Nos altares profanados pelo tempo, muitas vezes longe dos nossos Templos, deixamos a característica de nossas palavras perdidas entre gestos, atitudes e pensamentos que desvirtuam nosso caminhar.
Como diria o Pe.Fábio de Melo, em seu Livro ‘Carta entre Amigos’, “é sagrado aquilo que foi recolhido do ambiente do profano e apresentado no altar do sacrifício”.
Nossas vidas, meus irmãos, e de muitos outros que nos acompanham ou apenas nos cercam, são marcadas pela quaresma diária, que cria hiatos em vez de congregações.
São abdicações e provações tamanhas que a sombra já é tida como comum.
Não deixemos que corações se tornem duros por não mais permearem o amor.
É nosso dever cristão celebrar a vida e resgatar tais almas, tão pobres quanto as nossas, para que um dia, se nos encontrarem caídos, não se lembrem com rancor do anunciador de Cristo que se perdera pelo mundo, mas sim da misericórdia tão anunciada que se apresenta — então — em missão àqueles que dela tanto ouviram.
É o Pentecostes do viver.
É o chamado irrecusável, que se faz envio sem sentir. Sem que se note e ao perceber de novo sua vida, em Cristo renasceu.
O perdão de Deus é capaz de transformar 40 dias em um, é capaz de esperar o seu tempo de inutilidade ao Seu serviço, para que a manifestação do Milagre seja compreendido como processo e não apenas como ação do Sobrenatural, ou d’Aquele que tudo pode.
Estamos acostumados a ver shows, ao magnífico.
Mas o Pai é Amor acima de tudo, é “Detalhe e Paciência”. Ele tudo vê, e n’Ele tudo se pode, ao seu devido tempo.
As transformações mais improváveis e inexplicáveis são lapidadas com tempo.
A conversão em Cristo é como o bater das águas em rochas, pouco pode se observar em apenas alguns dias, mas as alterações não tão percebidas estão a agir e um dia suscitarão a ação.
Que nossas fraquezas, encontrem no tempo de Deus a misericórdia não escondida, entretanto medida e guardada ao tempo certo para ser frutuosa. Até porque água demais também mata a planta e impede o fruto de alimentar.
A Sagrada Liturgia te chama a viver o momento das celebrações atualizadas no hoje de nossa existência, de nossas missões que ao final das missas começam, ao rompermos os limites do templo (igreja) e encararmos os limites do homem, em contraste com os nossos próprios, mas sob a luz dos desígnios de Deus.
Jesus é o Cristo que veio para que os pecadores recuperassem suas vidas, para mostrar que o bom combate de águas e rochas é capaz de produzir algo bom.
Mateus, Zaqueu, Tomé, Saulo, Zacarias e Pedro foram alguns dos tantos sinais da fragilidade humana mesmo diante do Rei.
Apesar disso, também foram sinais da restauração que o Céu é capaz de realizar quando estas resolvem abraçar o caminho que leva à contemplação da Eternidade.
Seja você também um nome nesta lista, tome a conversão de vida como exemplo e deixe o Senhor agir em teu coração.
A Festa da Passagem está a bater à porta.
Catequista Bruno Velasco
com minha benção
Pe.Emílio Carlos+
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