Parece tão distante o tempo que nos separa daquela jovem judia que vivia na pequena cidade Nazaré, desposada com um homem bom e justo e que certamente viveu como esposa solícita e atenciosa mãe…
Após dois mil e poucos anos, com muitos avanços tecnológicos, muitas descobertas, progresso material, cura de doenças, exterminação de alguns males, transformação das cidades, o aumento da expectativa de vida… Tantas coisas, tantas histórias e tanta História. O que tem ela a nos dizer?
Certamente o que já dizia à humanidade de seu tempo.Em termos de valores morais, de crescimento espiritual e de adesão ao verdadeiro Deus, a humanidade progrediu até à Idade Média. Mas, infelizmente, decaiu. Restam hoje apenas melhorias materiais.
Poderia sua cidade – ou mesmo todo o povo judeu – acreditar que daquela jovem, que não era rica, nasceria o Messias?
Foi enorme o impacto disso em uma sociedade que esperava um Messias humanamente poderoso, um rei que os salvaria pela espada.
Não quiseram acreditar que no silêncio da manjedoura em Belém nos era chegado o Filho de Deus.
Se fosse hoje, a maioria das pessoas acreditariam em tais acontecimentos?
Provavelmente não. Poderíamos acreditar que uma virgem concebesse apenas por graça de Deus?
Com base em tantos conhecimentos científicos que temos, seriamos até capazes de querer provar que é impossível.
Esses são apenas dois aspectos que podem nos mostrar o que Maria Santíssima tem a dizer à humanidade hoje: Ela diz o que não pode ser dito senão através da fé incondicional: Deus pode tudo.
Ela diz que é preciso viver desejosos de servir a Deus e ao próximo, para podermos reconhecer os “anjos” que até hoje continuam a nos anunciar que no meio das condições mais difíceis, Deus nos concede as graças para fazermos a Sua vontade. Ela diz que é preciso ter humildade e desapego dos bens terrenos porque só assim Deus nos fala.
Os valores da sociedade contemporânea incorporam ainda aqueles que o povo judeu vivia à época de Maria: inveja, intriga, injustiças… Tudo isso sob nova roupagem, alimentado por teorias filosóficas e antropológicas que tentam explicar por que caminhos a humanidade se enveredou.
Ainda assim Ela continua a nos falar.
E nos fala como mãe – aquela que muitas vezes não queremos ouvir porque nos repreende e tenta nos educar. Quer ver seus filhos amarem-se como irmãos, quer que todos tenham a mesma Fé, sejam atentos aos pedidos de Deus e tenham os corações disponíveis para o “sim” – como aquele que um dia Ela própria dera ao enviado do Pai Eterno.
Maria não deve ser, para nós, apenas uma “resolvedora” de problemas. E como escutá-la? Procurando conhecer sua vida, para seguir seu exemplo. Uma vida que não foi fácil: cuidar da casa, ficar viúva, caminhar com seu Filho por aquelas estradas, ver seu Filho morrer.
E, depois, construir uma Igreja, cuidar dos apóstolos, receber e dar carinho.A Santíssima Virgem continua a nos ajudar e a nos mostrar que é possível fazermos o mesmo, se procurarmos conhecer, amar e servir a Deus, em nossa vida.
Pe. Emílio Carlos Mancini +
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