquele que se aproxima dos seus irmãos mais pequenos, movido não apenas por um simples desejo altruísta – nobre, porém ineficaz do ponto de vista sobrenatural –, mas pelos mesmos sentimentos de Jesus Cristo, Bom Pastor e Médico das almas”.
Peçamos ao Coração Sacratíssimo de Jesus e ao de sua Mãe Santa Maria que nunca permaneçamos passivos diante dos apelos da caridade. Desse modo, poderemos invocar Nossa Senhora com as palavras da liturgia: Recordare, Virgo Mater... Lembrai-vos, ó Virgem Mãe de Deus, quando estiveres na presença do Senhor, ut loquaris pro nobis bona, de dizer-lhe coisas boas em nosso favor e pelas nossas necessidades.
Com minha pobre benção.
Pe. Emílio Carlos Mancini +
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