Ser Vítima com Cristo( II )

Vítimas do Amor que não é amado!

“A alma vítima é pó que todos têm o direito de pisar. [1]”
Estas almas oferecidas segundo a sua vocação de “vítimas interiores pela redenção dos homens, continuando a redenção de Jesus Redentor... [2]” tem uma árdua vocação da vítima, porque o lugar da vítima é no Calvário com Jesus e não nas doçuras do amor... As almas consoladoras, as almas reparadoras são vítimas com a grande Vítima do Calvário.
Esta exposição o que é a vítima de amor e alma reparadora com Jesus Cristo, é nela mesma um programa de vida e, um programa de vida que assenta extraordinariamente bem à entrega a qual de livre e consciente vontade a alma é disposta a se entregar.
Falamos de um programa de vida o que dentro da espiritualidade em que vivemos como Comunidade Alpha e Ômega trazemos como: “ rehma de vida” ou como costumamos usar a falar de “projeto pessoal” ou “ ideal pessoal”.

Assim então entendemos o programa de vida escolhido por Jesus para a sua vítima, e assim assumimos em nossa vida um caminho no qual unimo-nos a Jesus a partir do momento em que se oferece a Jesus e podemos falar em teologia mística de um carisma de que beneficiam muitas das almas escolhidas para missões particulares, assim não é para todos mas também ninguém pode ficar a margem de tal acontecimento como Santa Teresa de Ávila, Santa Catarina de Sena, Santo Afonso de Liguori, S.Pedro Julião Eymard, S. Miguel Garicoïts e tantos outros, como S. Padre Pio de Pietrelcina, Alexandrina e Teresa Neumann, mais perto de nós.
Este carisma amar, sofrer e reparar, muitas vezes se pode confundir achando que é para todos porque as tomamos uma exigência de Jesus e pensa-se que assim é para toda a gente”... .

Mas rezando veio-me estas palavras de Jesus do Evangelho de Mateus 25,14-27 precisamente o versículo 15: “A cada qual segundo as suas capacidades!”.
Deus não é cruel meus filhos, Ele não pedirá nada além de suas forças e capacidades.
Perdão mas se sua entrega foi medindo suas conseqüências não foi uma oferta livre.

Foi condicionada e Deus não a tomou.
Mas se foi livre Ele se incumbirá de pedir segundo as capacidades que o cordeirinho tem...

Você conhece os seus limites e até onde você pode ir, mas Ele sabe na onisciência até onde pode te exigir e pedir... Ou melhor, não lhe pedirá nada, pois tudo já é Dele.
Depois: o instante, que repercute por toda a vida e eternidade adentro: é o momento máximo da liberdade!
Ser livre, é justamente escolher e definir-se entre duas ou mais possibilidades. É o momento, em que os anjos olham com fascinante expectativa para a decisão a ser tomada, ainda mais quando se trata da alternativa entre duas Eternidades!
Ser livre não é fazer o que quero , mas é fazer o que devo!
Seguir uma missão é dar grandeza ao coração. É vencer todas as resistências. É seguir o apelo divino que chama a uma missão, a um serviço com generosidade alargada sem ficar com medo das conseqüências e assumir as responsabilidades.
Ao dizer o SIM, a pessoa não está livre da angústia, da incerteza, da morte. O próprio Cristo disse SIM desde toda a eternidade à vontade do Pai, e, entretanto na cruz exclamou:

“Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?”
A resposta do homem deve ser constantemente reassumida. É no dia-a-dia que se deve ir fazendo caminho e assumindo os riscos do nosso SIM.

A vida não é feita só de momentos claros, nos quais se percebe perfeitamente a vontade de Deus.
Muitas vezes é necessário seguir por caminhos escuros e até incomuns. Muitos devem lutar duramente para seguir sua missão-vocação.
"A Palavra de Deus não dispensa ninguém de pensar, de tatear, de buscar, de tomar decisões".
Seguir uma missão-vocação é buscar incansavelmente uma resposta aos próprios anseios.
Todo homem é chamado a decidir-se, a assumir os valores descobertos em si e não poupar esforços para alcançar os objetivos propostos.
Do que ter medo meus filhos... o medo não é para nós ....o medo é para os pagãos, nós sabemos em quem colocamos nossa confiança.
A nós somente o santo temor de perder a Deus e perder-se em Deus.
Ele não pedirá ao seu “cordeirinho” o que não for capaz de lhe dar... Ele lhe pedirá tudo.

Assim queira tudo no Tudo ofertar sem reservas e medos.
Deus não é cruel e nem padrasto, Ele é Pai e ele é bom e bom é tudo o que Ele faz.
Lembre-se o ouro, a prata só tem valor se provados no fogo.
Sua oferta e sua entrega só serão aceitas e será louvor para Ele quando passar pelo fogo do Amor.

Em nome de Jesus lhes digo meus filhos: "Deus fala continuamente, muitas vezes e de muitos modos" (Hb 1,1).

É importante saber ler e interpretar tudo aquilo que se passa ao redor, para descobrir o plano de Deus a nosso respeito. Realizar o plano de Deus é realizar a própria felicidade. E Ele não esta interessado em nosso bem, mas na nossa Salvação!

Seguir uma missão-vocação é viver a vida com intensidade. É responder aos apelos de Deus.
É renovar-se, converter-se, ir além, superar-se constantemente.

Toda missão-vocação é o resultado comum, de duas decisões livres:
• de Deus, escolhendo e chamando livremente o homem, do homem respondendo livremente ao apelo divino.
A missão-vocação vai despertando e se desenvolvendo lentamente, silenciosamente.
Na entrega diária à vontade de Deus, descobre-se a verdadeira resposta.
Porque medos?
Homem algum consegue viver sem fazer, conscientemente, sua escolha.
Todo homem deve dizer: "sim" ou "não" ao chamado que Deus lhe faz. A decisão deve ser livre. É o indivíduo que decide e ninguém mais deve influir sobre suas procuras.
A resposta que as grandes figuras da Bíblia deram a Deus foi uma resposta sem reserva, uma resposta que colocava o cumprimento da missão de toda a realização humana e que exige o abrir mão de nós mesmo.
Leia em sua Bíblia as seguintes vocações :

• Vocação de Abraão (Gn. 12,1),
• Vocação de Moisés (Ex. 3,7-10)

• Vocação de Samuel ( I Sm 3,7-12),
• Vocação de Jeremias (Jr1,4-10),
• Vocação de Isaias ( Is 6,8-9ss)
• Vocação de Maria ( Lc 1,28-38)

• Vocação de Paulo ( At 9,3-6; 26,12-15; 22, 6-11)

Como nossa busca nunca será completa, também nunca daremos

uma resposta perfeita.
Todos os dias devemos voltar a escolher aquilo que Escolhemos, ou melhor, fomos escolhidos e desejamos alcançar.
Deus acompanha o homem: "Eu estarei contigo", diz incessantemente o Senhor. Ajuda a vencer as dúvidas, as vacilações, os momentos de incertezas, as horas de escuridão. Ajuda a vencer a vontade de fugir à responsabilidade da missão-vocação, a tentação de dizer "não" e a virar as costas. E quem faz vencer todas as resistências, é a convicção de que Deus está com a gente. Ele acompanha o homem que procura dar uma resposta sincera, que tem fé.
A função do homem é ter vontade firme e deixar-se conduzir por Ele.

Ir além de nossa fé expectante e participar da fé de Jesus operante e confiante que se lança nas mãos do Pai.
Se fiel, a sua entrega e não fique pensando no que Ele irá pedir e como pedirá.
Cada missão-vocação é original, é fruto da liberdade, é um acontecimento pessoal, único e incomunicável. Tem como finalidade primeira a humanização da pessoa e o serviço do Reino.
Lembre-se do Jogo do amor: em que o Divino Esposo – Jesus me pede algo dizendo-me: “ Conto contigo ” e eu, humildemente , na fraqueza e debilidade humana e no

nosso nada respondemos: “ Eis-me aqui!”
Só que no “jogo do amor” entre Nós e Ele prossegue, pois também lhe dizemos todos os dias: - “ Conto contigo” e Ele, no seu amor infinito, nos responde : “ Eis –me aqui !”
É preciso que compreendamos o amor de Deus através da cruz, que é a loucura de Deus.
Um abismo incompreensível, mas que exige a nossa resposta que nos constrange que nos impele à perfeição.
Entreguemo-nos como vitimas do Amor que não é amado!
Esta outra palavra de Jesus,palavra de esperança e de amor, deverá animar-nos sempre:« O Filho do Homem veio procurar e salvar o que estava perdido. » (Lc. 19, 10).

“A minha cruz é suave sendo levada por meu amor”, na verdade foi isso que conclui como outrora tinha dito aos que o cercavam: “Se alguém quiser vir comigo, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me”. (Mt. 16, 24), prevenindo, todavia os recalcitrantes: “Quem não tomar a sua cruz para me seguir, não é digno de mim”. (Mt. 10, 38)
O "Eis que venho”- é a máxima das Almas Reparadoras.
Como já vós escrevi: “Então, por desejo nascido do amor, quer fazer-se tudo para ajudar a humanidade a encontrar caminhos de salvação, de paz, de amor. E, por amor, aceita-se sofrer para que todos vivam do Amor infinito de Deus, ou seja, unimo-nos a Jesus que, na Cruz, amou 0 Pai, foi Vítima que Se ofereceu para que o mundo tivesse vida. E amou os homens para dar a vida por todos, para a todos salvar e remir. Com esta visão e compreensão do mistério, como alma vítima quero a

firmar: “Senti que tomei a cruz nas costas, quando me ofereci a Nosso Senhor como sacerdote reparador e como fundador de nossa Comunidade Alpha e Ômega.
Desde o início pela ocasião da minha ordenação esta foi a Palavra do Senhor para mim: “Filho, a tua única responsabilidade é adorar-Me e conduzir outras almas a procederes assim, fazendo-Me Senhor e Rei de suas vidas. Os homens têm aprendido a realizar uma série de outras atividades. Mas o Meu desejo é que tu Me louves, acima de tudo mais, e isto vai sendo negligenciado. Porfia em viver na atmosfera bem-aventurada do santo lugar e que Teu ministério seja abrir para os outros esta porta. O privilégio que te dou é glorioso e sagrado. A minha benção há de santificar a tua vida na mesma proporção em que cumprires esta missão maravilhosa. Faz-me Teu Único bem necessário e leves outros a ter-Me como o Único bem. Eu te conduzirei a prestares este Ministério”.(Palavra de Confirmação: Salmo 99,1-5 ; Heb 2,11-13 ; Salmo 109,1-7)
Esta palavra para mim foi confirmação no sentido de que o Senhor dizendo que eu O faça Senhor e rei da minha vida e da vida daqueles que estarão ao meu lado no percorrer do meu ministério.
Por ocasião de minha vinda para a Diocese de São Carlos o Senhor me disse: “O Senhor te guiará constantemente. Alimentar-te-á no árido deserto, renovará teu vigor. Serás como um jardim bem irrigado. Como uma fonte de águas inesgotáveis. Reerguerás as

ruínas antigas. Reedificarás sobre os alicerces seculares. Chamar-te-ão reparador de brechas, o restaurador das moradias em ruínas...” (Palavra de confirmação 58,11-12- Apoc. 21,5-6 )
De primeira mão posso dizer assim para vocês que eu não entendi essa palavra: Reedificarás sobre os alicerces seculares.
Para mim esta palavra é que eu deveria então mudar de rota, mudar de caminho, sair para uma comunidade diocesana. Até então esta era a imagem que eu trazia, nunca imaginei que este “Alicerce secular” seriam vocês, seria a Comunidade Alpha e Ômega. No meu coração era apenas: devo buscar um caminho diocesano.
E naquele dia pedi uma palavra de confirmação para o Senhor, o que me leva hoje a um susto, que foi só revendo dentro do meu caderno de anotações esta Palavra do chamado de Deus, eu me deparei que a palavra que o Senhor me confirmou foi de Apoc. 21,5-6.
Nunca tinha me dado conta de que essa palavra que norteia o nosso Carisma foi uma palavra já dada anos anteriores na minha vida em 1989 e a Comunidade foi nascer em 1991.

No dia seguinte coloquei-me novamente em oração 20-12-89 pedindo ao Senhor que me conduzisse para onde deveria ir.
Eis suas palavras: “Caro filho, és precioso para mim, te conferi a graça do meu sacerdócio, deves tê-lo como precioso tesouro. Eu sou o Sumo e Eterno Sacerdote e conferi a você a graça de partilhar comigo deste ministério tão sublime. Deverá conduzir um povo

para o meu louvor. Eu sou o doador das graças e das bênçãos, eu te capacito para que dispense

ao meu povo o rio de graças que tenho para todos. Você será minha voz, não pelos teus méritos, mas pela minha Escolha. Eu sou a Pala

vra, o Verbo. Eu te consagrei para dirigir um povo que me proclame Único Deus e Senhor, vá com minhas ovelhas, não vá à frente, nem atrás,mas vá ao lado, junto, com paciência e carinho, ensine-os eaprenda com eles a me adorar, em Espírito e Verdade. Sou Eu que faço está Obra por ti. Tu és meu instrumento, eu me alegro em ti, quando trazes para mim almas, és para mim causa de alegria, jamais me faças chorar por ti, me negligenciando o dom que te confiro, não separe-se de mim, por nenhum instante.(Confirmação Salmo 49,23 ).
Hoje talvez entenda um pouco mais que a história não começa em mim, mas, em Deus, Deus só e nada mais!
Esta vontade de Deus transcende o destinatário deste carisma ao ponto de envolver, dominar, preencher, realizar e impulsionar.

Talvez eu não consiga ser tão claro. Após uma resposta destas, a conseqüência natural é a de largar tudo. Descobri que fui feito por Deus para viver Sua vontade e não a minha. Este fato não me diferencia das pessoas que não largam tudo e nem tão pouco me qualifica como filho mais amado de Deus. Eu somente descobri que deveria entregar-me a Deus e ao meu Carisma.
O fim da Comunidade é procurar a glória de Deus; “Deus, somente Deus em tudo e sempre!” mediante a tríplice espiritualidade que em nossas santas Constituições nos orientam: Nossa espiritualidade se fundamenta em três pontos principais que constituem o nosso modo de SER:
A) Abandono à Vontade Divina: ter como empenho único a visão de Deus e o andar sem olhar à direita ou à esquerda, ao futuro ou passado.

Significa mergulhar, submergir, perder-nos na Divina Vontade; ver em cada acontecimento a mão de Deus que guia e age.
Manter-se assim num estado de metanóia permanente, tanto de forma individual como comunitária, reconhecendo na prática da ascese um meio indispensável para caminhar mais facilmente para Deus, na disponibilidade total para a santidade, e assim saber encontrar na vida comunitária as condições para chegarmos ao pleno conhecimento e amadurecimento, “conforme a medida do dom de Cristo”.
Lembro-me aqui quando Nosso Senhor nos dizia em nosso 1º Retiro como Comunidade de Vida para colocarmos nosso olhar fixos nas mãos do pastor que ia a nossa frente com seu báculo, não olhar nem para o passado para não nos entristecermos, ao futuro, pois poderíamos nos atemorizar e desistir, nem para o momento presente para não nos afligirmos, mas para sua mão que indicava para onde queria nos levar. Nem para a direita nem para a esquerda. Somente em sua Mão, pois Ele é o pastor que nos conduz e nada nos faltará.

B) Amor Infinito: assim Deus quer ser conhecido. Ele mesmo deseja que esse conhecimento se difunda no mundo, o inflame e o renove. O coração de Jesus, aberto na cruz é a porta pela qual podemos entrar no conhecimento deste Amor Infinito.
O amor do nosso Deus é este que se encarnou para divinizar. “O Verbo se fez carne e habitou entre nós”. É esta a maneira que Deus tem de amar, e que Cristo veio nos ensinar com sua palavra e exemplo. Por isso, respondamos a este amor, pois “temos de Deus este mandamento: o que amar a Deus, ame também a seu irmão”
C) Confiança na misericórdia divina: nossa vida espiritual será marcada por uma imensa confiança na Misericórdia Divina que se realiza na missão redentora do Cristo morto na cruz por nós. Nossa vida com Deus deverá sempre refletir a realidade de nossa apaixonada “história de amor com Deus, que entregou-se em seu Filho por nós. ”Uma história de amor esponsal” que deverá considerar a Cruz como um leito nupcial, e a dor como um beijo de Cristo em união de almas esposas. Ser uma “história de amor”, “um desponsório de almas esponsais.” Lembremo-nos sempre de o que nos disse o Apostolo: “Deus escolheu o que é fraco para confundir os fortes... Quem se gloria, glorie-se no Senhor”.
Abertos assim a um profundo amor e devoção ao Sagrado Coração de Jesus recordando as palavras de nosso tão querido e saudoso bispo Dom Constantino Amistalden que nos abençoou dizendo: “Coloquem tudo no coração Sagrado de Jesus, sepultem aí e ressuscitará sempre se for obra de seu amor!”.
A adoração reparadora seja a nota característica da nossa Comunidade.
Os nossos membros não podem se contentar com a observância da pobreza exterior é necessário que tenham o espírito de pobreza, o gosto e o amor da pobreza se

deveras quiserem tornar-se interiores

e levar uma vida de amor e imolação.

Os nossos como almas esponsais hão de viver e morrer como verdadeiras vítimas do Sagrado Coração.
Talvez me perguntem o seja estas almas vitimas deste amor?
A única resposta que trago-lhes hoje: como almas esponsais hão de viver e morrer como verdadeiras vítimas do Sagrado Coração.
As almas consoladoras, as almas reparadoras são vítimas com a grande Vítima do Calvário.
A vítima é posta no altar do sacrifício e holocausto de amor: em lugar dos pecadores e em lugar de Cristo.
Em lugar dos pecadores, portanto, é fiadora, tem que pagar por eles. Por isso, pairam sobre ela os pecados do mundo; experimenta dolorosamente, misteriosamente em si as más disposições dos pecadores, como se fossem suas próprias. Em conseqüência, sentem-se, como eles, abominável aos seus olhos e aos olhos de Deus. Cai sobre ela em tremenda expiação a ira de Deus que a aterra, esmaga, aniquila a reduz a estado de morte e a faz sentir as dores do inferno. E junta-se a isto, para mais a imolar, a tortura amarga das dúvidas.
Mas está no altar do sacrifício e holocausto também em lugar de Cristo: e assim ininterruptamente unida a Ele, aos sofrimentos da sua Paixão e à Vítima do Altar, padecendo os sofrimentos de Cristo. Por isso, com Ele medianeira, com Ele redentora e mãe dos pecadores. Por isso apaixonada pelos pecadores. Com Cristo, enfim, pára-raios da Justiça divina.
As almas vítimas reparadoras no exercício da sua missão um dos sofrimentos mais ordinários das vítimas autênticas é sentirem-se: Sob o peso dos pecados do mundo.
Querer consolar o Coração de Jesus tão ferido, aceita imediatamente e sem demora a ele se consagra, protestando só a Ele pertencer e querer em tudo fazer a sua Santa vontade.
Os mistérios da vida de Cristo devem, em certo sentido, reproduzir-se em nós, na medida em que o Salvador quer nos assimilar a Ele e nos fazer participar da sua vida escondida, da sua vida apostólica, da sua vida dolorosa, configurados totalmente a Ele e finalmente da sua vida gloriosa no céu.
Como almas esposas do Cristo nosso perfeito modelo é evidentemente a Santíssima Virgem. A seu exemplo, devemos ter, em união com Nosso Senhor, uma vida de oração e de reparação ou de imolação pelo mundo e pelos pecadores. Devemos também consolar os aflitos, lembrando o que diz o Evangelho, que o consolo que levamos sobrenaturalmente aos membros sofredores do Cristo, é a Ele que levamos, para fazer-lhe esquecer tantas ingratidões, friezas e mesmo profanações.
Por isso a vida devemos nos esforçar para produzir as virtudes de Maria e continuar, em certa medida, seu papel em relação a Nosso Senhor e aos fieis.
Se as almas consagradas sabem e querem seguir esta direção, elas procurarão aos pés de Maria e acharão nela aquilo que será uma magnífica compensação a todas as renúncias e privações, aceitas no começo em bloco, e que se considera, às vezes, por demais duras quando se apresentam no dia a dia.
Em lugar de Cristo: As vítimas do amor divino têm em comum com as vítimas de expiação e de desagravo, pelos pecadores.
Ambos são holocaustos queimados; umas, no fogo da dor amorosa; outros, no fogo do amor doloroso. São diferentes na finalidade e nos meios. A vítima de expiação só quer resgatar pecadores, oferecer-se a sofrer por eles. A vítima do amor de Deus oferece-se para receber em seu coração todo aquele amor divino que foi rejeitado e ficou “represado” no coração de Deus. A vítima oferece-se para Deus “desabafar”, desagravar todo este amor retido. Seu meio é a entrega total à vontade divina.

Com minha pobre benção
Pe.Emílio Carlos+

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[1] Maria da Conceição Pinto da Rocha.- Fundadora das Imãs Reparadoras Missionárias da Santa Face
[2]cfr. “Reparação Expiadora”, Ed das Irmãs Reparadoras Missionárias da Santa Face, Lisboa, 1967,ib. 9. 47-48) e o holocausto de Maria junto à Cruz (manuscrito de Junho de 1933).