Durante alguns anos, ela permaneceu em companhia de seu pai e de outros parentes, principalmente de um tio que a apresentou as Cartas de São Jerônimo, que fizeram com que ela decidisse adotar a vida religiosa, não por ser atraída por ela, mas por um desejo de escolher um caminho seguro. Seu pai não lhe deu autorização e por isso ela fugiu de casa em novembro de 1535, para entrar no Convento Carmelita da Encarnação de Ávila, que então tinha 140 freiras.
No ano seguinte a sua profissão de fé ela ficou gravemente doente. Ela passou por tratamentos muito precários e teve uma recuperação parcial graças à intercessão de São José, mas sua saúde desde então ficou abalada. Durante esses anos de sofrimento ela começou a prática da oração mental, mas, temendo que suas conversas interiores não agradassem a Deus, ela parou até entrar em contato com Dominicanos e Jesuítas.
Neste período, Deus começou a visitá-la em visões, manifestações nas quais os sentidos exteriores não são afetados, pois as coisas vistas e ouvidas são impressas diretamente na mente.
Nessas conversas, Ele deu a Teresa força, reprimiu-a por sua falta de fé e a consolou nas tribulações. Incapaz de conciliar essas graças com suas imperfeições, que ela encarava como faltas graves, ela recorreu não apenas aos melhores confessores da época como a leigos que, sem entender que ela exagerava no peso de seus pecados, acreditavam que essas manifestações eram trabalho do demônio. Quanto mais empenho ela demonstrava em resistir aos pecados, mais fortemente Deus trabalhava em sua alma. Toda a cidade de Ávila tomou conhecimentos das visões da freira. São Francisco Bórgia e São Pedro de Alcântara, e posteriormente Dominicanos (particularmente Pedro Abañez e Domingo Bañez), Jesuítas e outros padres foram capazes de discernir o trabalho de Deus e guiaram-na em um caminho seguro.
Seus escritos espirituais contidos em "Livro da Vida", "Relações" e "Castelo Interior" formam uma das mais extraordinárias biografias espirituais, comparáveis apenas à "Confissões" de Santo Agostinho. Nesta época aconteceram manifestações extraordinárias como a transverberação de seu coração e o casamento místico. Uma visão do lugar destinado a ela no inferno fez com que ela buscasse uma vida ainda mais perfeita.
Depois de muitas dificuldades e oposições, em 24 de agosto de 1562, ela funda o convento das Carmelitas Descalças da Regra Primitiva de São José em Ávila e, seis meses mais tarde, consegue permissão para se mudar para lá. Quatro anos depois, ela recebe a visita do General das Carmelitas, João Batista Rubeo, que não apenas aprovou o convento como ainda garantiu a fundação de outros conventos de frades e de freiras. Ela rapidamente instalou suas freiras em Medina del Campo (1567), Malagon e Valladolid (1568), Toledo e Pastrana (1569), Salamanca (1570), Alba de Tormes (1571), Segovia (1574), Veas e Sevilha (1575), e Caravaca (1576). No "Livro das Fundações" ela conta a história desses conventos, quase todos criados apesar da violenta oposição.
Em toda parte ela encontrava almas generosas para abraçar as austeridades da regra primitiva do Carmelo. Com a ajuda de Antonio de Heredia, prior de Medina, e São João da Cruz, ela fez sua reforma entre os frades em 28 de novembro de 1568, iniciando pelos conventos de Duruelo (1568), Pastrana (1569), Mancera, e Alcalá de Henares (1570).
Uma nova época começou com a entrada na religião de Jerônimo Graciano, que recebeu do núncio a autorização de visitante Apostólico das freiras e frades Carmelitas da antiga observância na Andaluzia e se considerava em posição de anular as várias restrições. Com o falecimento do núncio e a chegada de seu sucessor uma tempestade se abateu sobre Santa Teresa e o seu trabalho, durando quatro anos e ameaçando aniquilar a reforma. Os incidentes desta perseguição são explicitados em suas cartas. As dificuldades finalmente passaram e a província das Carmelitas Descalças, com o apoio de Felipe II, foi aprovada e canonicamente estabelecida em 22 de junho de 1580. Santa Teresa, idosa e doente, fez mais fundações em Villanueva de la Jara e Palencia (1580), Soria (1581), Granada (com sua assistente a Venerável Ana de Jesus) e em Burgos (1582). Ela saiu de Burgos no final de julho e, parando em Valencia, Valladolid, e Medina del Campo, chegou em Alba de Torres em setembro, sofrendo intensamente. Ela ficou logo acamada e faleceu em 4 de outubro de 1542 (por causa das reformas no calendário, considera-se a data de sua morte 15 de outubro). Depois de anos seu corpo foi transferido para Ávila, mas depois foi reconduzido para Alba, onde se preserva incorrupto. Também o seu coração, com as marcas da Transverberação, está exposto para adoração dos fiéis. Ela foi beatificada em 1614 pelo Papa Paulo V e canonizada em 1622 por Gregório XV, com comemoração em 15 de outubro.
Em 27 de setembro de 1970, foi proclamada Doutora da Igreja pelo Papa João Paulo II.
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