Em Maria, João sempre sentia o ardor incandescente deste Amor infinito.
Nela, a divina Presença, à guisa de um tabernáculo vivo, continuava a subsistir e a espalhar a sua paz, a sua luz e o seu amor.
Se Maria e João compartilhavam o mesmo amor, a experiência de Maria quanto às coisas de Deus eram mais elevadas.
Dela, João tinha tudo a aprender em termos da pureza do olhar, em termos da fé e da fidelidade.
Não que suas vidas tivessem que se identificar; pois nem poderiam e nem deveriam fazê-lo.
Após ter recebido a mensagem de Jesus Cristo, João deveria transmiti-la de forma teológica, profética e espiritual. Ele deveria fazer com que a vida “em espírito e em verdade” fosse divulgada, tornando-se conhecida.
Maria, por sua vez, deveria permanecer sendo a alma e o coração da Igreja.
A missão de João não estava somente na absorção da mensagem de Cristo, porém, sendo amigo, confidente e sacerdote de Cristo Jesus, ele deveria ser iluminado por Maria, para um maior aprofundamento nas mensagens.
Era preciso que aprendesse a “permanecer” em espírito sobre este sagrado Coração, que Maria e ele contemplaram, sofrido e aberto, na Cruz, Coração que somente Maria havia formado, com a sua própria carne e sentido palpitar em suas entranhas.
P. Paul Marie de la Croix, O.C.D.
O Evangelho de João e seu testemunho espiritual
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