Mas, como não respondeu ao desígnio do seu nome, foi Maria quem realizou o mistério não cumprido. Tal como a Igreja, de que é símbolo, Ela é a mãe de todos os que renasceram para a vida. Ela é, na verdade, a Mãe da Vida que faz viver todos os homens; e ao concebê-la, a essa Vida, regenerou, de alguma forma, todos os que iam viver d'Ela [...].
Esta bem-aventurada Mãe de Cristo, reconhecida como Mãe dos cristãos em virtude deste mistério, é também sua Mãe pelo cuidado que tem para com todos eles e pelo afeto que lhes testemunha. Não os trata com dureza, a todos trata como se seus filhos fossem. As suas entranhas, uma única vez fecundadas, não se esgotaram, dando constantemente à luz o fruto da bondade.
«Bendito é o fruto do teu ventre» (Lc 1, 42), ó doce Mãe, que te inundou de uma bondade inesgotável: nascido de ti uma única vez, Ele permanece em ti, sempre.
Beato Guerric d'Igny (c. 1080 - 1157), abade cisterciense
1.º Sermão para a Assunção; PL 185A,187 (a partir da. trad. Orval)
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