Deus encarnado ! [...] Como pode a divindade viver na carne? Como o fogo subsiste no ferro, não deixando o local onde arde, mas comunicando-se-lhe.
Com efeito, o fogo não se lança sobre o ferro mas, permanecendo no seu local, comunica-lhe o seu poder.
Ao fazê-lo, não fica minimamente diminuído, mas preenche plenamente o ferro ao qual se comunica.
Da mesma forma, Deus, o Verbo que «vive no meio de nós», não saiu de Si mesmo: «O Verbo que Se fez carne» não foi submetido à mudança; o céu não foi despojado d'Aquele que contém, e no entanto a terra acolhe no seu seio .
Aquele que está nos céus.
Apreende este mistério: Deus está na carne de forma a destruir a morte que nela se esconde. [...]
Quando se «manifestou a graça de Deus, portadora de salvação para todos os homens» (Tt 2, 11), quando «brilhou o sol de justiça» (Ml 3, 20), «a morte foi tragada pela vitória» (1Co 15, 54) porque não podia coexistir com a verdadeira vida.
Ó profundidade da bondade de Deus e do amor de Deus pelos homens! Demos glória com os pastores, dancemos com os coros dos anjos, porque «hoje nasceu o Salvador que é o Messias Senhor» (Lc 2, 11-12).
«O Senhor é Deus; Ele tem-nos iluminado» [Sl 118 (117), 27], não sob a Sua aparência de Deus, para não assustar a nossa fraqueza, mas sob a forma de uma criança, um servo, a fim de conferir a liberdade àqueles que estavam condenados à servidão.
Quem teria o coração suficientemente adormecido e indiferente para não exultar de alegria, para não irradiar felicidade, perante este acontecimento?
É uma festa comum a toda a Criação. Todos devem contribuir para ela, ninguém se deve mostrar ingrato.
Elevemos nós também a voz para cantar o nosso júbilo!
São Basílio (c. 330-379), monge e bispo de Cesareia da Capadócia, Doutor da Igreja
Homilia sobre a santa concepção de Cristo, 2.6; PG 31, 1459s (a partir da trad. Delhougne, Les Pères commentent, p. 172 rev.)
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Nossa resposta em oração:
Deus e Senhor, dá-me a profundidade de alma para ser capaz de contemplar com olhos novos o mistério do Natal de Cristo, de modo que compreenda melhor seu significado e sua importância para minha vida.
Necessito de tua graça para meditar no Prólogo de São João que é o resumo da fé cristã.
Faz que o Evangelho se converta para mim em uma experiência vívida.
Deus nos leva infinitamente a sério. Este é o maior presente que recebemos no Natal: a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade vem ao mundo para nos amar e para nos ensinar a amar.
A fé cristã se resume neste ato de amor de Deus pelos homens. Também nós podemos dizer que nosso coração está completamente disposto para receber Jesus e servi-lo nos demais?
Senhor, ao contemplar-te em Belém, feito criança por nós, vem ao meu coração o desejo ardente de me converter em sinal visível de teu amor aos homens. Quero viver para os demais, como Tu o fizeste.
“Para entender o mistério do Natal é necessário ter uma alma simples e pura, como a daqueles pastores que ofereceram a Cristo esse respeitoso estupor, símbolo de uma fé gigantesca, que lhes fez correr para a gruta para adorar a Deus feito homem.”
com minha benção
Pe.Emílio Carlos+
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