16 DE DEZ. – O BOI
Obedeça cuidadosamente e sem perguntar “porquê”.
– Obedecerei por Vosso amor, Jesus.
Nossa Senhora mereceu mais por sua obediência do que pelo fato de ser a Mãe de Deus.
Quem nos ensina esta verdade é o próprio Jesus Cristo.
Certo dia em que Jesus tinha curado um possesso, os fariseus O acusaram de fazer milagres em nome de Belzebu. O Divino Salvador estava rebatendo vitoriosamente essa odiosa calúnia quando de repente, no meio da multidão, uma mulher disse em alta voz: "Bem-aventurado o ventre que Te trouxe, e os peitos que Te amamentaram". Jesus, porém, retrucou: "Antes bem-aventurados aqueles que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática" (Lc 11, 27-28).
Nessa resposta, de fato, Nosso Senhor proclamou para todas as gerações que a Virgem Maria seria glorificada não tanto por seus privilégios e sua dignidade de Mãe de Deus, quanto por haver ouvido e praticado integralmente a palavra e as ter tomado como lei a vontade divina e cumprido com fidelidade e à custa de todos os sacrifícios os desígnios do Pai Celeste, eis - como disse Santo Agostinho - o mais belo título de glória de Maria.
Maria obedeceu e, inclinando- se num ato de adoração e de amor, disse: "Fiat mihi secundum verbum tuum". "Faça-se em mim segundo a vossa palavra" (Lc 1, 38). E então, o Verbo Se encarnou e a salvação habitou entre nós.
A obediência de Maria inspirou a concepção do Verbo de Deus; a obediência de Maria presidirá também ao nascimento do Salvador dos homens.
Façamos em espírito uma visita a Belém: Maria e José, vindos para o recenseamento imposto por Augusto, procuram uma casa para abrigar sua pobreza.
Por toda parte, as portas se fecham diante deles. Estão no isolamento e no infortúnio. Maria não reclama, pois vê nessa provação a manifestação da vontade divina. Obedece com humildade e se refugia num estábulo.
Ali se completa o grande mistério de amor. Logo Maria envolve em seus braços o Verbo de Luz.
Como berço, a Providência oferece apenas uma manjedoura; e como vestimentas, a mais absoluta privação.
Maria obedece sempre e, sussurrando o "Fiat" da Encarnação, embala seu recém-nascido.
Meus irmãos, diante desse exemplo mariano e gesto nobre de mártir da obediência, recolhamo-nos e escutemos a voz que de Maria sobe ao Pai-Deus.
Entendeis como ela proclama o grande preceito da obediência?
Também a nós, cristãos, Deus fala com freqüência, às vezes pelos preceitos, às vezes pelos conselhos, seja diretamente, seja por intermédio de seu anjo, a Santa Igreja.
A exemplo de Maria, obedeçamos generosamente, respeitemos a Lei de Deus e a da Igreja, dizendo de todo coração nosso "Fiat".
Reiteradas vezes Deus nos envia seu anjo para nos mandar deixar o pecado, inimigo declarado de nossa alma, e fugir de suas funestas ocasiões.
Aí, é necessário "entrarmos no Egito", isto é, na oração e na penitência, terra de salvação.
Às vezes a vontade de Deus vai ainda mais longe: convida-nos a subir o Calvário e ficar junto da Mãe Dolorosa, aos pés da Cruz.
Ali, sobretudo, saibamos obedecer! Choremos com Maria.
As lágrimas são muito naturais para não serem abençoadas por Deus.
Resignemo-nos e inclinemos nosso coração na adoração e na esperança.
Onde se ativa a doçura de um pouco de úmido e relva; de alma? Mas a própria luz que os circunfulge recebe das broncas frontes intactas de afeto, tontas, algo que faltava à sua excessivamente concreta pureza. Quentes limites de Deus, rudes, ternos anteparos. Apenas as grandes cabeças: mas tão de joelhos quanto os pastore os anjos as estrelas a Virgem. (João de Guimarães Rosa)
com minha benção
Pe.Emílio Carlos+
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