Não, meus irmãos, não é o pecador que retorna a Deus para pedir-Lhe perdão; mas é o próprio Deus que corre atrás do pecador e que o faz voltar para Ele.
Espera pelos pecadores na penitência, e convida-os pelos movimentos interiores da Sua graça e pela voz dos Seus ministros.
Vede como se comporta para com Nínive, esta grande cidade pecadora.
Antes de punir os habitantes, manda, da Sua parte, o Seu profeta Jonas anunciar-lhes que, dentro de quarenta dias, os irá punir.
Jonas, em vez de ir a Nínive, refugia-se noutro lado. Quer atravessar o mar; mas, longe de deixar os Ninivitas sem aviso antes de os punir, Deus faz um milagre, conservando o Seu profeta, durante três dias e três noites, no seio de uma baleia, que, ao fim de três dias, o lança para terra.
Então o Senhor diz a Jonas: «Vai anunciar à grande cidade que dentro de quarenta dias perecerá.» Não lhes impõe qualquer condição.
E o profeta, tendo partido, anunciou em Nínive que dentro de quarenta dias iria perecer.
Com esta notícia, todos se entregaram à penitência e às lágrimas, desde o camponês até ao rei.
«Quem sabe, diz-lhes o rei, se o Senhor não terá ainda piedade de nós?» O Senhor, vendo-os recorrer à penitência, pareceu congratular-Se com o prazer de os perdoar.
Jonas, vendo que chegava o prazo do castigo, retira-se para fora da cidade, a fim de esperar que o fogo do céu caísse sobre ela. Vendo que não caía: «Ah! Senhor» grita-Lhe Jonas «vais-me fazer passar por falso profeta? Prefiro morrer. Ah! Sei bem que és demasiado misericordioso, que não desejas senão perdoar» – «O quê! Jonas», disse-lhe o Senhor, «queres que faça perecer tanta gente que se humilhou perante mim? Oh! não, não, Jonas, não teria coragem; ao contrário, amá-los-ei e conservar-lhes-ei a vida.»
S. João Maria Vianney (1786-1859), cura de Ars: Sermão para o 3º Domingo depois do Pentecostes
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