Como seus amores são belos,minha irmã, noiva minha. Seus amores são melhores do que o vinho, e mais fino que os outros aromas é o odor dos teus perfumes. Por isso Eu quero consumir meus dias, no seu amor! ══════ ღೋ♡✿♡ღೋ═══════

Ani Ledodi Vedodi Li


Mais do que qualquer outro motivo, esta é a razão pela qual quero fazer deste blog um caminho para amarmos mais a Deus, por isso seu nome: “Ani Ledodi Vedodi Li”

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Deus o Abençõe !

E que possas crescer com nossas postagens.

É algo louvável esconder o segredo dos Reis; mas há glória em publicar as obras de Deus!

A Igreja não tem pressa, porque ela possui a Eternidade. E se todas as outras instituições morrem nesta Terra, a Santa Igreja continua no Céu.

Não existem nem tempos nem lugares sem escolhas.

E eu sei quanto resisto a escolher-te.

"Quando sacralizamos alguém essa pessoa permanece viva para sempre!"

Sacralize cada instante de tua vida amando o Amado e no Amado os amados de Deus !


Pe.Emílio Carlos

sexta-feira, 23 de julho de 2010

PADRES SANTOS E PECADORES



Acabo de ler as 400 páginas da biografia do Padre Donizetti Tavares de Lima. Autoria do engenheiro José Wagner Cabral de Azevedo, entusiasta da causa de beatificação do Pe. Donizetti ora em curso.
Vida admirável! Ordenado em Campinas por D. Nery, desejou trabalhar em lugares mais pobres, por isso, foi mais para o interior. Pároco de Vargem Grande e posteriormente Tambaú.Um apóstolo do Evangelho. Trabalhou sem descanso tendo como horizonte o Reino de Deus: justiça e paz. Fiel à Igreja que amava, nunca arrefeceu sua fidelidade também ao ser humano que desejava ser tratado com dignidade. Empreendeu luta serena, impertérrita, em favor dos direitos humanos, numa época na qual era estranho falar neles. Quando morreu, com 79 anos, era 16 de junho de 1961, estava rodeado do povo para o qual viveu: trabalhadores, gente humilde que tanto ele amava e que retribuía com respeito venerado. Foi um taumaturgo. Na Basílica, ouvimos relatos de milagres como os presenciados pelo advogado Antenor Zampieri que jovem ainda, desenganado, foi curado pelo padre, vindo a falecer com 89 anos.Quando eu era menino, ouvia falar do Pe. Donizetti. À simples menção de seu nome, criava-se um clima de respeito. Todos o buscavam. Sua humildade era grande como sua sabedoria. Glória e vaidade do mundo não o perturbaram. As perseguições, calúnias, não o desanimaram. Generoso e magnânimo perdoou os inimigos.

Aos fazendeiros que o expulsaram de Vargem Grande por defender trabalhadores, conforme pedia o papa Leão XIII na Rerum Novarum, e que arrependidos lhe escreveram pedindo perdão, ele respondeu com delicadeza: envia uma benção e uma imagem de Nossa Senhora Aparecida, sinal de paz e fraternidade. Quem parece não perdoou estes fazendeiros foi o destino, morreram depauperados.Diante deste gigante de fé e caridade, o que pensar das acusações que persistem e que infelizmente são reconhecidas verídicas, referentes a padres pedófilos? Em uma sociedade hedonista, onde sexo, dinheiro e poder gozam do status de divindade, a fraqueza humana se mostra na sua fragilidade mais dolorosa: o fascínio pelo abismo, pela amartia, ou seja, o equívoco na busca de felicidade. Os desvios de conduta em relação ao sexo estão presentes em todos os segmentos da sociedade. Até nos locais mais sagrados, quais sejam o recôndito dos lares e onde jamais poderiam existir: igrejas de denominações variadas.Em uma floresta imensa, onde muitas árvores trabalham silenciosas, quando cai algumas, o estrépito é grande. São alguns os padres escandalosos, mas nem se compara à quantidade daqueles que se dedicam dia a dia, no seu ministério, com fidelidade, honestidade e sacrifício. É natural que esses erros nos padres causem tanta indignação dado a posição que ocupam, de confiança e respeito na sociedade. Aqui se exige dos anticlericais, dos laicistas e inimigos jurados da Igreja, que ao reconhecer o erro presente na instituição, não culpem toda a instituição, desejando sua ruína.

É sabido de todos, a sanha e o ódio de muitos lobbies que não toleram o trabalho da Igreja em defesa da vida e da família e por isso, nesta ocasião difícil procuram esparramar o “pânico moral” contra ela.A atual conjuntura vivida pela Igreja vai ajudar a esclarecer e atualizar comportamentos inadequados copiados da sociedade civil. Um deles é a existência de tribunal particular, privilégios para julgamento, ao molde do que existe para militares e políticos.

A Igreja tem no seu interior o Tribunal Eclesiástico que julga casos e denúncias deste tipo que comentamos. Porém, o tribunal interno da Igreja leva em conta o delito não só como tal, mas como pecado, cuja misericórdia divina deve ajudar a sanar com o arrependimento e a promessa de correção do infrator. Assim a tolerância é maior, como o é em todo tribunal corporativo, ao molde dos que citei acima.Porém, para a sociedade civil estes delitos são crimes e nem se cogita de falar em pecado. Acabou-se o regime de cristandade.

As leis são feitas para todos. Por todos devem ser respeitadas. Tanto pelos que tem a noção de pecado, como por aqueles que não tendo fé, a desconhecem. Ademais, a sociedade precisa punir para corrigir os que cometem delitos. E é aqui que penso vai mudar a maneira de tratar os pedófilos na Igreja. Não negando o perdão aos arrependidos e a devida assistência jurídica; mas nem por isso, eximindo-os de darem satisfações à sociedade.

A sociedade necessita ver punidos e corrigidos os criminosos, não só pela lei da misericórdia evangélica mas igualmente, pela lei da sociedade civil que visa defender os direitos humanos. Também eles, uma bandeira da Igreja quando atua em nome de Jesus.Alguns acham que é o celibato que favorece tais desvios. Não é bem assim — a rede de pedofilia na internet conta com milhares de casados. É a falta de amor e fidelidade na missão sacerdotal, falta de entusiasmo pela causa. O “amor tudo crê, tudo espera e suporta” (1Cor. 13,7). O papa Bento XVI diz “O caminhar com Cristo e o ser fiel a Ele, supera nossas forças, este caminhar com Cristo é sempre um ser carregado por Ele” (sermão de Ramos). Ser carregado por Cristo é não descuidar da espiritualidade e oração. Penso que esta é a grande lição, que nós sacerdotes, podemos tirar destes acontecimentos dramáticos para a Igreja e muito mais dramáticos ainda para as vítimas, às quais se deve pedir perdão, fazer justiça e muito mais: mostrar a alegria de perdoar como Cristo perdoou a todos que o crucificaram.
Nenhum criminoso se perdoa se não responder à sociedade pelos crimes cometidos. Também, nenhuma vítima se perdoa se não se abre para perdoar. A justiça a ser feita e até a vingança são humanas. O perdão consciente, é divino e faz avançar a humanidade no caminho da cura, reconciliação e paz.
Cônego Pedro Carlos Cipolini é doutor em Teologia, professor da PUC-Campinas e reitor da Basílica Nossa Senhora do Carmo.


Fonte: Correio Popular.06/04/2010

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