José deixa Maria no interior do átrio e sai, em busca de um lugar para dormirem, mas retorna, desalentado. Não havia lugar algum.
O precoce crepúsculo do inverno começa a abrir suas velas. José implora ao dono da estalagem e aos viajantes que lhe consigam ou cedam um lugar.
“Vós sois homens saudáveis; aqui está uma mulher, prestes a dar à luz a uma criança. Tende piedade!”
E nada. Eis que um rico fariseu o observa com visível desprezo e, quando Maria se aproxima, afasta-se como se uma leprosa tivesse se aproximado dele.
José olha para o homem e o rubor de suas faces traduz a indignação que lhe subiu ao rosto.
Maria apóia sua mão sobre o pulso de José para acalmá-lo, dizendo: “- Não insista. Vamos. Deus proverá.”
Eles partem, seguindo a parede externa do albergue.
Aventuram-se por uma ruela estreita, espremida entre casas simples e pobres.
Contornam a estalagem e procuram, procuram. Descobrem algumas espécies de grutas ou caves, eu diria, mesmo, de estábulos, tão baixas e úmidas que são.
As mais bonitas já estão ocupadas. José está acabrunhado.
“Olá! Galileu!” Gritou-lhe um homem idoso, por detrás de suas costas. “Lá, no fundo, sob aquelas ruínas, há uma cova, um casebre. Talvez esteja vazio.”
Eles se aproximam da tal “cova” que é, verdadeiramente, um casebre.
Entre os escombros de uma casa em ruínas, surgia um refúgio, além do qual havia uma caverna, na verdade, um buraco na montanha, mais do que uma gruta.
Pareciam fundações de antiga construção, para as quais os materiais escorados por esses troncos de árvore, apenas cortados, serviam de teto.
Para poder ver melhor, pois havia pouca luz na tarde que se esvaía, José ilumina a pequena lâmpada que estava no alforje que tinha, a tiracolo. Ele entra e um mugido o saúda. Chamando a Vigem, disse: “Vem, Maria, aqui está vazio, só tem um boizinho.”
Sorrindo José continua: “É melhor do que nada!...”
Maria desce do burrinho e entra.
Maria Valtorta,
O Evangelho como me foi revelado, Volume I
www.maria-valtorta.org/Publication/TOME 01/01-046.htm
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