O argumento de Jesus é simples: se um juiz iníquo termina por dar ganho de causa à viúva, quanto mais Deus, que é justo, fará justiça aos seus eleitos.
A oração de súplica não consiste em esperar de Deus que Ele próprio faça aquilo que não conseguimos realizar, como dar-nos o pão, curar nossas doenças... Jesus enfatiza um ponto essencial na oração cristã: nunca perder a coragem.
A oração, para ser agradável a Deus, deverá ser humilde, perseverante e feita com fé.
Orar não é forçar Deus a fazer nossa vontade.
Rezar é antes de tudo o reconhecimento de nossa dependência d’Ele.
Às vezes, pensamos que Deus não ouve o clamor de seus eleitos, mas a justiça de Deus é infinitamente mais certa do que a nossa.
A palavra-chave é que “Deus faz-nos justiça”.
É uma palavra terrivelmente ambígua.
A justiça entre os homens é indispensável.
Consiste em dar a cada um o que lhe é devido, a reconhecer os deveres e os direitos de cada um.
Há leis para dizer quais são esses direitos e deveres, há juízes para aplicar essas leis.
Mas a justiça humana é sempre muito limitada e é preciso, muitas vezes, uma longa paciência para que ela seja, ao menos um pouco, aplicada!
Com Deus, as coisas não são assim. Deus não é um juiz mais perfeito que os juízes terrestres, a justiça de Deus não é um decalque eterno da justiça humana. Jesus veio revelar-nos que Deus é Amor.
Desde então, Deus é justo quando a sua ação é “ajustada” ao seu ser, é justo quando ama.
O mais alto degrau da justiça é perdoar e fazer misericórdia, porque aí se manifesta em plena luz a verdadeira natureza de Deus, o seu amor totalmente gratuito.
É precisamente isso que pedem os “eleitos”, aqueles que compreenderam qual é a justiça de Deus: Ó Deus, dá-me o teu amor, o teu Espírito Santo, para que Ele ajuste o meu coração e toda a minha vida ao teu amor. Perdoa os meus pecados”. Esta oração, Deus atende-a sem tardar, como fez ao bom ladrão: “Hoje, estarás comigo no Paraíso”.
Esta oração, posso e devo fazê-la todos os dias, sem me cansar, sem me desencorajar, porque é todos os dias que preciso de ser ajustado ao amor de Deus.
A oração não se reduz a fórmulas mais ou menos aprendidas, nem apenas a um recolhimento diante de Deus.
O diálogo com Deus é perene, contínuo, ininterrupto, possibilitando-nos permanecer, durante todo o dia, numa atitude fundamental de amor.
O que nos desencoraja, na verdade, é o fato de que nem sempre percebemos o resultado da oração, mas isto é parte da própria natureza da oração: não podemos apreciar imediatamente seus resultados.
Vamos rezar, não tanto para obter resultados imediatos, mas para resgatar a realidade em nós mesmos.
Quem reza sem nada esperar de retorno obterá de Deus muitos resultados porque rezou e confiou. Quem reza, confia, receberá as graças de que necessita para viver bem e em paz!
com minha benção
Pe.Emílio Carlos+
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