Tomemos o texto para nossa reflexão e medite reze pensando o quando Deus tem paciência amorosa com cada um de nós.
Gênesis 9,8-17:A seguir, Deus disse a Noé e a seus filhos: «Vou estabelecer a minha aliança convosco, com a vossa descendência futura e com os demais seres vivos que vos rodeiam: as aves, os animais domésticos, todos os animais selvagens que estão convosco, todos aqueles que saíram da arca.Estabeleço convosco esta aliança: não mais criatura alguma será exterminada pelas águas do dilúvio e não haverá jamais outro dilúvio para destruir a Terra.» E Deus acrescentou: «Este é o sinal da aliança que faço convosco, com todos os seres vivos que vos rodeiam e com as demais gerações futuras: coloquei o meu arco nas nuvens, para que seja o sinal da aliança entre mim e a Terra. Quando cobrir a Terra de nuvens e aparecer o arco nas nuvens, recordar-me-ei da aliança que firmei convosco e com todos os seres vivos da Terra, e as águas do dilúvio não voltarão mais a destruir todas as criaturas. Estando o arco nas nuvens, Eu, ao vê-lo, recordar-me-ei da aliança perpétua concluída entre Deus e todos os seres vivos de toda a espécie que há na Terra.» Dirigindo-se a Noé, Deus disse: «Esse é o sinal da aliança que estabeleci entre mim e todas as criaturas existentes na Terra.» (Gênesis 9,8-17)
Deus anuncia a boa nova a Noé: não haverá mais dilúvios; a vida na terra não será arruinada. Compromete-se através de uma «aliança perpétua concluída entre Deus e todos os seres vivos».
Aqui, a aliança não representa um acordo entre duas partes, mas sim uma decisão unilateral de Deus.
O horizonte último da vida na terra não é um cataclismo mas uma promessa de Deus.
Segundo a Bíblia, a grande catástrofe encontra-se atrás de nós; foi dela que os seres vivos foram resgatados.
Atualmente, alguns inquietam-se com alguma catástrofe de dimensões globais que poderá estar diante de nós. Um desastre ecológico ou uma guerra descontrolada podem desencadear o fim do mundo.
O dilúvio não está atrás de nós num sentido histórico. O relato não nos fala de um acontecimento isolado do passado, mas de medos humanos permanentes. Desde os primórdios dos tempos, relatos de inundações e incêndios anunciaram potenciais finais da vida na terra.
O relato bíblico diz que Deus, que criou o mundo, não o deixa afundar, mas salvaguarda-o. O mundo em que vivemos já está salvo de um desastre.
E salvo, também, da violência. O dilúvio arrastou aqueles que, pela «grande maldade» (Gênesis 6, 5), tornavam a vida inviável. Um novo começo é possível.
A grande promessa de Deus, que diz que «as águas do dilúvio não voltarão mais a destruir», é uma bênção ambígua. Deste modo, Deus impede-se a si próprio de empregar uma solução radical.
Nunca mais lavará a terra com inundações para a limpar dos violentos e dos perversos. A partir de agora, «faz com que o Sol se levante sobre os bons e os maus» (Mateus 5,45).
Deixará Deus que os maus andem livremente? Em qualquer caso, decidiu suportá-los com tolerância.
O arco-íris, sinal da aliança, é um símbolo da paciência de Deus. Ao dizer «o meu arco», Deus aparece como um guerreiro. No mundo da Bíblia, a imagem de Deus que parte para a batalha para resgatar os mais fracos das mãos dos seus opressores não é invulgar. Mas aqui, Deus «coloca o seu arco nas nuvens»; pousa as suas armas.
Estará Deus a recusar lutar, resignando-se à maldade que não se pode desenraizar dos seres humanos?
O arco de Deus nas nuvens é arredondado; é um arco em tensão. Deus é paciente, sim, mas a sua paciência é tensa, repleta de força reprimida.
A profusão de cores no arco-íris poderia representar os recursos infinitos do amor de Deus. Ele encontrará uma maneira de derrotar o mal sem causar a guerra.
Que símbolo pode o arco-íris representar para mim?
Que maneira de olhar o nosso mundo atual e o nosso futuro nos dá esta passagem da Bíblia?
A que atitudes e comportamentos nos compromete a paciência tensa de Deus?
Com minha benção.
Pe. Emílio Carlos Mancini +
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