Parece que Deus se esqueceu do seu povo. Neste momento, ele está exilado na Babilônia, abatido, nostálgico, deprimido. Sião, a sua terra natal, está muito longe, vazia e em ruínas.
Esta experiência histórica, feita a dada altura pelo povo de Deus, pode trazer luz a experiências semelhantes que podem acontecer a qualquer grupo ou pessoa: a situação é desconfortável; tudo parece absurdo; Deus parece distante; a oração, se não foi abandonada, torna-se lamentação: «Deus esqueceu-se de mim.»
Pela boca do profeta, Deus responde a esta lamentação com muita força e uma delicadeza infinita.
Se pensamos que Deus nos esquece, enganamo-nos redondamente. Deus compara-se a uma mãe (as imagens bíblicas de Deus não são exclusivamente masculinas) cuja atenção para com o filho nunca desfalece: o cuidado de Deus é ainda mais fiel.
Noutra imagem, Deus grava o nome do seu povo não num monumento exterior, mas nas palmas das suas mãos, das quais não se pode separar.
O estado das muralhas da cidade, em ruínas, não significa que Deus esteja ausente ou que já não cuida dele: não, o povo está sempre na sua presença, vai ser reconstruído e voltar a viver.
O anúncio que o profeta faz do amor atento de Deus já transforma a situação, mesmo antes do regresso concreto do exílio. É uma boa notícia, e a alegria que ela traz já transborda do povo, derramando-se sobre as montanhas, a terra e em todo o universo.
Jamais te esqueças que nosso Deus é Pai e Mãe... No rosto materno de cada Mãe encontramos o carinho de nosso Deus que não nos esquece!
- Que experiências concretas vivi, individualmente ou em grupo, nas quais me senti esquecido por Deus?
- Nessas situações, o que posso fazer para dizer a Deus que gostaria de acolher o seu amor, mesmo se ainda não o posso entender?
- O que posso fazer para ajudar pessoas que se sintam hostilizadas ou «no exílio» a compreender este amor que transforma?
Pe.Emílio Carlos +
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