Gênesis 4,1-10, leiamos pausadamente e com toda a abertura do coração para o que ele me quer falar!
Que fizeste de teu irmão?
Pela cruz de Jesus Cristo, Deus nos salva e nos reconcilia com ele. Tornando-nos filhos do mesmo Pai, tornamo-nos também irmãos uns dos outros. Devemos, portanto, nos exortar e ajudar-nos a ser - com a graça de Deus - o que somos: irmãos uns dos outros.
Somos responsáveis junto a nossos irmãos por incrementar o amor, a única lei dos irmãos de Jesus.( Rom 13,8)
Praticar a correçâo fraterna nos impõe não calar o pecado, mas extirpá-lo. Pois calar o “pecado” do irmão é torná-lo seu cúmplice.
‘Quem poupa o irmão é cruel; é melhor amar com dureza que desviar-se com suavidade” (Santo Agostinho).
Como Agir?
“Se teu irmão pecar vai procurá-lo e censurá-lo.” Assim fala Jesus no Evangelho de São Mateus. A maneira de “corrigir” o irmão por coisas graves é descrita com minúcias.
Primeiro uma conversa fraterna. Esta discreção é exigida pelo amor, para evitar aniquilar o irmão.Se ele se recusar a ouvir é preciso convocar dois, três, irmãos para tentar trazê-lo á comunhão fraterna.Se o irmão se recusar ainda é preciso recorrer aos responsáveis pela Igreja.E se continua a recusar deve-se exclui-lo da comunidade. Não se trata de uma condenação e sim de respeitar a liberdade daquele que se colocou a si mesmo fora da comunhão fraterna (Koinonia) recusando a união.
A finalidade é construir a união e a comunhão fraterna.
“Que tudo seja feito por amor ao homem, mas com ódio ao pecado!” (Santo Agostinho)
Ademais, a correção fraterna não pode nunca servir a um ajuste de contas.
“Quando aquele que censura e repreende quer apenas retribuir o mal com o mal, ele próprio deveria ser censurado.Quem censura deve lembrar-se de sua própria fraqueza, afim de que não seja o ódio, e sim a misericórdia o amor que procedem da censura e a reprímenda.”
"Temos tantos defeitos para criticar em nós mesmos, por que criticar os defeitos dos outros?" (Padre Pio de Pietrelcina)
Somente a reta intenção e o amor me permitem exercer a correção fraterna, que pode ser às vezes indispensável para manter o ideal da comunidade: um só coração, uma só alma voltados para Deus.
“ Só é permitido ao amor, e somente ao amor, usar de palavras duras.
Não serão então uma injúria, ainda que soem como tal”.
Confiança e humildade:
Assim no dia em que precisarem exercer a correção fraterna poderão fazê-lo sem ser rejeitados ou maltratados, pois saberemos que agem dessa maneira para ampliar o Reino de Deus em nós e a nossa volta.
Quanto mais forte o amor em nossas comunidades, mais o irmão se sentirá amado e disposto a se deixar “corrigir” para a maior glória de Deus.
A correção fraterna não passa de um meio, às vezes indispensável, para incrementar o amor e a união da comunidade. Mas o amor é o meio e a finalidade por excelência da vida fraterna. Correção Fraterna sem a caridade é maldade.Todos juntos devemos, em nossas comunidades, tornar-nos “um” diante de Deus. Cada qual em particular deve tender à perfeição para que a imagem de Deus, realizada pela união, não seja embaçada. E nesse combate contra o mal que a correção fraterna se situa, mas nunca passará de um meio a serviço do amor fraterno, para que ninguém se perca.
“Assim vosso Pai que está nas céus não quer que se perca nenhum desses pequeninos” (Mt 18,14).
Encontraremos, aliás, nossa alegria e verdadeira liberdade na união, no amor de Deus por nós.
Liberdade e Graça :
Na correção fraterna encontramos a nossa liberdade de cristãos. Descobrimos o quanto o amor do irmão nos liberta.
A única lei que Jesus nos deu é a do amor. Assim, nem tudo nos é permitido, pois somente o amor constrói.
É a esta liberdade que somos chamados. Mas ao mesmo tempo sentimos toda a graça que devemos pedir para correr no caminho do amor que conduz a Deus.
“A correção mostra ao pecador o seu dever faz com que tome consciência da imperfeição e da feiura do pecado, desperta nele o desejo da salvação e o impede a orar para obter a graça que lhe falta”.
Paciência e Perdão :
A correção fraterna serve, portanto, para conduzir os irmãos a Deus, através de um amor cada vez mais exigente de uns pelos outros, contudo há também a vida cotidiana em que as pessoas precisam suportar-se e se perdoar reciprocamente os vexames e as ofensas.
E para os mais pobres e os doentes, aliás, que esse amor paciente deve ser vivido com mais alegria e força. Na verdade eles não se acham na periferia da comunidade, são o seu centro. São o sinal privilegiado do Cristo sofredor.
Na medida do possível, o perdão não deve ser jamais adiado, sob o perigo de se instalar o rancor.
“Não se pode adiar a reconciliação, senão a cólera poderia instalar-se na alma, transformando-se em ódio. A cólera que se transforma em ódio faz da palha uma viga”. (Santo Agostinho)
“Perdoai sem demora para que a prece do irmão não perca o seu valor Pois um coração sem amor ou cheio de ódio arrebata à prece todo sentido e todo fruto”.
Ninguém está ao abrigo do mal. Somos todos convidados à humildade.“A quele que nunca pede perdão do fundo do coração está sem razão entre nós”.
Cuidado para não Invejar:
Deveremos sempre tomar todo e o máximo cuidado para não permitir que a inveja entre em nosso coração, em referência ao nosso irmão que nos traz uma Unção de Deus para nossa correção fraterna.Pois não provoca inveja e inveja mata! Olhe bem o texto; Caim invejou-se de seu irmão Abel que em silêncio lhe fez com certeza uma correção fraterna para que ele começasse dar a primicías de sua oferta ao Senhor como lhe era digno e devido.
A unção nos leva agir pela ação do Espírito Santo, e não simplemente por um mero capricho de minha parte, ou porque gosto ou não gosto disto em meu irmão , aceito ou não aceito .
A verdade por mais dura que seja é a verdade, toda mentira ou tudo que está escondido não é de Deus, é do demônio e isso resultará situações desagradavéis, quando não, até pecaminosa, para mim e minha comunidade.
Vivamos na tranparência diz nossas Constituições de nossa Comunidade Alpha e Ômega, transparência implica verdade, sinceridade, submissão, obediência, clareza, sem situações duvidosas ou dúbias.
Estejamos atentos a voz do Senhor : “ o sangue de teu irmão clama, que fizestes dele!
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