O juiz da parábola faz justiça, não para fazer respeitar a justiça, mas para ter a paz.
É a perseverança da mulher que lhe faz obter o que ela pede.
O que conta aos olhos do Senhor é a perseverança no pedido.
Deus parece esperar a confiança daqueles que Lhe rezam. A confiança não tem limites… Mas Jesus coloca a terrível questão: “O Filho do Homem, quando vier, encontrará fé sobre a terra?”
Não respondamos demasiado depressa… A nossa oração verifica a nossa fé, mas é necessário que ela se faça perseverança…
À ESCUTA DA PALAVRA.
“É preciso rezar sempre sem desencorajar”.
Jesus tomou o exemplo da viúva que pede obstinadamente que a justiça lhe seja feita, para ilustrar o seu convite a uma oração perseverante, também ela obstinada.
Mas poderíamos esperar esta conclusão: “Se vós insistis sem cessar junto de Deus com a vossa oração, então, como o juiz, Ele acabará por ceder e atenderá o vosso pedido”. Mas não! Jesus parece incoerente. Ele diz: “E Deus não havia de fazer justiça aos seus eleitos, que por Ele clamam dia e noite, e iria fazê-los esperar muito tempo? Eu vos digo que lhes fará justiça bem depressa”.
É preciso rezar longamente, com perseverança, sem desencorajar e então Deus escuta-nos depressa, sem tardar!
Tudo isso não é muito lógico! Mas que quer Jesus dizer-nos?
A palavra-chave é que “Deus faz-nos justiça”.
É uma palavra terrivelmente ambígua. A justiça entre os homens é indispensável. Consiste em dar a cada um o que lhe é devido, a reconhecer os deveres e os direitos de cada um. Há leis para dizer quais são esses direitos e deveres, há juízes para aplicar essas leis.
Mas a justiça humana é sempre muito limitada e é preciso, muitas vezes, uma longa paciência para que ela seja, ao menos um pouco, aplicada!
Com Deus, as coisas não são assim. Deus não é um juiz mais perfeito que os juízes terrestres, a justiça de Deus não é um decalque eterno da justiça humana. Jesus veio revelar-nos que Deus é Amor.
Desde então, Deus é justo quando a sua ação é “ajustada” ao seu ser, é justo quando ama.
O mais alto degrau da justiça é perdoar e fazer misericórdia, porque aí se manifesta em plena luz a verdadeira natureza de Deus, o seu amor totalmente gratuito.
É precisamente isso que pedem os “eleitos”, aqueles que compreenderam qual é a justiça de Deus: Ó Deus, dá-me o teu amor, o teu Espírito Santo, para que Ele ajuste o meu coração e toda a minha vida ao teu amor. Perdoa os meus pecados”.
Esta oração, Deus atende-a sem tardar, como fez ao bom ladrão: “Hoje, estarás comigo no Paraíso”. Esta oração, posso e devo fazê-la todos os dias, sem me cansar, sem me desencorajar, porque é todos os dias que preciso de ser ajustado ao amor de Deus.
PALAVRA PARA O CAMINHO DA VIDA…
Levar a Palavra de Deus como luz para mais uma semana de trabalho, de estudo… Ao longo dos dias da semana que se segue, procurar rezar e meditar algumas frases da Palavra de Deus: “o Senhor é quem te guarda… o Senhor vela pela tua vida…”; “proclama a palavra, insiste a propósito e fora de propósito, argumenta, ameaça e exorta, com toda a paciência e doutrina”; “…necessidade de orar sempre sem desanimar…”. Procurar transformá-las em atitudes e em gestos de verdadeiro encontro com Deus e com os próximos que formos encontrando nos caminhos percorridos da vida…
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