Embora tenha sido composto por vários autores a tradição judaica e cristã atribui a Davi a totalidade do Saltério. I. TITULO DO LIVRO
No texto hebraico Tehillim que significa louvores, do verbo hallel, do qual vem a palavra aleluia (louvai a Javé).
Era o livro dos “ hinos”, embora nem sempre se trata de hinos no sentido estrito.
No termo em grego é chamado de Psalmós (salmo), que designa o canto executado com instrumento de cordas, e tornou-se denominação comum no Novo Testamento (cfr.. Lc 20, 42: 24. 44: At 1,20; 13,33, etc).
Na Biblia o Salmo significa o tipo de poesia religiosa que corresponde a mizmôr, que supõe um acompanhamento musical. E um termo hebraico que aparece no cabeçalho de 57 Salmos.
Como cabeçalhos de maior parte dos salmos 116 Salmos nos na Bíblia hebraica e de 131 Salmos na LXX. Encontram-se “títulos”, de origem e de valor muito discutidos, porém de grande importância pelas tradições que fornecem. Podem ser classificados do seguinte modo:
• Titulos que indicam o gênero literário do Salmo, embora não sejam completos nem plenamente exatos:
• Titulos com têrmos musicais. nem sempre de fáceis interpretações;
• Títulos que se referem ao uso litúrgico;
• Títulos referentes ás circunstâncias históricas, especialmente a atribuição de certos Salmos a Daví:
• Títulos preced ido de ‘‘1amed’’, que se referia ao autor real ou presumido do Salmo.
Esses títulos que aparecem no cabeçalho dos Salmos são inúteis para a oração, por isso essas diferentes indicações não figuram nas traduções para o uso litúrgico.
II. DATA DOS SALMOS
Foram compotos em diferentes épocas da história de Israel.
Há uma tendência bastante comum hoje de considerar muitos Salmos como datando da época dos reis, alguns até mesmo dos primeiros tempos da realeza mas também durante o exílio, mais ainda depois do exílio, teve origem um grande número de Salmos.
Esta é a datação feita por Sabourin:
Salmos pré-exílicos:
7; 12;
18; 20;21;29;30;42/43:
45; 47; 50; 52; 68; 78; 99;
101; 108; 144.
Salmos do período do Exílio:
44; 74; 79; 92; 137
Salmos posteriores ao Exílio:
1; 8;19; 23; 25; 31; 33 ;34; 37; 46; 48; 66;
74; 75; 77; 79; 85; 86; 90;
96;97;98; 100; 102; 103;
106; 109; 111;115;116;
118; 119; 122; 123; 125;
128; 132; 135; 137; 143:
145: 146; 148; 149; 150.
Este mesmo autor indica alguns Salmos que pelos seus comentadores ora são postos antes ora depois do Exílio: SI 44: 74:79;92; 137.
Não é possível precisar com exatidão a época em que o livro dos Salmos recebeu a forma atual, embora em linha geral possamos dizer que ele já existia como se acha hoje no século III aX.. pelo que parece confirmar Eclo 47. 8- lO e 1 Mc 7.1 7.
III. AUTORES DOS SALMOS
Nada sabemos sobre os autores dos Salmos. Os titulos atribuem 73 Salmos a Davi, 12 a Asaf, onze aos filhos de Coré e Salmos isolados a Emã. Etã (ou Iditum), Moisés e Salomão. Os títulos da versão grega nem sempre coincidem com o hebraico e atribuem 82 Salmos a Davi.
Esses títulos não pretendiam talvez, originalmente, designar os autores destes Salmos.
A fórmula hebraica empregada estabelece apenas uma certa relação do Salmo com o personagem mencionado, seja por causa da concordância do tema, seja porque o Salmo pertencia a uma coleção atríbutída a ele.
Os salmos “dos filhos de Coré ” pertenciam ao repertório desta famnília de cantores, como os númerosos Salmos do “Maestro do coro” (Sl 4; 5; 6; 8; etc) eram peças que o coro do Templo executava.
Havia também urna coleção de Asaf e uma davidcea.Mas bem depressa passou-se a ver indicações de autores nestas etiquetas de procedência, e certos salmos “de Davi” receberam um subtítulo especificando a circumnstância da vida do rei em que o poema foi composto(S1 3;7; l8;34;51;52;54;etc).
Embora tenha sido composto por vários autores a tradição judaica e cristã atribui a Davi a totalidade do Saltério. Como muitos textos antigos prestavam homenagem a pessoas inortantes não se deve traduzir “Salmo de Davii”, mas ‘‘a Davi”. Vejam por exemplo o Salmo 72 e 127 atribuidos a Salomão e o Salmo 90 atribuido a Moisés, que foram escritos bem depois destes personagens existirem.
Hoje a situação está um pouco mudada, mas ainda deve ser concedida a Davi uma parte essencial na formação da poesia religiosa do povo eleito.
Castellino propõem como davídico os Salmos: 2; 7; 16;17; l8;23 ;35 ; 51 ;54;56; 57;60;69;101;110.
Não resta duvida que o Saltério reuni a extraordinária experiência de um povo que sabia rezar, que nas mais varíadas circunstâncias da vida conseguia comunicar ao Senhor os próprios sofrimentos, as esperanças, as alegrias e os agradecimentos que, aliás, são comuns a todas as pessoas de todos os tempos.
A partir do momento em que Jesus usou, adotou e assumiu os Salmos, eles se tornaram verdadeiramente uma escola de oração para as pessoas de todos os tempos que desejam ser seus discípulos.
V. AMBIENTE DE ORIGEM DOS SALMOS
Os Salmos refletem as preocupações e a psicologia de seus autores.
Refletem sobretudo os usos, costumes, tradições de sua época e com freqüência fazem alusão à historia recente.
Contudo, nenhum salmista compôs os Salmos para expressar sua própria oração: desde a sua redação, o Salmo era concebido para o uso da comunidade. Podemos dizer mais: os Salmos que usam o plural nós, descrevendo uma calamídade, com certeza não foram compostos em função direta dessa calamidade: pode ter acontecido, sim que alguma prece fosse pronunciada ao se aproximar um perigo( por exemplo 2 Cr 20,1-19) mas isto não acarreta como conseqüência necessária que toda súplica nacional tenha sido provocada pela proximidade duma catástrofe.
Como todos os outros, esses Salmos são, desde a sua composição, destinados ao USO, Iitúrgico, embora não haja acordo entre os comentadores a esse respeito.
A maioria dos Salmos de louvor (hinos) teve uma origem cúltica, também se diz o mesmo dos Salmos de ação de graças, individual e coletiva. Pois o culto exerceu uma função decisiva na composição destes Salmos, e é a estrutura liturgica que nos permiti distinguir os diferentes gêneros literários dos salmos.
Os Salmos de lamentação, como também os didáticos (doutrinais ou sapienciais) têm uma relação bem mais fraca com o culto.
Há Salmos que derivam de determinados acontecimentos históricos ocorridos uma única vez; como o Sl 137, que lembra acontecimentos do exílio a concepção escatológica que, com referência à conclusão do SL 46, onde se anuncia o fim de todas as guerras e ainda a interpretação como poesia pessoal, que surge espontaneamente como no caso dos Sls 51 e 73.
Os Salmos também refletem os múltiplos aspectos assumidos pela vida religiosa de Israel no decorrer dos séculos.
É importante perceber nos Salmos o seu “revestimentos” ou seja o seu duplo plano:
1. O da ação concreta evocada. O plano real, é a situação de Israel e de cada fiel no seio desse povo, em relação (em aliança) com Deus; esse povo régio de que falava o Êxodo, ferido por causa de seus pecados, desprezado como um leproso pelas nações, injustamente acusado de estar abandonado pelo seu Deus...
2. 0 da significação. Para tornar dramática essa situação de Israel. os salmistas apresentam-na sob a forma de um acusado inocente, de um leproso oprimido, de um rei protegido por Deus, etc.
Estamos então no plano do “revestimento”: é a dramatização de uma situação real.
É muito importante distinguir estes dois planos, para poder rezar com os Salmos.
Sem dúvida, raramente estaremos na situação real, mas na significação, pelo revestimento dramático que ele evoca, que muitas vezes é nossa.
Reze:
1) Inicie sua oração de hoje procurando dar um tempo para você refletir sobre : a) você gosta de poesias? b) músicas? Que gêneros?
2) Medite nisto agora: “O silêncio da fé é amar sem nada entender nem mesmo querer entender. O amor é a única explicação de um mistério incompreensível”.
3) Coloque-se diante de sua Vida e História, busque fazer seu salmo, seu hino de louvor e agradecimento por tudo. A fé não é entender as coisas, não é compreender como e por que os fatos se dão em nossas vidas; a fé é adorar em silêncio toda é qualquer manifestação e mistério de Deus.
4) Na poesia abaixo escrita por São João da Cruz, medite, reze , ela foi escrita em um dos momentos mais drásticos da sua vida, ele se encontrava no cárcere de Toledo, vítima da má compreensão de seus irmão:
Aquela eterna fonte está escondida,
Mas bem sei onde tem sua guarida,mesmo de noite.
Sua origem não a sei,pois não a tem,
Mas sei que toda origem dela vem,mesmo de noite.
Sei que não pode haver coisa tão bela,
E que os céus e a terra bebem dela, mesmo de noite.
Eu sei que nela o fundo não se pode achar, e que ninguém nela
Pode a vau passar, mesmo de noite.
Sua claridade nunca é obscurecida, e sei que toda luz dela é nascida, mesmo de noite.
Sei que tão caudalosas são suas correntes,
Que céus e infernos regam, e as gentes, mesmo de noite.
A corrente que desta fonte vem é forte e poderosa, eu o sei bem, mesmo de noite.
A corrente que destas duas procede sei que a nenhuma delas precede,mesmo de noite.
Aquela eterna fonte está escondida neste pão vivo para dar-nos vida, mesmo de noite.
De lá então chamando as criaturas que nela se saciam às escuras,mesmo de noite.
Aquela viva fonte que desejo,neste pão de vida já a vejo, mesmo de noite.
( * é bom saber que nem a Eucaristia, o santo sacrifício da missa, João da Cruz foi proibido de participar e celebrar por nove meses).
5) Na oração damos todo sinal verde a todo sentimento que está escondido no mais profundo do nosso ser, para que tudo louve e bendiga o Senhor, assim como súplicas e gemidos da alma .É um íntimo diálogo de amor que flui onde ninguém pode estar presente, senão o próprio Deus. Reze...permaneça em um silêncio profundo e depois deixe sua alma livre para cantar, rezar, gemer no Espírito .
6) Somente a criatura humana é capaz , com um ato de vontade, de comunicar-se com Deus e com os outros, de decidir-se a amar ou não amar. A oração é nosso ato de amor com e para Deus.Reze com esta palavra de Santa Teresa de Jesus: “ Oração não é outra coisa senão tratar intimamente com Aquele que sabemos que os ama, e estar muitas vezes conversando a sós com Ele .” (Vida 8,5).
7) A oração dos salmos nos mostra o quanto somos cheios de dádivas de Deus: Há bondade divina no universo, no sol, nas estrelas, na lua ,nas florestas... Mas acima de tudo está no homem, ser em que Deus depositou mais de seu amor, que não é uma simples criação, mas imagem do criador . Reze com Gn 1, 26-28; Sl 8.
8) Reze com esta poesia musical :
Do barro tu viestes
Moldado a mão de Deus ...
No toque de amor a vida floresceu
Contemplo agora em ti
O Pai que te criou
A tudo deu a vida
Mas a ti deu amor
Tua vida é um sopro de Deus
Do seu amor
É semente que a terra acolheu
E Deus regou tens beleza
Tens valor....
9) Anote os frutos de sua oração de Hoje:___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Com minha benção
Pe.Emílio Carlos+
No texto hebraico Tehillim que significa louvores, do verbo hallel, do qual vem a palavra aleluia (louvai a Javé).
Era o livro dos “ hinos”, embora nem sempre se trata de hinos no sentido estrito.
No termo em grego é chamado de Psalmós (salmo), que designa o canto executado com instrumento de cordas, e tornou-se denominação comum no Novo Testamento (cfr.. Lc 20, 42: 24. 44: At 1,20; 13,33, etc).
Na Biblia o Salmo significa o tipo de poesia religiosa que corresponde a mizmôr, que supõe um acompanhamento musical. E um termo hebraico que aparece no cabeçalho de 57 Salmos.
Como cabeçalhos de maior parte dos salmos 116 Salmos nos na Bíblia hebraica e de 131 Salmos na LXX. Encontram-se “títulos”, de origem e de valor muito discutidos, porém de grande importância pelas tradições que fornecem. Podem ser classificados do seguinte modo:
• Titulos que indicam o gênero literário do Salmo, embora não sejam completos nem plenamente exatos:
• Titulos com têrmos musicais. nem sempre de fáceis interpretações;
• Títulos que se referem ao uso litúrgico;
• Títulos referentes ás circunstâncias históricas, especialmente a atribuição de certos Salmos a Daví:
• Títulos preced ido de ‘‘1amed’’, que se referia ao autor real ou presumido do Salmo.
Esses títulos que aparecem no cabeçalho dos Salmos são inúteis para a oração, por isso essas diferentes indicações não figuram nas traduções para o uso litúrgico.
II. DATA DOS SALMOS
Foram compotos em diferentes épocas da história de Israel.
Há uma tendência bastante comum hoje de considerar muitos Salmos como datando da época dos reis, alguns até mesmo dos primeiros tempos da realeza mas também durante o exílio, mais ainda depois do exílio, teve origem um grande número de Salmos.
Esta é a datação feita por Sabourin:
Salmos pré-exílicos:
7; 12;
18; 20;21;29;30;42/43:
45; 47; 50; 52; 68; 78; 99;
101; 108; 144.
Salmos do período do Exílio:
44; 74; 79; 92; 137
Salmos posteriores ao Exílio:
1; 8;19; 23; 25; 31; 33 ;34; 37; 46; 48; 66;
74; 75; 77; 79; 85; 86; 90;
96;97;98; 100; 102; 103;
106; 109; 111;115;116;
118; 119; 122; 123; 125;
128; 132; 135; 137; 143:
145: 146; 148; 149; 150.
Este mesmo autor indica alguns Salmos que pelos seus comentadores ora são postos antes ora depois do Exílio: SI 44: 74:79;92; 137.
Não é possível precisar com exatidão a época em que o livro dos Salmos recebeu a forma atual, embora em linha geral possamos dizer que ele já existia como se acha hoje no século III aX.. pelo que parece confirmar Eclo 47. 8- lO e 1 Mc 7.1 7.
III. AUTORES DOS SALMOS
Nada sabemos sobre os autores dos Salmos. Os titulos atribuem 73 Salmos a Davi, 12 a Asaf, onze aos filhos de Coré e Salmos isolados a Emã. Etã (ou Iditum), Moisés e Salomão. Os títulos da versão grega nem sempre coincidem com o hebraico e atribuem 82 Salmos a Davi.
Esses títulos não pretendiam talvez, originalmente, designar os autores destes Salmos.
A fórmula hebraica empregada estabelece apenas uma certa relação do Salmo com o personagem mencionado, seja por causa da concordância do tema, seja porque o Salmo pertencia a uma coleção atríbutída a ele.
Os salmos “dos filhos de Coré ” pertenciam ao repertório desta famnília de cantores, como os númerosos Salmos do “Maestro do coro” (Sl 4; 5; 6; 8; etc) eram peças que o coro do Templo executava.
Havia também urna coleção de Asaf e uma davidcea.Mas bem depressa passou-se a ver indicações de autores nestas etiquetas de procedência, e certos salmos “de Davi” receberam um subtítulo especificando a circumnstância da vida do rei em que o poema foi composto(S1 3;7; l8;34;51;52;54;etc).
Embora tenha sido composto por vários autores a tradição judaica e cristã atribui a Davi a totalidade do Saltério. Como muitos textos antigos prestavam homenagem a pessoas inortantes não se deve traduzir “Salmo de Davii”, mas ‘‘a Davi”. Vejam por exemplo o Salmo 72 e 127 atribuidos a Salomão e o Salmo 90 atribuido a Moisés, que foram escritos bem depois destes personagens existirem.
Hoje a situação está um pouco mudada, mas ainda deve ser concedida a Davi uma parte essencial na formação da poesia religiosa do povo eleito.
Castellino propõem como davídico os Salmos: 2; 7; 16;17; l8;23 ;35 ; 51 ;54;56; 57;60;69;101;110.
Não resta duvida que o Saltério reuni a extraordinária experiência de um povo que sabia rezar, que nas mais varíadas circunstâncias da vida conseguia comunicar ao Senhor os próprios sofrimentos, as esperanças, as alegrias e os agradecimentos que, aliás, são comuns a todas as pessoas de todos os tempos.
A partir do momento em que Jesus usou, adotou e assumiu os Salmos, eles se tornaram verdadeiramente uma escola de oração para as pessoas de todos os tempos que desejam ser seus discípulos.
V. AMBIENTE DE ORIGEM DOS SALMOS
Os Salmos refletem as preocupações e a psicologia de seus autores.
Refletem sobretudo os usos, costumes, tradições de sua época e com freqüência fazem alusão à historia recente.
Contudo, nenhum salmista compôs os Salmos para expressar sua própria oração: desde a sua redação, o Salmo era concebido para o uso da comunidade. Podemos dizer mais: os Salmos que usam o plural nós, descrevendo uma calamídade, com certeza não foram compostos em função direta dessa calamidade: pode ter acontecido, sim que alguma prece fosse pronunciada ao se aproximar um perigo( por exemplo 2 Cr 20,1-19) mas isto não acarreta como conseqüência necessária que toda súplica nacional tenha sido provocada pela proximidade duma catástrofe.
Como todos os outros, esses Salmos são, desde a sua composição, destinados ao USO, Iitúrgico, embora não haja acordo entre os comentadores a esse respeito.
A maioria dos Salmos de louvor (hinos) teve uma origem cúltica, também se diz o mesmo dos Salmos de ação de graças, individual e coletiva. Pois o culto exerceu uma função decisiva na composição destes Salmos, e é a estrutura liturgica que nos permiti distinguir os diferentes gêneros literários dos salmos.
Os Salmos de lamentação, como também os didáticos (doutrinais ou sapienciais) têm uma relação bem mais fraca com o culto.
Há Salmos que derivam de determinados acontecimentos históricos ocorridos uma única vez; como o Sl 137, que lembra acontecimentos do exílio a concepção escatológica que, com referência à conclusão do SL 46, onde se anuncia o fim de todas as guerras e ainda a interpretação como poesia pessoal, que surge espontaneamente como no caso dos Sls 51 e 73.
Os Salmos também refletem os múltiplos aspectos assumidos pela vida religiosa de Israel no decorrer dos séculos.
É importante perceber nos Salmos o seu “revestimentos” ou seja o seu duplo plano:
1. O da ação concreta evocada. O plano real, é a situação de Israel e de cada fiel no seio desse povo, em relação (em aliança) com Deus; esse povo régio de que falava o Êxodo, ferido por causa de seus pecados, desprezado como um leproso pelas nações, injustamente acusado de estar abandonado pelo seu Deus...
2. 0 da significação. Para tornar dramática essa situação de Israel. os salmistas apresentam-na sob a forma de um acusado inocente, de um leproso oprimido, de um rei protegido por Deus, etc.
Estamos então no plano do “revestimento”: é a dramatização de uma situação real.
É muito importante distinguir estes dois planos, para poder rezar com os Salmos.
Sem dúvida, raramente estaremos na situação real, mas na significação, pelo revestimento dramático que ele evoca, que muitas vezes é nossa.
Reze:
1) Inicie sua oração de hoje procurando dar um tempo para você refletir sobre : a) você gosta de poesias? b) músicas? Que gêneros?
2) Medite nisto agora: “O silêncio da fé é amar sem nada entender nem mesmo querer entender. O amor é a única explicação de um mistério incompreensível”.
3) Coloque-se diante de sua Vida e História, busque fazer seu salmo, seu hino de louvor e agradecimento por tudo. A fé não é entender as coisas, não é compreender como e por que os fatos se dão em nossas vidas; a fé é adorar em silêncio toda é qualquer manifestação e mistério de Deus.
4) Na poesia abaixo escrita por São João da Cruz, medite, reze , ela foi escrita em um dos momentos mais drásticos da sua vida, ele se encontrava no cárcere de Toledo, vítima da má compreensão de seus irmão:
Aquela eterna fonte está escondida,
Mas bem sei onde tem sua guarida,mesmo de noite.
Sua origem não a sei,pois não a tem,
Mas sei que toda origem dela vem,mesmo de noite.
Sei que não pode haver coisa tão bela,
E que os céus e a terra bebem dela, mesmo de noite.
Eu sei que nela o fundo não se pode achar, e que ninguém nela
Pode a vau passar, mesmo de noite.
Sua claridade nunca é obscurecida, e sei que toda luz dela é nascida, mesmo de noite.
Sei que tão caudalosas são suas correntes,
Que céus e infernos regam, e as gentes, mesmo de noite.
A corrente que desta fonte vem é forte e poderosa, eu o sei bem, mesmo de noite.
A corrente que destas duas procede sei que a nenhuma delas precede,mesmo de noite.
Aquela eterna fonte está escondida neste pão vivo para dar-nos vida, mesmo de noite.
De lá então chamando as criaturas que nela se saciam às escuras,mesmo de noite.
Aquela viva fonte que desejo,neste pão de vida já a vejo, mesmo de noite.
( * é bom saber que nem a Eucaristia, o santo sacrifício da missa, João da Cruz foi proibido de participar e celebrar por nove meses).
5) Na oração damos todo sinal verde a todo sentimento que está escondido no mais profundo do nosso ser, para que tudo louve e bendiga o Senhor, assim como súplicas e gemidos da alma .É um íntimo diálogo de amor que flui onde ninguém pode estar presente, senão o próprio Deus. Reze...permaneça em um silêncio profundo e depois deixe sua alma livre para cantar, rezar, gemer no Espírito .
6) Somente a criatura humana é capaz , com um ato de vontade, de comunicar-se com Deus e com os outros, de decidir-se a amar ou não amar. A oração é nosso ato de amor com e para Deus.Reze com esta palavra de Santa Teresa de Jesus: “ Oração não é outra coisa senão tratar intimamente com Aquele que sabemos que os ama, e estar muitas vezes conversando a sós com Ele .” (Vida 8,5).
7) A oração dos salmos nos mostra o quanto somos cheios de dádivas de Deus: Há bondade divina no universo, no sol, nas estrelas, na lua ,nas florestas... Mas acima de tudo está no homem, ser em que Deus depositou mais de seu amor, que não é uma simples criação, mas imagem do criador . Reze com Gn 1, 26-28; Sl 8.
8) Reze com esta poesia musical :
Do barro tu viestes
Moldado a mão de Deus ...
No toque de amor a vida floresceu
Contemplo agora em ti
O Pai que te criou
A tudo deu a vida
Mas a ti deu amor
Tua vida é um sopro de Deus
Do seu amor
É semente que a terra acolheu
E Deus regou tens beleza
Tens valor....
9) Anote os frutos de sua oração de Hoje:___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Com minha benção
Pe.Emílio Carlos+
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