TEMA: DISCÍPULOS E MISSIONÁRIOS DE JESUS CRISTO
TEXTOS DE APOIO:
V 24, 1-2.7: progresso no amor V 32, 5-9: fazer algo para Deus
Introdução:
O amor a Deus é um aprendizado.
Que Ele nos amou primeiro, ensina-nos a fé. E por causa de seu amor somos convidados a dar-lhe resposta. ‘Amor com amor se paga’, reza o adágio da espiritualidade. O amor é fogo que queima e irradia calor em todas as direções.
Se num primeiro momento somos receptáculos do amor de Deus, à media que vamos ns amadurecendo na intimidade com o Altíssimo, sem deixar de ser receptáculo de seu amor, começamos a sentir necessidade de deixar que o amor transborde em atos. É esta a dialética do amor: recebemos e damos; doamos e recebemos; recebemos primeiro e, à medida que amadurecemos, doamos amor e nos doamos.
A Igreja latinoamericana, em sua última conferência episcopal realizada em Aparecida nos lembra que ‘somos discípulos e missionários de Jesus Cristo’. Na condição de discípulos, estamos e deveremos estar sempre numa atitude de escuta, de aprendizado. Ao mesmo tempo, à medida que nos amadurecemos, devemos procurar levar a Boa Nova. Recebemos a Boa Nova – atitude do discípulo; comunicamos a Boa Nova – atitude do missionário.
Cada qual responde a Deus de acordo com sua capacidade. Todos devem dar resposta a Deus.
Com Teresa a mesma dialética se deu. Interiormente sentiu-se necessidade de fazer algo por Deus (Cf. V. 32,9). Se antes procurava a Deus pela premiação que Dele pudesse receber (exemplos: ser mártir para ganhar o céu; entrar na vida religiosa para viver o purgatório aqui para ir depois ao céu; isolar e não se distrair para receber regalos na oração), agora, descobriu que Deus dá contento independente de nosso querer ou agir (cf. V 24,2). Teresa deixou-se incendiar de amor. Chegou a ponto de perceber que o Senhor a queria como ‘serva do amor’.
O ‘servo’, pois, não tem nada de seu. Tudo é de seu Senhor. O desejo do servo com o desejo do Senhor se confundem, ou antes, o desejo do servo é o desejo do Senhor. O servo está unido ao seu senhor.
Torna-se um missionário-discípulo ou discípulo-missionário.
Após uma série de graças místicas – inclusive a ‘visão do inferno – despertou em Teresa a compaixão pelos que sofrem (cf. V 32,5). Interiormente sentiu necessidade de fazer algo. Na sua condição de mulher e monja do século XVI fez o que estava ao seu alcance de missionária. Em Vida 32,6 afirma que enfrentaria várias mortes para livrar uma só alma do sofrimento do inferno (referindo-se aos ‘luteranos’). Mais tarde, desejará guardar com perfeição o que prometera a Deus ( em sua Regra ). E ainda, não podendo ir às missões, suas orações e sacrifícios – bem como a de seus mosteiros que mais tarde fundaria – seriam de maneira especial dedicados aos ‘teólogos e missionários’, os braços fortes da Igreja.
Tão sensível aos desafios de seu tempo, - e as graças místicas a tornaram mais sensíveis (pois para isso elas servem) – que até projetou fundar um colégio para meninas em Medina, em 1573 (cf. Carta de 27/07/1573).
PARA REFLETIR:
1) Teresa viveu no século XVI. Sabia das luzes e sombras de seu tempo. Como serva do amor, na medida de sua capacidade e limitação, procurou intervir em sua realidade.
- Quais são as luzes e sombras da realidade em que nos encontramos (‘novos aerópagos’)? - O que significa ‘ser servo do amor’?
2) Vivemos no século XXI, na América Latina, no Brasil. Em nosso entorno há luzes e sombras.
- O que você em suas limitações e capacidades, pode fazer para combater como missionário, as sombras que se nos impõem?
OCDS no Brasil.
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