Como seus amores são belos,minha irmã, noiva minha. Seus amores são melhores do que o vinho, e mais fino que os outros aromas é o odor dos teus perfumes. Por isso Eu quero consumir meus dias, no seu amor! ══════ ღೋ♡✿♡ღೋ═══════

Ani Ledodi Vedodi Li


Mais do que qualquer outro motivo, esta é a razão pela qual quero fazer deste blog um caminho para amarmos mais a Deus, por isso seu nome: “Ani Ledodi Vedodi Li”

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Deus o Abençõe !

E que possas crescer com nossas postagens.

É algo louvável esconder o segredo dos Reis; mas há glória em publicar as obras de Deus!

A Igreja não tem pressa, porque ela possui a Eternidade. E se todas as outras instituições morrem nesta Terra, a Santa Igreja continua no Céu.

Não existem nem tempos nem lugares sem escolhas.

E eu sei quanto resisto a escolher-te.

"Quando sacralizamos alguém essa pessoa permanece viva para sempre!"

Sacralize cada instante de tua vida amando o Amado e no Amado os amados de Deus !


Pe.Emílio Carlos

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012


Perdoa as nossas ofensas, como nós perdoamos a quem nos tem ofendido

Retiro Pessoal Mensal

Fevereiro 2012

Mateus 6,12: O perdão dos pobres
Perdoa as nossas ofensas, como nós perdoamos a quem nos tem ofendido (Mateus 6,12)

Esta prece do Pai Nosso distingue-se das restantes. Não é apenas uma oração a Deus, mas evoca, também, aquilo que nós fazemos: «como nós perdoamos» ou «como nós perdoamos».

A primeira variante é preferida pelos biblistas, a segunda pela prática comum.

Quem reza desta forma «apresenta-se a Deus como exemplo de virtude, se o podemos colocar dessa forma, solicitando a Deus, que está além de qualquer imitação, que venha e o imite», como nota, com espanto, São Máximo o Confessor, um comentador do século VII.

Mas quem pode afirmar que foi ao extremo de perdoar a fim de pedir a Deus que faça o mesmo?

Em qualquer outro texto da Bíblia, parece existir prioridade do perdão recebido sobre o perdão dado: «Tal como o Senhor vos perdoou, fazei-o vós também» (Colossenses 3, 13).

O amor imenso com que Deus nos preenche pode transbordar para a vida de outros através do perdão que, por nossa vez, oferecemos.

Então, por que é que o Pai Nosso inverte a ordem: primeiro nós, depois Deus?

As palavras podem ser entendidas no seu primeiro sentido: «perdoar as ofensas», literalmente «perdoar o que nos devem», significa tornarmo-nos mais pobre. Se significa anular dívidas, então o perdão é uma perda.

Na carta aos Colossenses, o perdão é evocado por uma palavra que designa um dom não merecido e superabundante: «O Senhor revestiu-vos de graça.» A palavra que Jesus normalmente usa para perdão é pobre e banal. Significa «deixar», como em «deixa estar» ou «deixar lá».

Ao dizer «Perdoai as nossas ofensas» (ou «as nossas dívidas»), pedimos a Deus que «deixemos de lado» as dívidas que carregamos e que, assim, nos «deixe partir», livres.

É como pobres que pedimos a Deus que não exija nada de nós, porque não possuímos nada para Lhe dar.

Não está em nosso poder libertar o nosso passado do mal a que fomos sujeitos. Também nisso somos pobres: não podemos, de forma rápida, parar de sentir repetidamente a por vezes violenta dor do mal que nos foi feito.

Dizer a Deus «Como perdoamos aos que nos têm ofendido» (ou «a quem nos deve») não é o mesmo que, orgulhosamente, dizer: «Vês como perdoei de forma generosa». É, apenas, apresentar-se a Deus como pobres que renunciaram ao que lhes era devido.

Porque, por vezes, há momentos em que contabilizamos secretamente o mal que nos foi feito para que, quando a altura chegar, possamos apresentar uma espécie de factura dos danos com juros. Mesmo quando parece tranquilizar-nos, esta contabilização paralisa-nos.

Para entrar na liberdade do perdão, é necessário deixar o que nos entristece.

Por que não perdoamos e queremos o perdão?

Porque é tão difícil perdoar?

A resposta muitas vezes está em nosso orgulho, que é tão grande a ponto de achar que pedir perdão ou perdoar alguém é passar vergonha, humilhação.

Deus nós dá o maior exemplo de todos, Ele nós perdoa, e isso não é nenhuma vergonha, é SALVAÇÃO, é uma nova oportunidade que Ele nós dá para fazermos as coisas de forma correta, e Ele nós dá quantas oportunidades forem necessárias, ou seja, Deus nós perdoa a cada deslize, a cada erro ou falha que cometemos e nós não queremos ser benção na vida do próximo, tratando-o da mesma maneira que Deus nós ensina, com compaixão.

O Rei Davi no Salmo 24,8 diz: "O Senhor é justo e bom e por isso mostra os pecadores o caminho que deve seguir".

Deus guia os humildes no caminho certo e lhes ensina a sua vontade. Ele é fiel e com amor guia todos os que são fieis a sua aliança e que obedecem os seus mandamentos.

Ó Senhor Deus, cumpre a tua promessa e perdoa os meus pecados, porque são muitos!

Aqueles que temem ao Senhor aprenderão com Ele o caminho que devem seguir, esses sempre terão sucesso...

É tempo de viver o amor e o perdão de Deus em nossas vidas, mas é tempo também de dar e receber o amor e o perdão do próximo.

Muitas pessoas se arrependem tarde demais para dizer “desculpa” ; “perdoa-me”. Quando a vida acaba, quando a distância separa, então uma oportunidade foi perdida.

  • A súplica "Perdoai-nos as nossas ofensas" é uma oração comum a todos os homens pois não existe um só que não tenha cometido faltas. Ofendemos a Deus quando não respeitamos a sua Palavra, quando não nos preocupamos com a sua vontade.
  • Quando pensamos que poderíamos viver sem Ele e contra Ele. Quando construímos o nosso próprio reino.
    Tornamo-nos culpados quando não confiamos n'Aquele que nos dá o seu Filho amado, Jesus Cristo, que Se fez homem, a fim de chegarmos a Deus. Jesus é para todos e para sempre o penhor do amor e da ternura do Pai pelos homens. Ele, que conhece o Pai como ninguém, diz-nos como Deus perdoa. Tornamo-nos culpados com o nosso próximo quando não partilhamos o nosso pão, quando não vivemos uns para os outros, mas uns contra os outros. Quando nos ofendemos mutuamente, nos rebaixamos uns aos outros, quando mentimos.

  • A promessa "assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido", está em consonância com a petição e vai ao encontro do nosso ser natural. Saber sofrer a injustiça é bem mais difícil do que cometê-la. Aquele que é ultrajado, traído, enganado ou explorado, pensa na vingança: Hás-de mas pagar! Hei-de pagar-te com a mesma moeda! Hás-de saber quem eu sou! Não te perdoarei nunca! Já não te conheço... Nesse momento, os amigos passam a inimigos, os íntimos a estranhos.

Todos nós ficamos presos numa engrenagem de injustiça e de culpabilidade, se pensarmos que a vingança é a única reacção possível à injustiça recebida. Jesus mostra-nos que é possível romper essa engrenagem: podemos fazer com que o amor seja mais forte que a ofensa e a ira; podemos dialogar com aquele que cometeu uma injustiça conosco, podemos dar-lhe uma oportunidade e também a nós próprios.



Jesus diz-nos como o perdão é importante: Portanto, se ao levares a tua oferenda ao altar, aí te lembrares que o teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa aí a tua oferenda diante do altar e vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão; depois volta para apresentar então a tua oferenda.

MATEUS 5,23-24

Que o Eterno Deus lhe conceda cada dia mais saúde e vida, para você viver esse AMOR grandioso, e que Cristo ilumine seu caminho e pensamentos.

Ah, e não se esqueça de completar a oração: “não me deixe cair em tentação, mas livrai-me do mal. Amém.”

Momento para rezar:

- Para mim, o que torna o perdão difícil?

- Há coisas que não posso deixar de lado? O que fazer nesses casos?

- Estou preparado para tornar-me pobre e encontrar a liberdade e a alegria do perdão ?

Reze varias vezes:

  • Perdoa as nossas ofensas, como nós perdoamos a quem nos ofende.
    Vem ao nosso encontro como nós vamos ao encontro dos outros.
    Dá-nos a mão, como nós damos a mão uns aos outros.
    Não contes as nossas faltas como nós não contamos as dos outros.
    Tem paciência conosco como nós a temos também com os outros.
    Dá-nos ainda uma oportunidade como nós a damos também aos outros.
    Não nos deixes cair em tentação como nós nos apoiamos uns aos outros.
    Livra-nos do mal para que todos juntos possamos louvar-Te.

Reflita - reze várias vezes em silêncio ou em alta voz: Não podemos dizer sinceramente a oração que Jesus nos ensinou, enquanto cada um de nós não perdoar ao outro, de todo o coração.

"Perdoai-nos as nossas ofensas, como nós perdoamos a quem nos tem ofendido"

Todos os dias, antes de te deitares, deves fazer um exame de consciência (porque não sabes se no dia seguinte ainda estarás neste mundo!).

Por maior que seja o mal que tiveres feito, deves empenhar-te em repará-lo, se for possível. Se, por exemplo, roubaste alguma coisa, deves devolvê-la. Se trataste mal alguém, tenta pedir-lhe desculpa sem demora. Se for impossível reparar, exprime a Deus a tua pena e o teu remorso. É muito importante que o faças, porque temos de ser capazes de contrição para nos tornarmos capazes de amar.

Podes dizer, por exemplo: “Senhor, lamento muito ter-Te ofendido e prometo esforçar-me por não voltar a fazê-lo.” Que impressão de bem-estar, de alívio, se tem então, sentindo o coração purificado! Recorda-te de que Deus é misericórdia. Ele é um Pai atencioso, disposto a tudo perdoar e a tudo esquecer, desde que nós procuremos fazer o mesmo para com aqueles que nos ofenderam.

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Perdoai as nossas dívidas

Perdoa-nos as nossas ofensas

1 "E perdoa-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores". Ou, segundo Lucas, "E perdoa-nos os nossos pecados, porque nós também perdoamos a quem nos deve" (Mt 6,12; Lc 11,4).

Com relação a dívidas, fala também o Apóstolo: "Dai a cada qual o que se lhe deve: os impostos a quem são eles devidos; a quem o tributo, o tributo; a quem o temor, o temor; a quem a honra, a honra. Não fiqueis em nada devedores a ninguém, a não ser o amor recíproco" (Rm 13,7-8). Estamos, pois, em dívida e temos certos deveres não só quanto a dar, mas também quanto a falar com amabilidade e praticar determinadas ações, e temos de ter uns com os outros tais disposições de coração. Somos responsáveis por nossos sentimentos relativos ao próximo.

Estes débitos nós os saldamos, realizando aquilo que nos ordena a lei divina; se, ao contrário, desprezamos a sã razão, ficamos em débito.

2 De modo semelhante devemos avaliar os nossos deveres em relação aos irmãos, seja porque regenerados conosco em Cristo pela palavra da verdadeira piedade, seja porque descendem do mesmo pai e mesma mãe.

É uma obrigação também para com os nossos concidadãos e, igualmente, com todos os homens.

Em particular, somos devedores para com os hóspedes e pessoas de idade que poderiam ser nossos pais. E dívida especial temos para com quem é justo honrar como filhos e irmãos. Assim, a pessoa que não cumpre os deveres relativos aos irmãos, cai em falta por omissão. Nossa dívida é maior quando deixamos de fazer em favor dos outros homens aquilo a que nos obriga o Espírito de sabedoria.

Temos também obrigações para conosco mesmos e para com r o nosso corpo, de tal modo porém, que não enfraqueçamos a carne por prazeres desordenados.

Somos também devedores de cuidados para com a nossa alma, vigiando sobre a nossa inteligência; nossas palavras sejam isentas de termos que possam ferir e de inutilidades (cf Mt 12,36). Se não cumprimos os deveres, agravamos nossa dívida.

3 Sobretudo, por sermos obra e criatura de Deus, devemos conservar para com ele uma afeição especial; amá-lo "com todo o coração, com todas as forças, com toda a mente" (Dt 6,4-5; Mc 12,30).

Se não cumprimos isto com perfeição, ficamos como devedores diante de Deus e pecamos contra o Senhor. E nestas circunstâncias, quem rezará por nós? "Se um homem peca contra um outro homem, alguém orará por ele; mas, se peca contra o Senhor, quem orará por ele?" (1 Sm 2,25), diz Eli no primeiro livro de Samuel.

Somos devedores de Cristo, que nos remiu com o seu sangue, como todo escravo é devedor daquele que o resgatou e pagou por ele grande soma de dinheiro.

Temos também um débito para com o Espírito Santo, e o pagamos quando "não entristecemos aquele pelo qual fomos marcados em vista do dia da redenção" (Ef 4,30). Quando não o entristecemos, produzimos os frutos exigidos com sua ajuda ? e presença que vivifica a nossa alma.

Uma vez que não sabemos com clareza, quem é o anjo de cada um de nós, o qual contempla a face do Pai, no céu (cf. Mt 18,10), é bem claro que, se não lhe prestamos atenção, ficamos em dívida para com ele.

É verdade que somos "um espetáculo para o mundo, os anjos e os homens" (1 Cor 4,9). Sabemos ter cada pessoa no teatro o que dizer ou fazer diante dos espectadores. Se não agir assim, será castigada, porque desse modo terá insultado todo o teatro. Por isso, somos devedores para com todo o mundo, os anjos e os homens, de atos que aprenderíamos da sabedoria se tivéssemos boa vontade.

4 Além desses deveres de caráter geral, há também outras dívidas particulares, como as relativas às viúvas, das quais a Igreja tem a responsabilidade; outra, acerca dos diáconos; outra, para com os presbíteros; de gravidade maior é a dívida atinente ao bispo. O Salvador de toda a Igreja exige seu pagamento e, se não for saldada, será cobrada no juízo. Já o Apóstolo falou de um débito comum ao homem e à mulher, dizendo: "O marido dê à mulher aquilo que lhe deve, e a mulher ao marido". E acrescenta: "Não vos negueis um ao " outro" (1 Cor 7,3-5).

Para que falar de todas as dívidas que temos, se o leitor pode vê-lo neste escrito, com todas as suas consequências? Ou ficaremos onerados se não as pagamos, ou libertados se, ao contrário, pagamos. De qualquer modo porém, não passamos uma hora do dia ou da noite nesta vida, sem que tenhamos alguma dívida.

5 Quando somos devedores, ou pagamos ou negamos, pois nesta vida ambas as coisas são possíveis. Alguns há que não devem coisa alguma (cf. Rm 13,8). Alguns pagam quase todas as dívidas, menos alguma coisinha. Outros pagam um pouco, deixando quase tudo por pagar. Alguns nada pagam e ficam devendo tudo.

Não obstante, mesmo a pessoa que paga tudo, sem ficar devendo, precisa do perdão pelos débitos que teve anteriormente. Aquele que se esforça deveras a fim de pagar as dívidas que restavam, merece certamente o perdão. Mas os atos ilícitos impressos na alma continuam como um documento contra nós (cf. Cl 2,14). De acordo com isto seremos julgados, pois são documentos a exibir no momento de comparecermos ante o "tribunal de Cristo", a fim de que cada um receba segundo o que fez de bem e de mal em sua vida (cf. I Rm 14,10).

Referem-se também a essa espécie de dívida as palavras dos Provérbios: "Não estejas entre os que se comprometem como fiadores de dívidas; do contrário, se não houver com que restituir, tomarão a cama debaixo de ti" (Pr 22, 26-27).

6 Se tantas dívidas temos com muita gente, também é certo que muita gente nos deve. Uns nos devem como a homens, outros, como a cidadãos, outros como a pais ou a filhos. Além disso, devem-nos como a esposos as esposas, e como a amigos os amigos.

Mas, quando algum de nossos devedores demorar a pagar o devido, o nosso comportamento será amável com eles, se não nos recordarmos dos seus erros e nos lembrarmos das nossas próprias dívidas, e da frequência com que temos atrasado o pagamento tanto aos homens como ao próprio Deus. Porque, se nos lembramos das dívidas que deixamos de pagar a tempo por não ter querido fazer tal ou tal coisa para o próximo, deveríamos ser mais amáveis com os que não nos pagaram seus débitos. Isto acontece especialmente, se levamos em conta as nossas ofensas a Deus, e mantemos uma linguagem altaneira (cf. Sl 72,8) por ignorância ou por causa de inquietação na ocorrência de fatos tristes.

7 Se não queremos ser benevolentes para com os nossos devedores, sofreremos a punição como a daquele que não perdoou a seu companheiro de serviço os cem denários que devia. Depois de obter o perdão da sua dívida, segundo a parábola do Evangelho, o patrão o manda prender e dele exige tudo o que lhe havia perdoado, dizendo-lhe: "Servo mau e negligente, não haverias tu de ter piedade do teu companheiro, do mesmo modo que eu tive contigo? Lancem-no na prisão até que restitua tudo quanto deve" (Mt 18,32-34).

E o Senhor acrescenta: "Do mesmo modo fará convosco o Pai celeste, se não perdoardes de coração a vossos irmãos" (id. 18,35). Portanto, é preciso que concedamos o perdão àqueles que dizem arrepender-se de ter pecado contra nós, ainda que o d nosso devedor faça isto muitas vezes. Está escrito: "Se teu irmão peca contra ti sete vezes, e sete vezes se volta para ti, dizendo: arrependo-me, hás de perdoá-lo" (Lc 17,4). Não sejamos duros com os que não se arrependem. São eles que se prejudicam a si mesmos, porque "quem deixa a correção se despreza a si mesmo" (Pr 15,32). Ainda assim, é preciso ter solicitude por eles. Mesmo se alguém está de tal modo pervertido que não tem consciência dos seus próprios males, preso de uma embriaguez mais perniciosa do que a do vinho, aquela que provém das trevas do mal (Pr 23, 29-35; Mt 24,49).

8 Aquilo que Lucas diz: "Perdoa-nos os nossos pecados" (Lc 11,4) (os nossos pecados provêm de que não pagamos as nossas dívidas), diz o mesmo Mateus, embora pareça restringir o perdão somente aos pecadores arrependidos. Lucas, com efeito, recorda a ordem do Salvador de acrescentarmos em nossa oração "porque nós também perdoamos a quem nos deve" (Lc 11,4).

Nós temos, de certo, o poder de absolver os pecados cometidos contra nós, como é manifesto na expressão: "Assim como nós perdoamos aos nossos devedores" (Mt 6,12), e ainda nesta outra: "Porque nós também perdoamos a quem nos deve" (Lc 11,4).

Aquele sobre quem Cristo soprou, como sobre os Apóstolos, e que se deixa conhecer pelos seus frutos, aquele que recebeu o Espírito Santo e se tornou espiritual, guiado pelo mesmo Espírito como filho de Deus, este julga espiritualmente (1 Cor 2,14-15; Rm 8,14; Gl 5,18).

Alguém assim perdoa como Deus perdoa, e retém os pecados incuráveis como os profetas, não falando com suas próprias palavras, mas com as que Deus quer (cf. Jo 20, 23). Assim também serve a Deus, o único que pode perdoar pecados.

9 No Evangelho de S. João, são estas as palavras relativas ao poder dado aos Apóstolos de perdoar: "Recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados, serão perdoados; a quem os retiverdes, serão retidos" (Jo 20, 22-23). Se alguém toma esta palavra sem atento exame, poderá censurar os Apóstolos por não terem absolvido os pecados a todos, porque a todos foram os pecados perdoados da parte de Deus, mas de terem retido os pecados de alguém de tal sorte que foram retidos da parte de Deus.

Para entender a remissão dos pecados, dada por Deus aos homens pelo ministério de homens, parece útil tomar um exemplo da Lei.

Aos sacerdotes da Lei é proibido oferecer um sacrifício por certos pecados, pois são absolvidas as culpas pelas quais se oferece um sacrifício.

O sacerdote, que tem o poder de oferecer um sacrifício por certos pecados, como os de culpa involuntária, não pode jamais oferecer um holocausto ou um sacrifício de expiação (cf. Sl 39,7) pelo adultério, pelo assassínio voluntário ou por outros pecados muito graves.

Isto vale também para os Apóstolos e para os seus semelhantes, porque são sacerdotes segundo o exemplar do sumo Sacerdote. Estes, no serviço divino, instruídos pelo Espírito de Deus, sabem por quais pecados se oferece o sacrifício, e também o tempo e o modo, e sabem igualmente por quais pecados não podem oferecer o sacrifício.

Assim, o pontífice Eli, conhecendo os pecados dos seus filhos Ofni e Fineias, e não podendo ajudá-los na remissão dos seus pecados, confessa ter perdido a esperança de poder fazê-lo: "Se um homem peca contra um outro homem, alguém orará por ele; mas, se peca contra o Senhor, quem orará por ele?" (1 Sm 2, 25).

10 Alguns, não sei como, se arrogam um poder que supera o poder sacerdotal - talvez nem tenham a respectiva ciência - e se gabam de poder absolver os pecados de idolatria, de adultério e de fornicação, como se, por meio da oração que eles formulam sobre os réus desses crimes, se pudesse apagar o pecado que "conduz à morte".

Não leram esta palavra da Escritura: "Há um pecado que conduz à morte; não digo que se ore por ele" (1 Jo 5,16). Não se pode passar em silêncio o valente , que oferece por seus filhos um sacrifício com estas palavras." "Talvez os meus filhos, no seu coração, terão pensado mal de Deus" (Jó 1,5). Ele oferece um sacrifício por eventuais pecados internos, que ainda não tinham aflorado aos lábios.

Orígenes - Tratado da Oração

Santo Retiro+

Padre Emílio Carlos+

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