(Jo 12,24-26)
Um lugar onde ainda não tem acesso a internet ou TV a cabo e tantas outras modernidades, onde um bico de luz é o único ponto luminoso em meio à escuridão; onde a labuta começa bem antes do sol nascer e o dia acaba por volta das sete da noite e mesmo assim temos a real impressão que foi lá que a felicidade resolveu morar?
Como entender a situação de alguém que conquistou tudo que o fruto do trabalho possa comprar; que alcançou o máximo do prestigio em uma profissão ou numa função ou que seus bens garantam uma vida tranqüila até mesmo para duas gerações, mas que na luta para se conquistar tamanho patrimônio precisou lançar mão de sua saúde, de sua família, de sua vida para obtê-lo?
É bem verdade que Jesus nos prometeu e nos promete vida plena e em abundância, mas aonde tenho procurado?
“(…) Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim será salvo; tanto entrará como sairá e encontrará pastagem. O ladrão não vem senão para furtar, matar e destruir. EU VIM PARA QUE AS OVELHAS TENHAM VIDA E PARA QUE A TENHAM EM ABUNDÂNCIA“. (João 10, 9-10)
É preciso deixar claro que o reino que Jesus nos preparou não esta reservado para somente os pobres ou para os ricos e sim para todos os “desprendidos”, pois no sermão do monte os “bem aventurados” são os POBRES e HUMILDES DE CORAÇÃO, sejam eles brancos, negros, amarelos...
Como não se encantar por um Deus que em meio aos privilégios de sua situação celeste prefere ficar com os homens, caminhar com eles, ensiná-los, acompanhá-los, curá-los? O que o criador vê de tão importante nessa criatura ao ponto de morrer por ela?
Um dia escrevi para uma pessoa que gosto muito (....) explicando que é bem diferente “GOSTAR” e “SE IMPORTAR”.
A grosso modo, gostar de algo ou de alguém é ter um sentimento agradável em relação a ele (a), mas não necessariamente me importo com ele (a).
Posso gostar muito da minha empregada doméstica, mas não me importar se o salário que recebe é suficiente para garantir o mês; posso gostar de comprar coisas novas e não me importar quanto meu pai tem que trabalhar para me dar…
Andamos de carro em altas velocidades, pois GOSTAMOS da aventura, mas pouco NOS IMPORTAMOS se por ventura minha destreza me trair; procuramos por facilidades, principalmente em meio a favores de políticos, para que em troca do meu voto me faça um GOSTO, mesmo NÃO ME IMPORTANDO se o futuro eleito é um grande mal caráter. Nossos olhos se abrem ao que nos agrada, mas fingem não perceber o que realmente importa.
Note que SE IMPORTAR é morrer, é se dar, é pensar no outro e NÃO SOMENTE em mim. “(…) Mas, se morrer, dará muito trigo. Quem ama a sua vida não terá a vida verdadeira; mas quem não se apega à sua vida, neste mundo, ganhará para sempre a vida verdadeira”.
Voltando aos primeiros exemplos dados no começo dessa reflexão, trazendo a mente o bucolismo da vida simples e a agitação da modernidade, será que consigo ter o melhor dos dois mundos?
E a resposta é sim!
Aonde quer que estejamos, saibamos que a coisa mais importante sempre estará do lado de dentro.
Se a vida por acaso nos possibilitar abundância em algum sentido, dividamos com as pessoas que nos cercam. Nunca deixe de ajudar, a repartir abraços, oferecer sorrisos, pois a maior virtude de um homem não depende de uma conta financeira ou do carro que dirige.
“(…) E disse então ao povo: Guardai-vos escrupulosamente de toda a avareza, porque a vida de um homem, ainda que ele esteja na abundância, não depende de suas riquezas” (Lucas 12, 15)
Se de mais! NÃO SEJA MAIS UM! “(…) Eu afirmo a vocês que isto é verdade: se um grão de trigo não for jogado na terra e não morrer, ele continuará a ser apenas um grão”
Um imenso abraço fraterno
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