Para sobreviver, depende totalmente do cuidado e da ajuda dos pais.
Muitas crianças têm sido vítimas da própria incapacidade de se defender.
Umas não chegam nem a nascer, são abortadas; outras, são jogadas em rios, são maltratadas, são vendidas.
Também Jesus depois de ter nascido num lugar tão desconfortável e sujo, correu risco de vida.
No Evangelho de hoje, lemos o drama do exílio e da imigração que teve de experimentar a Sagrada Família para escapar da matança cruel que Herodes tinha ordenado a fim de matar Jesus, a quem considerava um grande rival apesar de sua pouca idade.
Tal drama nos mostra que o texto em questão quer mostrar justamente que ameaçado Jesus, fica ameaçada também toda a sua obra de salvação.
Mas, Deus o protege.
José recebe de Deus a responsabilidade de marido e pai, de tomar o menino e sua mãe e fugir para salvar-lhes a vida e assim o faz.
Ele foge para o Egito (África).
Desta forma, José se apresenta como o homem responsável para com a sua família e cuida dela totalmente, desempenhando o papel de protetor, exemplo para tantos pais que já não se preocupam com os seus filhos.
De igual modo, José também obedece a Deus quando deve retornar às suas origens.
Depois da morte de Herodes, volta para Israel, sinal evidente de que o seu esforço é para deixar crescer o filho na terra onde nasceu.
Ele não se deixa levar pelos seus próprios interesses, mas enfrenta todas as situações pelo bem do seu filho. Até sob este ponto de vista, José é exemplo para todos aqueles pais que ao invés de defender as próprias origens, sobretudo no campo da fé, freqüentemente trocam Deus por outras coisas e outros lugares, influenciando negativamente os seus filhos.
Com José, temos a reafirmação da cultura das próprias origens que ninguém deveria esquecer. Jesus teve de ir ao Egito, porque de lá saiu o povo liberto.
Também ele deveria sair do Egito e entrar na Terra prometida, aqui representada por Nazaré, o que pode ser uma alusão a Is 11,1, onde é anunciado um rebento do tronco de Jessé como Príncipe da Paz (nezer).
Já o fato de Maria nunca ser chamada pelo nome neste texto, mas sempre por mãe, enfatiza sua função materna da qual Jesus dependeu para crescer.
Pois bem! Como a família atual se afastou desta concepção de família que acabamos de tratar!
Os pais e as mães estão sempre mais ocupados, estressados, maltratados, esquecidos, e até mesmo humilhados pelos próprios filhos, o que causa um dano enorme à família, pois se há falta de amor dentro dela, como podemos experimentá-lo em outro lugar?
É uma verdadeira lição o que lemos hoje na I leitura. O autor do Eclesiástico lembra o mandamento da lei mosaica que pede claramente para honrar o pai e a mãe e ainda esclarece que para isso é necessário que também os pais honrem os filhos.
Hoje, a família caminha insensivelmente para a autodestruição, principalmente quando se confunde maternidade e paternidade graças ao egocentrismo.
O estilo de uma vida familiar com princípios cristãos se encontra expresso na carta de Paulo aos colossenses (II leitura). É preciso levar uma vida virtuosa em família para salvá-la da sua destruição ou implosão.
Os vários sentimentos que Paulo acena na leitura deveriam ser patrimônio de todos os membros de todas as famílias cristãs.
Infelizmente, sabemos muito bem que não é assim, sobretudo hoje.
Daí, a necessidade de reforçarmos as experiências positivas da vida familiar em prol da educação dos nossos filhos para combater o mau exemplo sempre mais forte das “falsas” famílias que são propostas na mídia, especialmente nas novelas com sua degradação geral.
Estas sempre fazem mais ou menos sucesso de acordo com o maior ou menor número de traições, abandonos, separações, divórcios, filhos ilegítimos, e tantos outros atentados à vida familiar (exemplo mais recente é o programa global “toma lá dá cá”, que nos faz rir tanto, quando deveríamos chorar ao ver a que ponto pode chegar o estrago quando falta amor na família).
Jesus, José e Maria nos indicam a estrada melhor para revitalizar às nossas famílias frágeis. Só o amor que vem de Deus é capaz de salvar a família.
Amém
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